Impossible to avoid

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Tobirama não dormiu junto com Izuna, enquanto o moreno ressonava baixinho, o alfa ficou observando-o dormir, queria entender o pedido final do moreno, não o deixou sozinho enquanto dormia e quando deixou foi somente por poucos minutos e sempre por uma boa razão, será que alguma coisa aconteceu enquanto estava ausente? E se sim, por quê ele não tinha lhe informado do ocorrido?

Ao se questionar, veio em mente que o moreno passou mal e não disse nada sobre o que aconteceu, só quando já havia conhecimento, sentiu Izuna contornar seu pescoço com os braços e a cintura com a perna, retirou os cabelos escuros que tampava o rosto pela agitação recente.

Segurou o rosto sereno em sua frente, sentindo o cheiro de limão que embriagou-se em instantes, os lábios do moreno entre abertos e o hálito quente batendo em seu rosto, o cheiro de menta se misturando com o limão, todo aquele conjunto brincando em seu olhos e olfato, Izuna é perfeito e perigoso, uma tentadora caixinha dos desejos surpresa, que sempre que abria vinha algo que não havia desejado, mas mesmo se não estivesse esperando, ainda sim se agradava com o que ganhava.

Sorriu quando o moreno murmurou ainda em seu sonho, era fofo observar às muitas expressões que Izuna faz enquanto dorme, como se entrasse em um cenário novo e iniciasse uma atuação diferente a cada vez que dorme, ouviu o pequeno suspirar e não foi um suspiro cansado, foi um de satisfação, deu para ver perfeitamente em sua expressão a mudança e o abrir da boca em um pequeno "o", Tobirama continuou olhando para a boca pequena que havia se fechado novamente, esperando algum som sair da mesma e como se Izuna não quisesse decepciona-lo, Izuna o fez, o som saiu baixo, quase inaudível, imitando alguém que acabou de comer algo delicioso.

Tobirama elevou às sobrancelhas e riu baixo, Izuna está tendo um sonho molhado e o tem como seu expectador, sentiu o cheiro do moreno se intensificar.
Izuna virou de costas para o alfa, retirando a coberta por completo, se encolhendo e flexionando os dedos dos pés, choramingou, o albino franziu o cenho enquanto ainda observava o ômega, o cheiro que o atingiu em seguida estava carregado de uma angústia pesada, bastante desagradável.

Izuna voltou a se movimentar, pondo seus pulsos próximos um do outro e deixando um dos braços em uma posição desconfortável, o alfa continuou observando as expressões que mudaram totalmente da face serena e tranquila, não tem nem resquícios de que Izuna estava confortável ou feliz, deveria acorda-lo? Ele estaria somente dormindo e o alfa havia se enganado? Observou mais um pouco não conseguindo se segurar, esticou-se ajeitando o braço do moreno que não estava posicionado confortavelmente, o mesmo se remexeu e como se tivesse um peso em seu peito impedindo de respirar ofegou, puxando o ar algumas vezes de forma pesada, acordou.

Seus olhos presos na parede e a falta de ar ainda presente, puxando o mesmo com força, Izuna choramingou quando pareceu que seus pulmões não mantinha o ar e o deixava sem fôlego.

Tobirama o puxou para si, ajeitando o corpo pequeno com o seu, passou a mão pelos cabelos escuros, sentindo Izuna estremecer em seus braços.

— Já passou, meu amor. - murmurou dando início a uma carícia nas contas alheias.

— Foi horrível. - murmurou de volta, encolhendo-se contra o alfa. — Eu não quero dormir mais, não quero. - falou contra o peito do marido.

— Tudo bem, pode ficar acordado o quanto quiser. - murmurou para Izuna.

O ômega ficou em silêncio, processando o próprio pesadelo, pesadelo que um dia passou e por algum motivo voltou a se lembrar, gostaria de esquecer todas as coisas ruins que já passou na vida, mas sabe que nunca vai deixar de lembrar, sempre vai ter algo que o fará voltar para aquele mesmo pesadelo de novo, e de novo. Olhou para cima e encontrou o par de olhos vermelhos em si, os carmesins banhados em preocupação, o estudando, talvez estivesse tentando entender o que passou agora a pouco, ou só estivesse esperando que dissesse para ele.

Not just a good boy Onde histórias criam vida. Descubra agora