Esqueça Aquela Noite - SUSEO

Eu o odeio, mais não posso perdê-lo...

Seojun não sabia como lidar com a visão de Suho novamente. Ninguém fez seu sangue ferver mais.

Desde que ele voltou e viu o novo relacionamento do garoto com Jukyung, ele não conseguiu pensar em nada além de sabotá-los.

O relacionamento deles.

Ele não tinha nada contra Jukyung, mas não podia permitir que Suho fosse feliz. Não depois do que ele fez, do que causou.

Seojun passou a mão pelos cabelos em frustração antes de cair de volta no edredom macio de sua cama. Ele soltou um suspiro profundo. Ele não deveria estar se sentindo tão culpado pelo que fez. Foi necessário. Ele lembrou Suho da verdade de suas ações.
Que tudo o que ele disse causou a morte do melhor amigo deles. O que Jukyung pensaria dele se descobrisse.

Mas a insistência no fundo de sua mente não parava de calar a boca. Sim, ele se sentiu um pouco culpado quando viu Jukyung sair do vestiário chorando, mas no final das contas ele estava tentando salvá-la da dor de namorar alguém que realmente iria machucá-la. Ou, pelo menos, foi isso que ele se convenceu.
O jogo de basquete também estava bem, e quando acabou e Suho lhe disse para deixar Jukyung em paz, ele ficou feliz por seu plano ter funcionado. Que Jukyung estaria a salvo da dor que ela certamente sentiria se continuasse com quaisquer sentimentos que tivesse por Suho.

Quando a banda tocou sua música…

Seojun sentiu os pelos dos braços e da nuca se arrepiarem enquanto ele reviveu aquela melodia suave que Seyeon havia tocado para eles pela primeira vez na sala de estar de Suho.
A música que antes trazia um grande sorriso a todos os rostos, agora só trazia tristeza. Ele sentiu as lágrimas começarem a inchar em seus olhos ao se lembrar da expressão que vira no rosto de Suho no teatro ao ar livre.

Ele engoliu em seco e respirou fundo, com raiva de si mesmo. Ele nunca tinha visto ninguém parecer tão magoado antes, tão dominado pela dor. Seojun fechou os olhos tentando esquecer o rosto de Suho, os olhos arregalados de medo e dor. Como ele quase desabou no chão.

Seojun sabia que Suho não era tão cruel quanto dizia ser, e não era tão teimoso e durão como todos pensavam. Mas mesmo sabendo desses fatos não o preparou para a agonia estampada em seu rosto.

A irritação em sua cabeça continuou. Você sabe onde ele está. Você sabe que dia é hoje. E se ele fizer algo estúpido? Você está bem em perder os dois?

Seojun gemeu novamente. Odiando-se pela preocupação que estava invadindo seu sistema. Odiando o que ele estava prestes a fazer, para onde estava prestes a fugir.

Ele pegou a jaqueta e as chaves da bicicleta e saiu correndo pela porta. Não se permitindo tempo para adivinhar sua decisão.

Deus, ele se odiava. Por que ele não podia simplesmente deixá-lo em paz, por que ele precisava saber que estava bem?

Ele bufou de frustração enquanto baixava a viseira do capacete e dava vida à bicicleta.
Foda-se ele. Ele pensou enquanto acelerava pelas movimentadas ruas noturnas de Seul. Ele merece se sentir assim, por que você está se incomodando?

Apesar de tudo que sua mente dizia, Seojun não pôde deixar de acelerar a moto, nem mesmo se preocupando em verificar sua velocidade.
Em algum lugar no fundo de seu peito, havia uma bola de preocupação que dificultava sua respiração. Ele não podia deixar isso acontecer novamente. Mesmo que essa pessoa fosse Suho.
Seojun contornou a esquina e puxou a bicicleta para a calçada abaixo do prédio. Seojun não estava aqui desde a vigília, mas foi quase um instinto. Ele sabia que Suho havia aparecido aqui na noite em que Seyeon morreu e identificou seu corpo pela pulseira que todos usavam. Tinha usado, ele lembrou a si mesmo. A chave prateada escondida em uma caixa no fundo do armário.