𝑪𝒐𝒏𝒕𝒐𝒔 𝑬𝒔𝒑𝒆𝒄𝒊𝒂𝒊𝒔 ▪︎ 𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒖𝒏𝒊𝒄𝒐

🎄|𝑂 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟𝑖𝑡𝑎 |🎄✔️

𝐓io Silvio era um homem bondoso e generoso, que amava profundamente seu irmão mais velho, Anthony.

Ele tinha vários sobrinhos e sobrinhas, mais havia uma favorita: a filha do seu melhor amigo e irmão mais velho. O nome da garotinha de 4 anos era Kimberly.

Ela possuía uma personalidade forte, semelhante ao tio. curiosamente, ambos nasceram no mesmo mês, apenas alguns dias de diferença. Ela nutria uma enorme admiração pelo tio.

Silvio era um homem que amava desenhar, ler dicionários e livros. Todos os dias aprendendo palavras novas.

Um dia, ele pediu á sua cunhada que vestisse a sobrinha com um vestido roxo e colocasse um chapéu pesado em sua cabeça.

O chapéu era feito de vidro e orginalmente pertencia a um abajur que o irmão tinha em casa.

A menina, com muito entusiasmo, pousou para o tio e segurou o chapéu na cabeça. Ele pegou seu caderno de desenho e começou a retratar a sua querida sobrinha.

Todos os dias, eles passavam um tempo desenhando juntos, também tentava ensinar a sobrinha a melhorar os traços dos seus desenhos.

A noite após o jantar, colocava a sobrinha na cama para contar histórias infantis que escrevia.

Ele sempre aparecia na casa do irmão com vários presentes.

Nas noites de Natal, ele fazia questão de se vestir de Papai Noel para entregar um presente especial á sobrinha e as crianças do bairro.

Tio Silvio escolhia cuidadosamente algo que combinasse com a personalidade e gostos dela.

Ela agradecia com um sorriso, um beijo na bochecha e abraço bem apertado.

Um dia, o irmão pediu para ele desenhasse estrelas florescentes teto do quarto da filha. Era um presente especial e surpresa de natal para sua querida sobrinha.

Eles haviam combinado em dizer á pequena que o Papai Noel tinha ido dormir em seu quarto e que ficaria trancado, pois ele estava cansado e a viagem para Polo Norte ia ser longa.

Kimberly ficou preocupada e tentou entrar em seu quarto escondida várias vezes enquanto os adultos dormiam para dar um beijo no Papai Noel e deixar biscoitos com leite.

Porém o quarto estava trancado com chave. Kimberly fez um biquinho com os lábios e encostou o ouvido na porta para tentar escutar algo, mas não obteve sucesso.

Ela fechou um olho e tentou espiar pela fechadura, mas só via algo escuro do lado de dentro.

-Papai Noel deve ter pendurado seu casaco na porta - ela se afastou e cruzou os braços, pensando - Tadinho vai acabar sentindo frio á noite.

Kimberly correu para o quarto dos pais, onde eles estavam adormecidos na cama. Ela subiu e balançou os corpos deles, tentando acordá-los.

-Papai, mamãe - Kimberly falou, intercalando o olhar entre eles - Papai Noel vai sentir frio esta noite. Vamos levar uma coberta para ele.

-O que? - Respondeu Anthony sentando-se na cama, confuso, enquanto olhava para a filha desesperada.

-O que foi, querida? - perguntou a mãe sonolenta sentando e puxando a filha para seu colo.

-Papai Noel -disse Kimberly, fazendo um biquinho e deitando a cabeça no ombro da mãe - Quero levar uma coberta para ele.

-Querida, ele está acostumado a dormir no inverno - Disse o seu pai, acariciando o rosto da pequena e dando um beijo no topo da cabeça- Além disso, seu quarto tem aquecedor, então ele deve estar dormindo quentinho, não é amor?

-verdade meu amor - Darla deitou a filha entre os dois beijando a testa da filha sorrindo - Sabemos que quer ver o papai Noel, não seja ansiosa, ele está bem e irá falar com você amanhã cedo talvez.

Anthony ouvindo a conversa da esposa e filha embalou o corpo da filha com a coberta. Abraçou o corpo pequeno e fechou os olhos.

-Durma bem, querida - beijou os fios do cabelo da pequena - Amanhã irá vê-lo, porque ele vai trazer seu presente especial de Natal.

-Durma com anjos meu amor - Darla tocou o nariz da filha com a ponta do dedo sorrindo e abraçou a filha também.

Kimberly pegou no sono, pensando no que ganharia naquele ano. Deixou várias lembranças passarem por sua mente.

Os presentes que havia ganhado anteriormente estavam nos nichos de seu quarto como enfeite dentro de plásticos.

Seus pais achavam que ela ainda não tinha idade para brincar com alguns presentes, mas a filha quando ficasse mais velha agradeceria esse cuidado dos pais.

No dia seguinte, o tio acordou mais cedo, trancado no quarto da garotinha e com as janelas abertas.

Tomou um banho na suite e depois vestiu sua roupa de Papai Noel. Abriu a porta devagar e desceu para a sala, colocando o presente sobre a árvore.

-Papai Noel - gritou Kimberly, sentada no sofá pulou nas costas dele.

-Ho Ho Ho, feliz Natal, querida - Respondeu ele, segurando as perninhas dela com seu reflexo - Você continua sendo uma boa menina?

-Sim, Sim, sim - respondeu Kimberly, olhando para ele com atenção animada.

-Fico feliz com isso, porque têm um presente especial no seu quarto - ele deixou escapar e arregalou os olhos com o deslize - Mas somente seu pai poderá levá-la até lá.

-Mas, por quê? - Perguntou a garotinha curiosa, deitando a cabeça nas costas do tio.

-Porque...-Ele pensou por um segundo coçando a nuca- Porque ele tem uma chave especial e sabe a palavra mágica para abrir a porta que não tenho.

-Ah - disse Kimberly, descendo das costas do papai Noel.

Ela deu a volta nele, ficando em frente dele e pediu colo.

O papai Noel a pegou e a beijou o topo da cabeça dela, depois a colocou sentada na cadeira perto da mesa e começou os preparativos para o café da manhã junto com a cunhada.

Fez para a sobrinha uma panqueca com olhinhos e boquinhas de chocolate.

Sua cunhada, que trabalhava como fotógrafa, tirou várias fotos daquele dia e fez um álbum secreto, para que a pequena guardasse de recordação.

Algum tempo depois:

O tio Silvio descobriu estar doente e acabou morrendo um dia antes do Natal alguns dias depois.

Kimberly no mesmo ano ganhou o álbum da mãe, uma carta do tio, e do pai, ganhou um caderno de desenho e uma caixa cheia de tintas e lápis de cor.

Todo ano, ela ganhava uma carta do tio na época de Natal, ela lia sentada em frente a lareira e lagrimas desciam do seu rosto.

A última carta foi diferente, era um video em VHS, quando completou 22 anos.

Ela guardou as lembranças com carinho, cuidou de todos os presentes, porque foi dado com todo amor.

Acabou se tornando uma escritora e desenhista. Seu pai mantinha o irmão vivo entre eles.

Contando histórias aventureiras que passou ao lado do seu irmão para a sua garotinha que é a cópia dele na personalidade.

🎄| Fim |🎄

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