Alfa × Alfa - MinSung Versão [1° e 2° Temporada]

𖧧→ 1°

QUARTA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2021 — 10:30

Minho encarou o prédio de dez andares que ele ia morar, antes de oficialmente entrar. Passou pelo porteiro, que lhe entregou as chaves e entrou no elevador. Suas coisas já tinham sido levadas, seus pais ficaram responsáveis por isso. Ele desceu no sétimo andar e caminhou até seu novo apartamento. Ele entrou e sorriu ao ver como era.

Seu pai realmente o conhecia muito bem. Não era muito grande, mas era aconchegante. Tinha uma sala, cozinha americana, mesa de quatro lugares, varanda, dois quartos com suíte e um banheiro. Já estava tudo mobiliado e ele sabia que aquele lugar tinha sido todo planejado por sua madrasta. Sentia falta dela, ela é legal.

Foi até seu quarto e ali estavam as caixas com suas coisas e suas malas. Se sentou na cama de casal e olhou ao redor. Tudo ali era claro demais e ele até gostava, mas precisava de cor. Iria comprar latas de tinta em breve. Minho não pensou duas vezes antes de começar a organizar tudo. Guardou todas as suas coisas no closet que tinha ali. O quarto logo estava com sua cara e isso o deixava animado para morar sozinho, depois de anos.

Ele guardou as malas e jogou as caixas no lixo. Foi até a cozinha e riu ao ver que o armário estava abastecido. Ela realmente pensava em tudo. O alfa estava pegando uma embalagem de lamen, quando seu celular tocou.

— Alô?

"Minho! Que saudade."

O alfa riu.

— Oi Seung, tá tudo bem?

"Melhor agora que você voltou, eu senti sua falta.

Já está em Seul?"

— Sim. Cheguei há pouco tempo.

"Ok. Deixa avisado aí que eu tô chegando e vou levar algumas cervejas e petiscos."

Minho riu.

— Pode deixar, nós temos muito que conversar.

Ele escutou a risada do amigo.

"Já chego aí."

A ligação foi finalizada e Minho deixou o celular em cima da mesa. Ele avisou na portaria que um rapaz chamado Seungmin chegaria e que provavelmente ele iria trazer alguém com ele. O alfa andou pelo apartamento, foi até a varanda e ficou olhando a rua, foi até o quarto de hóspede e imaginou que ali poderia ser um ótimo estúdio de dança. O Lee já tinha muitos planos.

Ele estava na varanda, quando escutou sua campainha ser tocada. Ele abriu a porta e deu de cara com Seungmin e Hyunjin. Os dois seguravam sacolas e alguns engradados de cerveja.

— Caralho Seungmin, como tu cresceu. — Minho falou, antes de puxar o amigo pra um abraço.

— Cresci muito, sinto orgulho disso.

— Entrem. — Minho deu passagem e Hyunjin entrou. — Hyun, meu amor.

Hyunjin retribuiu o abraço do amigo e sentiu seus olhos marejados. Ele estava sentindo falta.

— Vamos beber gente, eu preciso disso.

O trio de amigos se sentou no sofá e no chão da sala, e as cervejas foram distribuídas. Minho deu um gole generoso na cerveja e sentiu o líquido gelado descer por sua garganta.

— E aí, como foi ficar longe por tantos anos? — Hyunjin perguntou e Minho encarou o amigo.

— Normal. Foi complicado no começo, mas eu acho que foi bom no fim das contas.

Seungmin sentiu seus olhos marejados.

— A gente sentiu sua falta.

Minho apertou as bochechas do mais novo e sorriu.

— Eu também senti a de vocês, muita. Acho que não conhecer ninguém foi o pior de tudo.

E de fato ele não estava mentindo. Foram anos difíceis para o alfa. Ele conseguiu se virar bem, mas a falta que sentiu dos amigos foi enorme. Até sentir falta de seu pai e das conversas idiotas, ele sentiu. Sua mãe era incrível, mas ele não tinha tanta conexão com ela. Ele precisou conhecê-la novamente e foram cinco anos pra isso.

— Você já conseguiu um emprego? — Seungmin bebeu um pouco de sua cerveja e encarou o amigo.

— Ainda não. Eu tenho uma entrevista essa semana. Tô bem animado. E pra dar aula pra crianças.

Seungmin franziu o cenho.

— Eu não gosto de criança. — O ômega falou. — Esse negócio de que ômegas são doidos pra engravidar, não é pra mim. É ainda bem que Changbin pensa igual.

Minho encarou o amigo.

— Você ainda está com ele?

Seungmin assentiu. — Sim! Quatro anos de namoro. A gente se mudou para Seul recentemente. Ele largou a faculdade e foi tentar abrir o próprio negócio. E pior que ele conseguiu, hoje ele é dono de uma cafeteria e ele ama aquele lugar.

Minho sorriu de lado. Era fofo ver a forma que Seungmin falava de Changbin.

— E você, Hyun?

Hyunjin deu de ombros. — Felix terminou comigo recentemente, deve ter o quê? cinco meses? Três anos de namoro jogados no lixo.

Dava pra ver claramente que Hyunjin ainda estava triste. Ele era sempre falante e ele não estava assim.

— Eu sinto muito, Hyun... — Minho abraçou o amigo de lado. — Ele não te merecia, Hyunjin. Você consegue alguém melhor. Vou te apresentar o Jeongin, ele vai voltar pra Coréia mês que vem. Ele estudou comigo. Ele é incrível.

Hyunjin sorriu de lado.

— Eu tô legal, gente. Ainda é difícil, mas eu vou conseguir.

Minho sabia o quanto era difícil você superar uma pessoa que gosta e às vezes, você nem supera, você só acha que superou e paga de superado por aí. Mas no fundo, só você sabe o quanto essa pessoa te faz falta e o quanto você queria ela de volta. Você faria qualquer coisa pra voltar atrás e refazer as coisas, pra ver se dessa vez, dê tudo certo.

E por mais que ele achasse que Jisung era passado, ainda tinha uma parte de si que queria muito que eles tivessem dado certo.

Mas Jisung era passado. Tinha certeza disso.

QUARTA-FEIRA, 3 DE MARÇO — 20:30

Hyunjin e Seungmin só foram embora quando anoiteceu. O Hwang disse que ia pra casa chorar em posição fetal; Minho não gostou muito de saber disso, mas não era algo que ele pudesse mudar. Cada um lida de diferentes formas com suas dores. Seungmin ia pra casa para ficar com o quase marido, já que pelo visto os dois não se desgrudam. E Minho tomou banho, pegou uma garrafa de cerveja e se jogou na poltrona que tinha em sua varanda.

Ele ficou admirando a vista que tinha dali e nem notou quando ele veio em sua cabeça. Já tinha anos que ele não falava com Jisung e nem tinha notícias dele. Às vezes se arrependia de ser emocionado demais e ter visto coisas onde não tinha. Talvez se eles tivessem continuado, as coisas dariam certo, né?

Minho riu.

— Não, Lee Minho, as coisas não teriam dado certo.

E ainda dói pensar nisso.

⸻ 🐺 ⸻

oi nenéns