15. Duto-S

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A temporada já havia terminado e Max estava a caminho para finalmente fazer uma visita a Nat. Ele já havia adiado isso por muito tempo o Alfa ligou para James por pelo menos 100 vezes nas últimas semanas para verificar a saúde do Ômega. Max simplesmente mal tinha conseguido lidar com o campeonato e com toda a pressão da equipe em cima dele e o fato dele se preocupar com Nat o tempo todo enquanto também estava doente, não ajudoi muito. E as notícias que recebeu de James, piorou a situação.

Ele disse que Nat não estava bem, seu quadro de saúde estava piorando e que Max precisava fazer algo a respeito rapidamente. E ele faria. Era a hora de finalmente enfrentar os seus monstros. Seria ser o momento decisivo para os dois pilotos, ou Max teria Nat ou os dois teriam que se entregar ao sofrimento de vez.

{•••}

Max estava parado na frente da casa de Nat sentindo uma mistura de ansiedade e apreensão. Depois de semanas de sofrimento e rejeição, ele finalmente reuniria coragem para ver Nat novamente. Desde o fatídico dia em que Nat o havia deixado, Max não conseguia dormir nem comer direito. A dor da rejeição era como uma faca afiada em seu peito, cortando suas esperanças de um futuro juntos. Com o coração acelerado, Max tocou a campainha de Nat, esperando pacientemente que o Ômega o atendesse.

Ele não fez isso.

Max esperou alguns minutos, soltando um bufo irritado. Ele realmente tinha indo a aquele cidade por nada? Não iria ter pelo menos a chance de falar com o Ômega. Max apertou novamente no botão, depois de cinco minutos ninguém havia aparecindo.

Ele abaixou a cabeça olhando para os seus sapatos, era isso então. Nat não ia atendê-lo.

Ele já ia se virar e sair quando ouviu o som do trinco da porta deslizando, logo após o ranger suave da porta se abrindo, em sua cabeça tudo parecia estar em câmera lenta, seu coração estava enlouquecido em seu peito.

-...Mãe, eu já te disse...

Nat parou. Quando viu o Alfa o olhando espantando seus olhos tinham meias luas escuras em volta, e Max havia perdendo peso comparando a última vez que Nat o havia visto o que parecia ser a anos.

-Max...!

Disse o piloto com a voz seca e algo mais.

Max ainda não estava preparado para vê-lo.

E talvez nunca estaria.

Nat estava em uma condição que deixou Max petrificado. O que ele viu era uma sombra do Nat que costumava conhecer.

O garoto cheirava a amargura.

Sua pele estava pálida, quase translúcida, destacando tão bem as olheiras profundas ao redor dos seus olhos, suas bochechas antes cheias agora encovadas ele estava mais magro do que já estava antes o Ômega parecia um garotinho com aquela aparência, então Max olhou para os olhos de Nat.

Fui como cair em uma abismo sem fundo e sem paraquedas.

Seus olhos estavam tristes, de uma melancolia profunda quase depressiva. Max havia tido a sua resposta no olhar de Nat, foi claro como a água.

Ele havia se entregado.

Mas Max iria lutar uma última vez, mesmo que isso custasse todo o seu orgulho e dignidade. Que se dane toda essa baboseira egocêntrica. Nat era mais importante. Sempre seria.

-O que você está fazendo aqui? Quer causar mais danos? Ou rir da minha miséria.

Havia um toque de mágoa na voz de Nat misturado com algo muito mais feio, o coração de Max afundou. Ele realmente poderia ter machucado Nat talvez de uma forma irreparável, Max queria acreditar que não.

Ele perdeu um tempo tentando achar algo para dizer, toda aquela aura sombria e infeliz ao redor de Nat, tinha arrancado a sua voz.

-Eu.. Não... quer dizer, não estou aqui para nada disso.

Max respirou fundo, suas mãos tremendo. Ele sabia exatamente o que queria dizer a Nat mas o seu cérebro é a sua boca não parecia estar em harmonia, o choque em ver o pequeno estava o deixando desapontado consigo mesmo, e além disso o Alfa dele estava eufórico e revoltado ao ver o pequeno Ômega, Max estava simplesmente perdido no caos dos seus sentimentos misturado com os da fera dentro dele.

-Então por que veio? Você não é bem vindo.

Nat frisou impaciente. Max pigarreou se sentindo desconfortável com a raiva que emanava do Ômega.

-Na verdade, estou aqui para me desculpar... eu sinto muito. Como seu Alfa, é meu trabalho e meu destino cuidar de você, e ti proteger, mas eu simplesmente ignorei isso. E me arrependo todo os dias por deixar você nessa situação.

Max percebeu pela expressão no rosto de Nat que ele não acreditava nele.

-Você não tem nenhum dever para comigo e não estamos acasalados.

A voz de Nat era cortante, e seu olhar pior ainda. Max se encolheu um pouco. Ele se recusava a perder o Ômega, em hipótese nenhuma aquilo poderia acontecer.

-Mas deveríamos estar.

Nat soltou uma risada amarga, que chegou até os ossos de Max.

-Nós já transamos uma vez e não deu certo.

-Eu sei, mas você sabe como funciona...

Max inclinou levemente a cabeça.

Nat amaldiçoou o Alfa quando decidiu dar um passo para o lado para deixar Max entrar em sua casa.

Nat sempre teve sucesso quando se tratava de evitar casos de uma noite, porque ele sabia que seus instintos poderiam enlouquecer depois disso, e dessa forma ele precisaria acasalar com uma pessoa qualquer, querendo ou não, o Ômega dentro dele que faria essa escolha, não ele em sã consciência.

Ele sempre se afastava. Exceto quando se tratava de Max. Nat sabia que o paddock inteiro pensava que ele estava apenas brincando, mas não estava. Sim, ele flertava com outros Alfas e às vezes um pouco mais do que isso, mas nunca chegava a ser sentimental. Era como um maldito destino, uma força invisível que estava o atrelando a Max.

Ele gostava da sua liberdade, sexo casual, essas coisas que evitava um coração partido. Até que essa coisa com Max aconteceu... e ele ganhou mais do quê um coração partido, seu ser todo estava se partido e caindo aos pedaços, não poderia ser menos que doloroso.

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