Capítulo 02

2.8K 237 41
                                    

1 Mês Depois

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

1 Mês Depois

(2003)

Meus socos acertam o saco de pancadas com fúria, o suor escorre pela minhas costas, meus pulsos doem assim como minha cabeça, que está latejando apenas do lado direito.

Estou a três horas socando esse maldito saco, a raiva domina minha mente, todas aquelas lembranças voltam a passar diante dos meus olhos. Aumento ainda mais a pressão do meu soco, a cada atrito contra o saco de pancada, minha raiva parece duplicar de tamanho.

__Victor__Continuo a socar não ligando para quem está me chamando__Hijo__Me viro vendo o meu padre, respiro fundo e me afasto do saco de pancadas.

Caminho até ele que está encostado em uma pilastra, paro a sua frente e ele me analisa por alguns segundos.

__Precisamos conversar, sobre os negócios da família__Franzo o cenho, ele nunca havia falado sobre os negócios da família diretamente.

__Vou me trocar__Passo minha mão pelo meu cabelo, me viro indo em direção ao vestiário.

Tomo um banho rápido já que estou suado, me visto, saio do vestiário com minha mochila, passo por entre a multidão que entra na academia para treinar, estou concentrado pensando sobre o que meu padre irá falar.

Hoje tudo volta a funcionar, as pistas, clubes de lutas, swing, os prostíbulos, o tráfico das drogas começaram ontem, já que meu padre estava sendo cobrado, por isso meus instintos dizem que o meu padre irá nos dar funções dentro dos hijos del diablo.

Apesar de ser uma gangue consideravelmente grande, Los hijos del diablo são fluentes apenas em Havana, e acredito que os negócios não lucram tanto, quanto de outras organizações, afinal a nossa moeda não é tão valorizada, e muito se negam a fechar negócios conosco.

Saio da academia do submundo, caminho sobre as britas molhadas pela chuva, meus passos fazem as pedras cinzas rangerem, o carro do meu padre está estacionado um pouco a frente.

Entro no carro, fecho a porta e o carro é ligado, o silêncio é reconfortante, ultimamente nossa família não tem falado muito, nossa nova casa parece não ser habitada, pois dia e noite o silêncio prevalece naquele lugar.

Morremos junto com nossa madre, ela era a alegria da casa, juntamente da Stella, que praticamente morava conosco. Rafael não fala mais, desde o dia do assassinato da nossa madre, ele vive trancado no seu quarto, Vicente é uma criança, porém a saudade da nossa madre, está fazendo o pequeno ficar doente, praticamente não come e também prefere ficar em seu quarto.

Após vinte minutos dentro do carro chegamos a pista da águia, o carro do meu padre para em frente ao muro das lamentações. Respiro fundo quando saio do automóvel, olho para o Miguel que segura as alças da sua mochila com força.

__O que estamos fazendo aqui?__Olho por cima dos ombros e meu padre segura duas sacolas pretas.

__O muro das lamentações foi criado como uma forma de mostrar que os vivos ainda suplicam pela vida dos que morreram, é uma forma de mostrar que eles ainda são lembrados por nós__Volto minha atenção para o grande muro que contém todos os tipos de objetos, como jaquetas, pulseiras, colares, retrovisores, motos, fotos, velas, cartas, flores e entre outras coisas.

Toque Profano Livro: 01 Da Série Fragmentações possessivasOnde histórias criam vida. Descubra agora