A Ancestral. Capítulo IX.

42 4 2
                                    

Não seja dramático, é apenas um pouco de plástico

Ninguém vai te amar se não for atraente

Oh Sra Cabeça de Batata, diga-me

É verdade que a dor é beleza?

Melanie Martinez
Mrs. Potato Head

__________________________________

__________________________________

Alguns anos atrás...

{..}

—Entende agora, Liese?–A mulher tinha uma feição assustadora.–Tem que ser bonita. Já pensou no desgosto de ser uma mulher inútil, feia, e sem um bom marido rico?

—Mas...não quero me casar aind...–A pequena garotinha tenta falar algo, porém a mulher a impede rudemente.

—CALE-SE! Tu tens que ser perfeita, Liese. E ponto!–A mulher grita.

Ela causava medo na criança.

—Sim, senhora..–Liese segura o choro o máximo que consegue. Chorar é fraqueza.

—Sabe que faço isso para seu bem, Liese. Sou sua mãe, e a amo.–A mãe da garota a abraça.

{...}

     Com apenas doze anos, Liese já havia sido apresentada por sua mãe à vários pretendentes. Sua mãe queria que ela se casasse o mais cedo que pudesse para sustentar sua família. Seu pai vivia fazendo negócios, porém nunca teve sucesso, e segundo sua mãe, a única esperança é sua filha encontrar um marido rico que os sustentasse. E o costume antiquado da época não colaborava com Liese.

—Quando a senhora vai entender? Não quero me casar! Quero assumir a loja, quero conhecer alguém que ame, e apenas depois pensar em me casar!

—Acha mesmo que vai amar alguém? Melhor, acha mesmo que ALGUÉM irá ama-la? Se enxergue, Liese, tu és feia! No mundo, se tu não for realmente bela, ninguém irá ama-la, e sinto dizer, querida, mas tu és feia!–As palavras de sua própria mãe a magoaram de forma irreversível.

Liese saiu de casa no mesmo instante, ela vagou pela cidade sem rumo. Não pretendia voltar.

Até passar em frente à uma enorme casa, uma linda casa. Aquele lugar chamou atenção da garota, o lugar ou alguém. Um garoto de cabelos loiros, e olhos amêndoa se aproximou dela.

—Tu és muito bonita, ficaria ainda mais graciosa com os vestidos que minha mãe confecciona.–Ele sorri.

—Ah...gostaria, porém não tenho como pagar...e não sou bonita.–Diz a pequena.

—Claro que és! Venha comigo.-–O garoto a puxa até sua casa.

—O que pensa que está a fazer?!–Diz a menina.

O garoto apenas a ignora, e a leva para um grande quarto. O quarto tinha um espelho, bastante trabalhado. Era com certeza o mais lindo que ela havia visto. O garoto então, a colocou na frente do espelho.

Até que o tempo nos separeOnde histórias criam vida. Descubra agora