Capítulo único.

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Ela era uma filha da puta. Uma ordinária. Me sinto um tremendo idiota em ter colocado toda a minha confiança em alguém sem caráter.

Porra,eu dei tudo de mim à ela!

Sou um cachorro que deita e rola se ela mandar, posso lamber a sola de seus saltos sem reclamar, e dou tudo que minha noiva me pedir, sem me importar com o preço.

E sou traído.

Receber uma mensagem de um dos meus melhores amigos, me dizendo que está vendo minha mulher se agarrar com outro cara na balada, foi com certeza o pior dia da minha vida. Nunca pensei que ela seria capaz disso.

E mesmo assim, depois de todos a bagunça que ela fez em mim, não tive a coragem de terminar nosso noivado. Esperei tanto por isso, agradeci tanto por ela ter aceitado o meu pedido,já que antes de termos um relacionamento, brigávamos como gato e cachorro na faculdade, que não consegui pôr um ponto final.

E na verdade,nem quero.

Burro,idiota. É isso que sou. Mas já que não vou conseguir olhar para aquela desgraçada com o rosto mais lindo que já vi e dizer que estamos acabados, decidi ignorá-la até que minha raiva passe. É o melhor que posso fazer.

Já são onze horas da noite, e ainda não voltei para casa. Quase mandei uma mensagem avisando o motivo da minha demora, mas nem eu saberia dizer, e também, ela tem que sentir a minha falta um pouquinho. Pelo menos eu espero.

Distraído com meus pensamentos, me assusto quando meu telefone toca, indicando uma ligação da recepção.

- Boa noite,senhor Jeon. Sua noiva deseja subir. Posso liberar a entrada? - A voz do outro lado era da minha secretária, e assim que ouvi seu recado, fiquei estático, sem acreditar que ela estava aqui. -

- Não. - Desligo o aparelho sem esperar resposta. O que ela tá querendo? Não quero vê-la nem pintada de ouro-

Pouco tempo se passa e escuto novamente o telefone tocar,me fazendo atendê-lo sem paciência.

- O que foi?? - Questiono com a voz ríspida,mostrando mais uma vez que estou incomodado. -

- Senhor... - Sua voz estava trêmula- Ela já esta subindo...- A chamada se encerra.-

Merda. Merda. Merda.

Eu sabia que ela não deixaria isso passar, já tem dias que estou fugindo das suas tentativas de me convencer que estou errado. Mas não vou cair nessa, S/n.

A porta do escritório é aberta sem delicadeza, revelando a mulher que me tira do sério, vestida com uma saia lápis e uma camisa social. Merda, ela está linda.

Seus cabelos soltos eram meu ponto fraco, juntamente aos saltos bonitos que deixavam sua caminhada sexy e elegante.

Mas estou tão chateado que nem isso me convence a quer ela por por perto.

- Não deixei você entrar, não fui claro? - Tomo partido da discussão assim que ela se aproxima da mesa.-

- Eu deveria pedir permissão para entrar no escritório do meu futuro marido?

- Porra, S/n... Não vem com esse papo não,beleza? Agora saia daqui! Já disse que quero você longe!

Ela não me responde, apenas caminha até mim, parando ao lado da minha cadeira, e colocando todos do papéis que estão à minha frente, em um canto qualquer da mesa. Minha cadeira é virada para ela após seu puxão bruto, permitindo que ela sente em meu colo, de costas para mim.

Quando finalmente meu cérebro responde ao acontecimento,levo minhas mãos até sua cintura, tentando tirá-la dali.

- Tá louca, porra? Sai de cima de mim.

Assim se faz uma reconciliação. Onde histórias criam vida. Descubra agora