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sinto um par de mãos familiares me puxarem para o beco escuro, eram gélidas. meus olhos brilharam ao ver que era você, mas logo se encheram de fúria.

você havia me abandonado.

— gatinho? — disse em um sussurro com um tom de raiva.

tentei empurrá-lo para me soltar dele, falhei. cellbit era forte, e além do mais quem eu queria enganar? não queria me afastar dele, na verdade minha vontade era de me aprofundar naquele abraço meio desajeitado.

não, não poderia me render assim tão fácil.

— o que você quer? por que voltou? – fui interrompido.

— shh — ele coloca o indicador em frente minha boca.

ele me empurra mais pra perto, troncos colados e respirações misturadas. céus, aquele vampiro era uma tentação que eu não conseguia resistir.

— perdão, eu parti sem explicações. eu apenas estava com medo de não me segurar e te machucar.

— o que? não é possível, como assim? — aumentei o tom de voz e estava prestes a explodir.

— roier, você não sabe o que é ser um vampiro e desejar tanto morder alguém, sentir o gosto do sangue de alguém.

— ma... — novamente sou interrompido por cellbo.

— você é tudo para mim, é como se tivesse sido feito exclusivamente para mim. guapito, penso tanto em ti que chega doer — ele faz uma pausa, começa a intercalar seu olhar entre minha boca e meus olhos, e eu coloco minhas mãos em seu peitoral — sim, eu sou um vampiro, e desejo te morder bem em sua garganta, te conhecer além dos beijos, uma mordida é o que eu quero. mas isso custaria sua vida, por isso tenho medo de acabar te machucando. não consigo me resistir quando estou com você; quero estar ao seu lado para todo o sempre.

sua fala foi o ápice para mim, minha carranca havia derretido. não consegui resistir e ataquei seus lábios, o ósculo era desesperado, necessitado, afoito. o louro pede permissão para adentrar com a língua, e eu cedi. nós brigávamos para ver quem iria comandar o beijo, mas acabou não tendo resultado pois estávamos extremamente desesperados.

nesse momento eu percebi que ele era a pessoa certa, era com ele que eu queria construir uma vida, uma família. por mais que eu tentasse negar, ele era o amor da minha vida, minha alma gêmea.

o ar se fez falta e nos separamos.

— me morda — digo ofegante.

— o que? — em sua voz a luxúria transparecia — repita.

— me morda por favor, faça o que quiser — ele dá um sorriso de canto, mostrando seu dente afiado.

ele inicia outro ósculo, dessa vez ele quem comandava. o mais velho leva suas mãos para minhas coxas, indicando que iria me segurar em colo e é isso que ele faz.

quando terminamos o beijo, o vampiro morde minha boca levemente com suas presas. o que me fez soltar um gemido de dor e prazer, queria cada vez mais.

tombo minha cabeça para trás, tentando me conter. mas isso acaba sendo uma brecha para cellbit começar a brincar com meu pescoço, ele começa dando lambidas e selinhos.

— tem certeza de quer isso agora e no meio de um beco? — diz um com uma voz rouca.

— nunca tive tanta certeza na minha vida — levo minhas mãos para sua nuca tentando buscar mais contato.

isso faz o vampiro sorrir antes de continuar seu trabalho, dessa vez ele vai direto para a minha garganta. ele dá lambidas, beijos e raspa seus dentes no local, como se fosse me morder mas nunca chegava. estava me torturando de propósito o que me fez o xingar mentalmente em todas as línguas possíveis.

— filho da puta, você está me torturando — só que antes de conseguir falar mais alguma coisa ele me morde, me fazendo soltar um gemido alto.

foi uma sensação única, como se eu estivesse nascendo outra vez. nunca havia me sentido tão vivo em toda minha vida. no meio de toda essa explosão de sentimentos, sinto meu amado lamber o sangue que escorria em meu pescoço.

— está tudo bem, guapito? — ele diz com um olhar apreensivo e apaixonado.

— sim, apenas estou cansado — dou um selinho em seus lábios e me escondo na curva de seu pescoço, fazendo o louro dar uma risada nasal cheia de felicidade.

— isso é normal após uma mordida. vou te levar para casa, vampirinho. te amo, agora sim me sinto completo — ele espera uma resposta do acastanhado mas nada se obteve, até escutar um ronco baixo vindo dele que explicou a situação.

— ele realmente estava muito cansado. durma bem, guapito — disse em meio a pequenas risadas baixas.

e assim o mais velho saiu em direção a sua casa, com seu amado em seus braços e uma felicidade que não cabia dentro de seu peito.

- 𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐕𝐀𝐌𝐏𝐈𝐑𝐄 . guapoduoOnde histórias criam vida. Descubra agora