' ' Stereo Heart ! - 🤍 ¡ ★

⚝ ; Capítulo 4 | Hamlet

— Acima de tudo, sê fiel a ti mesmo, disso se segue, como noite ao dia, que não podes ser falso com ninguém.

— Péssimo. Comece de novo.

— Mas senhor, eu já-

— Sem "mas", Wolfhard. Você quer o papel de Hamlet ou não?

— Sim, senhor.

— Então comece de novo.

. . .

♬ 𝄞 ♪ ♫

O ensaio de hoje foi um fracasso. Tivemos que repetir cada música pelo menos cinco vezes, já que o Finn estava errando todas. Por ser um baixista, achei que não teria tanta diferença se ele errasse, afinal, é um som quase imperceptível na música. Mas hoje percebi que estava errada, o que não acontece com frequência.

Não faço ideia do que está acontecendo com o Finn, e também não perguntei. Não quero me meter na vida de uma pessoa que mal conheço, e ele provavelmente não me contaria assim tão facilmente. Sei o quão reservado ele é. De qualquer forma, tudo que posso fazer é torcer para ele estar melhor amanhã, pois não vou aguentar outro ensaio tão ruim.

Ou melhor, não vou aguentar outro dia tão ruim.

Depois do ensaio, fui direto para o meu dormitório e me tranquei. Não me importo com a aula em que devia estar agora, não me importo em dar explicações, não me importo com nada.

"Eu tenho o direito de me sentir triste, e não preciso explicar isso para ninguém." Eu pensei.

Mas eu não era a única que estava tendo um dia péssimo. E às vezes para entender a dor de alguém, você precisa ver as coisas por outro ponto de vista.

♬ 𝄞 ♪ ♫

Meu nome é Finn Wolfhard, e eu infelizmente sou presidente do clube de teatro.

No começo, tudo era exatamente como eu planejei e como desejei que fosse. Era um clube somente de estudantes apaixonados pela atuação, e todos nós nos entendíamos perfeitamente, sem conflitos ou nada do tipo. Mas com o passar do tempo, as coisas ficaram diferentes.

Desde que o professor de teatro resolveu monitorar o clube, nós perdemos totalmente a liberdade. Agora é ele quem escolhe as peças, atores, dias de ensaio e todo o resto. Ele transformou nosso clube em só mais uma de suas aulas de teatro.

E recentemente, percebi que esse cara me odeia.

Claro, eu não sei o motivo, mas não é como se ele tentasse disfarçar seu ódio por mim. De qualquer forma, sempre dou o meu melhor para continuar sendo respeitoso.

. . .

Eu abro a porta do clube de teatro, e lá estava ele, sendo um babaca arrogante (como sempre foi, e sempre será).

Ele gesticulava e gritava com Shay, que aparentemente tinha acabado de errar suas falas. Mesmo sem me aproximar, pude ver a garota chorar e tremer de medo. Ela nunca lidou bem com gritos, e isso é algo que um professor deveria saber e respeitar.

Sem pensar duas vezes, eu me aproximo, ficando na frente da pobre garota loira. No momento que seus olhos furiosos encontram os meus, seu humor parece piorar ainda mais.