Muro das lamentações, século XXI.
A Guerra Santa finalmente havia acabado. O submundo e o mundo mortal agora eram somente um. Muitos lugares do submundo tornaram-se locais de muita pesquisa para cientistas, pesquisadores e até mesmo curiosos que ainda buscavam por vestígios das armaduras douradas, sapuris e possíveis artefatos.
— Então foi aqui que os cavaleiros de ouro se sacrificaram? — perguntou o homem ao companheiro que explorava o ambiente inóspito consigo.
— Sim — comentou, analisando as armaduras douradas sem brilho, estavam mortas.
— O que é isso Roru? São as armaduras? — perguntou o outro.
— Sim Isaak. Mas estão mortas e parecem estar faltando algumas.
— Hum que chato. Aí me conta, se fosse pra escolher uma, qual você iria querer? — Isaak perguntou eufórico.
— Deveria demonstrar mais respeito Isaak!
— Nossa, você é chato. Nem pra descontrair. De qualquer forma, eu escolheria a de escorpião — disse correndo em direção a armadura.
— Já disse Isaak. Pare com isso!
Isaak explorou a armadura despreocupado. Alguma coisa parecia brilhar, curioso, pegou o objeto.
— Ei,Roru, vem ver o que eu achei!
Curioso, Roru foi na direção do outro.
— O que é isso?
— É uma caixa, não está vendo? — Isaak brincou.
— É mas deve ter alguma coisa dentro, vamos abra!
E ao abrirem, havia apenas um caderno com uma capa de couro desgastado. Roru rapidamente pegou e abriu. Roru sentiu uma onda de cosmo congelante vindo dele. Lendo rapidamente entendeu do que se tratava.
— Devemos tratar isso com respeito Isaak.
— O que é, deixa eu ler.
— Como eu disse, isso deve ser tratado com respeito. Eu vou ler e você vai ouvir calado, sem interrupções, pode ser?
— Tá, tá, que seja. — respondeu emburrado. Mas sua curiosidade era tamanha que acabou aceitando os termos.
— Vamos nos sentar, me parece um pouco longo.
Então ambos sentaram-se ao lado da armadura morta de escorpião e Roru começou a narrar.
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"Se por ventura alguém encontrar essa armadura, encontrará também essas memórias póstumas de Camus de Aquário. As dedico a todos que um dia puderam encontrar o amor em meio ao caos."
É, parece que o frio nunca foi meu aliado. Acreditem quando digo que nem mesmo o zero absoluto seria capaz de apagar a chama que ardia em meu coração no momento em que me sacrifiquei ao lado de meus irmãos de armas.
Costumava dizer que os sentimentos apenas nos tornavam vulneráveis. Claro que isso não passava de uma bela falácia, o que nos torna vulneráveis é o sentimento de culpa, aprender com os erros é o que nos deixam fortes, amar me deixou forte, mas também, causou minha queda. Não devemos suprimir os nossos sentimentos, mas manter o controle, levei tempo para entender isso.
Achava irritante a forma que ele se apresentava em meu templo. Era rude, não tinha boas maneiras, um completo selvagem. Mas quem era eu pra julgar? Não posso culpá-lo. Todos passamos por maus bocados devido a nossa missão como cavaleiros.
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Memórias Póstumas de Camus de Aquário
FanfictionA quem encontrar, aqui entre os resquícios da armadura de escorpião, deixo minhas memórias póstumas.