Querido Lian, escrevo para ti novamente na esperança de ser a última vez. Essa guerra maldita vem me tirando o sono, a paz.. não vejo a hora de ter-te novamente em meus braços. Ouvir sua voz, ver você, tocar você.. te ter ao meu lado. Almejo como uma louca o fim da guerra. Peço a todas as divindades para lhe trazer de volta para mim, são e salvo. Espero desesperadamente o dia em que verei-te entrar pela porta de nossa casa, com seu sorriso doce e gentil, com seus abraços fortes e acolhedores..ver você! Escrevo isso com meu coração apertado de medo e saudade, mas cheio de amor por ti. Poderia escrever a palavra saudade mil vezes, mesmo assim não definiria a dor que sinto por tê-lo tão longe de mim. Ontem visitei um móvel para decorar, e lembrei-me de quando nos conhecemos. Você estava tão nervoso. Nova cidade, novo país, nova casa..lembro de brigarmos pelo seu mau gosto, e depois de propôr-lhe para deixá-la o mais caseira possível, para você não se sentir tão longe de casa. Esse foi meu trabalho mais longo e também o mais importante. Conheci o amor da minha vida, o homem no qual espero um dia me casar, construir uma família, compartilhar uma vida. Lhe amo como nunca serei capaz de amar alguém. Estou morrendo de saudade e espero te reencontrar em breve. Com amor, sua Taila Boowys.
6 meses atrás
— Julian Zalewski? Perdão se pronunciei o sobrenome errado. Falo algumas línguas, mas russo não está entre elas. Sou Taila Boowys, é um prazer conhecê-lo. – estendi a mão para o nervoso - e gostoso - homem a minha frente, depois de tagarelar.
— Olá, senhorita Boowys. O prazer é todo meu, e não se preocupe quanto o sobrenome, o falou perfeitamente, foi a primeira, inclusive. – rimos. Caraca, a voz dele deixava seu sotaque tão aparente, é sexy. Ele em si é sexy. Uh. Foco, Taila.
— Não precisa de tanta formalidade. Só Taila está ótimo. – informei. — Então, vamos ao trabalho. – passamos longos minutos - ou talvez longas horas - tentando chegar a um acordo sobre como o péssimo gosto dele iria atrapalhar meu plano para a casa. Ok que a casa é dele, mas eu sou a arquiteta. Sei o melhor para essa linda casa com um lindo dono. — Não, não! Jamais deixaria você colocar nenhum móvel, fala sério, azul, nesse espaço maravilhoso. Aqui combina perfeitamente com seis suspensórios de madeira que podemos colocar livros, vasos pequenos de plantas, essas coisas. Mas, jamais, sob nenhuma hipótese, você vai colocar um móvel azul sobre uma parede cinza, está me ouvindo? – estreitei os olhos na sua direção. Ele riu. Que sorriso lindo.
— Ok, senhora arquiteta. – levantou as mãos em rendição. — Pode fazer como quiser. – seria um longo caminho, mas estava feliz em segui-lo.
— Você não irá se arrepender. – prometi.
— Algo me diz que não mesmo. – sorri. Talvez decorar uma casa inteira do zero não seja tão entediante assim.
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Com seu corpo de super-homem e seus 1,85 de altura, Julian Zalewski intimida qualquer um, mas, com apenas dois meses de convivência, percebi que ele não tem nada de intimidador, muito pelo contrário; ele é um homem engraçado, fofo, carismático e extremamente envergonhado. Passamos a nos ver todos os dias. Ele é vice-presidente de uma famosa empresa aqui de Londres, chega pela tarde, quando eu ainda estou arrumando as coisas. Com ele, o tempo passa tão levemente, que nem percebo. Todos os quartos e banheiros já estão arrumados, faltam poucas áreas e a sala de estar e jantar; então meu trabalho acaba, infelizmente. Essa casa é maravilhosa, e o dono dela então, nem sei o que falar. Não deveria, mas me apeguei ao seu jeito; seja como ele sorri quando está com vergonha ou como ele mexe no cabelo distraidamente. Pequenos detalhes que me deixam ainda mais encantada por ele. E como o universo me odeia, eu sou obrigada a ver esse mimadinho chegar do trabalho, naquele terno perfeitamente alinhado aos seus largos ombros, com uma expressão relaxada que o deixa ainda mais sexy.
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Paixão entre guerra
FanfictionAmar é deixar ir; Amar é sacrifício; Amar é apoiar; Amar é não desistir; Amar é amar! Taila Boowys precisou deixar seu amado ir para terrível guerra da Rússia, caso contrário, seria acusado de traição. Durante os meses sem ele, ela lhe escrevia car...