Sombras escuras. Pulmões pretos

8 3 0
                                    

O ambiente estava silencioso. O dia amanheceu calmo, sereno. Raios de Sol entravam pelas brechas da janela, acariciando sua face com um calorzinho da manhã agradável. A manhã estava tranquila. Até às exatas 8:43 da manhã.

— HORA DE ACORDAR! VAMOS, VAMOS, ACORDANDO. – o som de uma colher batendo em uma frigideira qualquer preenche a sala — Bela adormecida, vamos acordar.

Yuki pula do sofá, assustado. Como dormiu na beira do sofá, pois Ryuki estava o chutando no meio da noite, o susto fez ele cair no chão. Enrolado no lençol, Yuki se levanta do chão, olhando fulminante para Ryuki, que estava com as mãos, carregando os itens de cozinha, na cintura, sorrindo abertamente.

O moreno se segurou muito para não pegar aquela colher de pau e enfiar goela a baixo em Ryuki.

— O café está pronto. Te levante do chão e vem comer. – Aponta a colher pra Yuki, antes de voltar a cozinha.

— Espero que seu café seja bem melhor que seu jeito de acordar as pessoas. Agora, estou pensando seriamente se devo deixar você aqui. – ele se levanta do chão, jogando o lençol no sofá.

— Seu coração é bom de mais para me expulsar daqui. – Ryuki entrega uma xícara com café pra ele –

Yuki olha para o loiro sorridente, ainda meio desconfiado. Como alguém que está em um lugar que nem conhece direito, na casa de um desconhecido, parece tão feliz em uma quarta-feira de manhã?

Ele decide dar um gole no café, que tinha um cheiro bom. Após o primeiro gole, ele olha maravilhado para o café, depois para Ryuki.

— Você tem muito cara de quem gosta de café amargo. Apenas chutei. – Ryuki dá de ombros, focando na sua própria bebida.

— Pelo menos algo você sabe fazer de bom. Talvez eu não te expulse tão cedo... – o garoto a sua frente fica animado – Apenas talvez. Talvez.

— É algo. – Volta a tomar seu café, animado.

Yuki revira os olhos, diante da animação do garoto. Os dois tomam suas bebidas em silêncio, ambos pensando no que iriam fazer depois.

Yuki não tem nenhum serviço para fazer hoje, não mandaram alguma mensagem ou alguém na porta de sua casa, então, estava livre por ora. Ryuki... Nem precisa falar nada. Mesmo estando em um lugar desconhecido, o loiro energético tenta ir atrás de algo para fazer.

— Vai fazer algo hoje? – ele pergunta para o moreno, enquanto coloca a xícara na pia – Eu fiz o café, você lava a louça.

— Engraçado como você age como dono da casa, né? Não te dei liberdade nenhuma pra mandar eu fazer algo. – põe a xícara na pia, cruzando os braços, igual ao menor. – Se eu quiser, você – aponta. – lava a louça.

— Estamos falando de uma cafeteira, uma colher e duas xícaras. Não é difícil, vai cair tua mão? – Ryuki fala em tom bem claro de desdém –

— Se não é difícil, por que não lava? – Devolve o tom desdenhoso.

— Porque já tive trabalho suficiente pra achar as coisas e arrumar café, pois não tinha pó de café nessa casa.

— Peraí, da onde tu tirou café?

— Isso não importa. Você vai lavar a louça.

— E se eu não quiser? Eu mando nessa casa.

— Você vai sim lavar a porcaria dessa louça.

— Não quero. Ponto final.

Ryuki levanta a sobrancelha para o mais alto. Ali estavam os dois, com os braços cruzados, com olhares fixos um no outro. Ryuki ergue a cabeça, sem desviar o olhar, mostrando não ter medo do homem a sua frente. Yuki continua do jeito que está, mas tentando fortemente não desviar o olhar. Não queria mostrar ser incapaz de ficar olhando pra um cara aleatório, que está tentando dar uma ordem simples para ele, mas é orgulhoso de mais.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 28 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Maybe One LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora