Capítulo 8- Reencontro

64 7 3
                                    

Junghyun passava parte do seu tempo se perguntanto se realmente Jimin voltaria junto a Jungkook para base, ele não tinha família, ou outro tipo de coisa para distrai-lo da missão e isso era o que mantinha suas esperanças altas.

Com o passar do tempo sua distração era basicamente lançar dardos na parede e testar receitas com os poucos ingredientes que tinha. Arou alguma terra e jogou sementes que saqueou em um mercado, molhava as vezes quando tinha energia. Um outro passatempo que tinha quando saia do quartel para buscar suprimentos era libertar os pássaros ou animais que ainda viviam em pet shops e residências, algumas gaiolas tinham passarinhos comidos pelos da mesma espécie numa brutal alusão a seleção natural, Junghyun sempre abria as gaiolas e rezava para que se readaptassem.

O alfa também salvou um cachorrinho numa de suas saídas, era pequeno e peludo, não tinha raça definida e parecia assustado, o encontrou quando os mortos tentavam devora-lo e não exitou em pega-lo para criar, Boo, era como chamava a bolinha de pelos marrom e dócil, estava magro mas parecia feliz em ser salvo.

- Somos só nós dois meu amiguinho- Acariciou as orelhinhas peludas de Boo, que lambia sua mão- Acho que o Kook vai gostar mesmo de você sabia? Ele ama tudo que se move, tão doce o meu Jun... Você não o conhece? Certo, ele é meu sobrinho Boo, ele nasceu quando eu era criança e ninguém nunca viu pessoas tão parecidas que não eram gêmeas. Jungkook sempre foi minha cópia, não na personalidade, claro...

A conversa unilateral durou muito tempo, horas, com Junghyun contando histórias de sua família e de Jimin para o peludinho dormindo em seus braços largos, decidiu malhar um pouco, outra coisa que fazia muito, seus músculos estavam maiores e seu cabelo também, que o desagradava um pouco então nessa tarde ele pegou a máquina e raspou ele mesmo, nunca deixava seus fios compridos, fazia isso pois era a primeira diferença que todos notavam entre si e Jungkook, depois o corpo mais musculoso, então as finas linhas de expressão, a cor dos olhos poucos notavam, e seus dentes eram retos, sem aqueles proeminentes da frente que se assemelhavam aos de um coelho.

- Bom dia Boo- o cachorrinho o seguia como um pintinho atrás da mãe- Você está com fominha pequeno? Vou sair um pouco para conseguir ração para você na cidade... Ei! Não late para mim que eu sou seu pai.

O cachorro o encarava entediado, não entendia nada que o homem falava, mas a palavra ração sempre era seguida de coisa boa, então queria ir-Não posso te levar então não insista! Você queria conhecer a mamãe?-
- coçou a nuca envergonhado, imaginando que era isso que o cão ansiava- Bem, ele está vindo Boo, e seu primo Kook também, eu te falei dele mais cedo, não saia sem mim, e seja um bom cão de guarda para o papai- Se agachou para dar um beijinho na cabeça do pequeno, que devolveu com uma lambidinha‐ Te amo nenê.

Já lá fora, em seu Jeep, Junghyun olhava as ruas atrás de algum galpão, ou pet shop onde encontraria ração para Boo, em uns cinquenta metros viu o que procurava, então não perdeu tempo em entrar no lugar e encher um saco grande de ração, pegou também sementes e alguns sacos de terra, o bastante para encher a traseira do jeep.

O capitão voltava dirigindo lentamente, seu óculos de sol na cabeça e braço pendurado na janela, cantava uma música animada e eventualmente desviava de um morto, vestia o uniforme, costume que mesmo sozinho nunca deixou de usar, nem ele, nem seu colar militar, ele sentia que isso era algo que o aproximava de Jimin de alguma forma já que o ômega também usava.

- Para bailar la bamba
se necesita una poca de gracia
Una poca de gracia pa' mí pa' ti...

Yo no soy marinero soy capitan
Soy capitan...

Enquanto cantava o alfa estava pensando no fato de que realmente era capitão, mas as vezes, um desejo latente de ser um simples marinheiro se apossava de si. Queria não ser sempre aquele a dar as ordens e ter toda a responsabilidade do mundo nas costas, seu desejo sempre foi ser cuidado, as vezes no silêncio da noite, depois de um dia de trabalho pesado, sentindo falta da família e triste pela barreira entre si e o ômega, nessas noites ele chorava, bebendo um whisky, as costas curvadas parecendo levar todo peso do mundo, não contava a ninguém essas pequenas falhas, se contasse iriam rir e acha-lo fraco, essas noites eram tristes, ele estava se tornando triste. Então na manhã seguinte ele acordava, vestia uma máscara de indiferença e começava tudo outra vez.

Zombies And Lovers- JIKOOK VERSIONOnde histórias criam vida. Descubra agora