Com ódio, seu amor

Segunda-feira

Por Laranccini

Segunda- feira - 12 de Junho - 6:45 AM

A manhã de segunda era fresca, calma e um sol bem brilhante se destacava no céu azul limpo na cidade repleta de arranha-céus.

Mesmo tendo que fazer mágica no trânsito caótico, Jinx estava feliz, cantarolando uma música aleatória da rádio local, batendo os dedos no volante com a garrafa de café em seu suporte sendo bebericado por ela e os olhos azuis escondidos sob as lentes escuras dos óculos gatinho.

Lux estava ao seu lado, rindo das caras e bocas da namorada enquanto ela fazia uma dancinha improvisada no banco, tentando não pensar nas mensagens que deveriam bombar em seu celular, mentalizando seu closet para adiantar a troca de roupa em seu apartamento.

A namorada havia garantido que passariam lá antes para que ela pudesse trocar de roupa, o que foi um alívio para a jovem.

Aliás, não poderia deixar de notar o look escolhido pela namorada para o dia: dessa vez os cabelos tingidos estavam presos em dois coques com suas pontas esguichadas, lembrando a cultura oriental. Trajava uma calça skinny bege e uma blusa de gola alta preta sem mangas, remetendo a um cenário sério e corporativo, sendo apenas o conjunto de brincos na orelha sua marca registrada.

- O que tanto olha? - Ela perguntou sem tirar a atenção da rodovia.

- Que hoje você se vestiu de forma diferente. - Confessou dobrando as pernas sob o banco.

A mulher deu a seta para trocar de faixa. - Pensei um pouco sobre e acho que se eu for demitida, já quero sair pra procurar um emprego.

- Acha que vamos ser demitidas?

Ela deu os ombros. - Nessa altura? Já não faço ideia.

- E se ele for chegado em histórias de amor?

A trans encarou-a com olhar cético baixando levemente os óculos, fazendo a loira se encolher. - Tenho dificuldades de saber quando você está brincando e quando fala sério Lux. - O GPS apitou indicando a rua para a casa da jovem.

Jinx estacionou o carro em frente ao prédio requintado na cor areia e puxou o freio de mão, inspecionando os detalhes da residência. - E-eu te chamaria para subir, mas...

- Outro dia, Lamparina. - Deslizou a mecha para trás da orelha adornada. - Não se atrase. - Os dedos longos e magros tocam o queixo da loira em uma mania íntima recém adquirida.

Logo após são os lábios da mais baixa que cobre os dela, uma despedida quente, ofegante e desesperada.

- Isso aí, finjam que não estou aqui. - Vi murmura no banco de trás com seu fone de ouvido e um Bagel repleto de bacon.

A mais nova não se importa muito, depositando as mãos nas laterais da cabeça de Lux para controlar o beijo e seus movimentos.

Estava farta de esconder o jogo e se fazer de difícil para triar as pessoas que entravam e saíam de sua vida. Luxanna havia colocado um ponto final em suas armadilhas para afastar as possíveis ameaças externas e o sabor dessa sensação fazia a Warwick sentir galopeios em seu interior, não querendo parar de conhecer mais o quão profundo era a loira.