🩸 𝘗𝘰𝘴𝘴𝘰 𝘱𝘳𝘰𝘵𝘦𝘨𝘦𝘳 𝘯𝘰𝘴𝘴𝘰 𝘢𝘮𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘯ã𝘰 𝘵𝘦𝘯𝘩𝘰 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘳?
Sunoo não se lembrava em sua memória quando eles não eram sete, fazia tanto tempo que nem ele mesmo sabia onde começava um e terminava o outro, era como se fossem um só, na maioria das vezes.
Humanidade. Era algo que Sunoo nem se lembrava como era mais, se um dia já foi uma condição no qual ele viveu, uma memória tão distante que já não estava mais enraizada em nenhuma parte de seu corpo. Mas o gosto daquele desejo tão fugaz, aquela centelha bem no final, o fazia ansiar tão fortemente que em dias que o mesmo se pegava pensando com mais afinco, ele se remoia em desespero, querendo, desejando.
Desejo. Sempre foi algo presente no fundo do coração de Sunoo, em todos seus poros e em sua mente, parecia que era a única coisa que o movia nesse corpo morto, nessa carcaça, o desejo de encontrar algo que o movesse, que o fizesse acreditar que valia a pena estar ali, mesmo que não estivesse mais vivo, ele não tinha muitas opções, ou cairia num poço de desespero profundo, ou viveria os seus infinitos dias tentando achar algo que o prendesse, que o captasse.
Sunoo não sabia quando isso tudo havia começado, quando ele havia se tornado um prisioneiro dos próprios sentimentos, como se tournou fadado a ficar preso num buraco negro, se o perguntassem se ele se arrepende das decisões que havia tomado, ele provavelmente diria que sim, que mudaria tudo se pudesse voltar atrás, mas era mentira. Ele não mudaria nada, nem um mero toque, um mero beijo, ou todos os " eu te amos " que não foram correspondidos, ou quando tinha seu corpo pressionado, beijado contra as pedras, ou quando começou a sentir tudo isso por ele, ele não mudaria nada, pois aquilo era triste, mas deliciosamente viciante, e que em toda essa estúpida existência jamais havia encontrado coisa melhor, mais exitante, que fizesse o sentir de fato vivo, era doentio, esse sentimento como enxofre que permeava por todos os poros de seu corpo.
Se o garoto pudesse apresentar todas as suas extremidades, todas as pessoas que estavam do seu lado desde que Sunoo era Sunoo, ele começaria a dizer o seguinte: Havia Jay, o segundo mais velho, sua presença protetora, os sorrisos reservados apenas em poucas ocasiões e para poucas pessoas, mas que demonstrava que alguém era importante para si em meros e pequenos detalhes nos quais você tinha que se atentar. Logo vinha Jake, o terceiro mais velho, se Jay reservava seus sorrisos apenas para algumas pessoas, Jake era o contrário disso, ele os distribuía para quem estivesse ao seu lado, a sua frente, os dava gratuitamente, demonstrava seu afeto e se apegava as pessoas facilmente, era alguém de riso solto, alguém que era como uma luz no meio de um beco escuro. Logo em seguida, vinha Sunghoon, ele era o um dos mais enigmáticos, várias camadas de um homem em um só, se escondia atrás de palavras que provavelmente ele não gostaria de dizer, mas mesmo assim as dizia. Suas emoções eram postas através de seus olhos, e quando se apegava a algo, ia até o fim, fazia das tripas corações para aqueles que ele considerava seus. Também havia Jungwon, gentil, calmo, e centrado. Aquele que os colocava em equilíbrio, que mantinha a corda segura, que unia todas essas diferentes personalidades como se fossem uma, Sunoo sempre pensou que se fosse mais como Jungwon, não estaria tão bagunçado como estava. Depois havia Ni-ki, o mais novo, sempre queria demonstrar uma maturidade que muita vezes não tinha, mas seus sorrisos pelas mais bobas coisas, nas brincadeiras, você poderia ver, a imagem de um menino, um menino que por mais que havia perdido quase tudo, ainda estava lá, coberto pelas camadas do tempo. Por último, havia "ele", Sunoo o deixou para o final, pois nem em todos os seus muitos e muitos anos de vida, Sunoo saberia desvendar tudo que esse homem era, Lee Heeseung, que se escondia atrás de um sorriso gentil, uma pose apaziguadora, o mais velho, sempre mantendo sua imagem para os mais jovens, mas o Kim sabia, por trás daqueles olhos grandes, daqueles sorriso passivo, quando ninguém via, Sunoo poderia sentir por todos os seus ossos, a outra peça que era Lee Heeseung. O que não havia paciência, aquele que sentia tudo e fazia tudo, e queria o mesmo do outro, aquele que não aceitava meias ações, o que queria tudo inteiro, aquele que com um sorriso secreto, algumas falas sussurradas e umas mãos errantes, engolia todo o ser de Sunoo, tudo que ele achava que era, Lee Heeseung que era uma incógnita.

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Ansiar (Heesun)
Romance" Sunoo sabia que ele e Heeseung eram peças de quebra cabeças diferentes, nem mesmo se encaixavam em nenhum das extremidades, mas para Sunoo, ele arrancaria e cortaria cada pedaço de si, para se tornar uma peça complementar do mais velho. Porém ser...