Capítulo 01

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Sun-hye

O barulho dos meus saltos incomodava meus próprios ouvidos, assim como a cara da enfermeira amargurada que arrastava um carrinho cheio de remédios, me deixava um tanto estressada.

O quinto corredor era bem mais silencioso do que o quarto. Talvez seja porque as pessoas daqui estão em um nível perigoso de sociopatia e psicopatia, e não como as do corredor anterior que sofriam esquizofrenia e paranoia. O diretor andava à minha direita e conversava comigo com uma genuína animação a cada corredor que percorremos. De vez em quando eu interagia levemente com sua pessoa, mas de preferência achava melhor ficar calada ouvindo.

Ele vestia um terno caro – E se conhecesse bem ternos, diria que foi criado na França ou em algum país estrangeiro. – Seus sapatos elegantes de bico fino me deixavam estranhamente incomodada, seu cabelo continha muito gel para deixá-lo puxado para trás, em seu pulso direito havia um relógio recém lançado da Detroit Watch Company, e por fim, em sua mão continha uma pasta com as informações de alguns dos meus pacientes. A pasta que eu estava doida para pôr as mãos.

— Creio que vai adorar trabalhar aqui.

O diretor dizia sorridente e eu me contentei em apenas balançar a cabeça. A enfermeira começa a soltar uma tosse escandalosa de quem já havia perdido seus pulmões por muito tempo fumando, ela deixa de nos acompanhar pelos extensos corredores do hospital e para em uma porta com o número trezentos e quatro. Por algum motivo, ela havia optado por começar pela última porta do corredor. Eles deviam ter muita confiança em seus pacientes a ponto de deixarem a enfermeira amargurada entrar lá sem supervisão de um segurança.

— Bom, agora que já conheceu os corredores do terror. — O homem solta uma risada se divertindo com a sua própria piada e pelo fato de eu não querer ser desagradável, forcei uma risada seca. — Vou lhe apresentar sua sala.

Damos a volta e começamos a fazer a saída do enorme corredor enfileirado de portas trancadas.

— Todas elas estão ocupadas?

Corroendo de curiosidade deixo a pergunta escapar. Ele ri soprado e nega com a cabeça.

— Ainda bem que não, e também agradeço aos céus por essas pessoas não se darem bem. Imagina, doutora In, mentes perigosas e de altos Quocientes de inteligência trabalhando juntas. — Não queria nem mesmo imaginar uma coisa tão desastrosa. — Se não fossem tão competitivos e quisessem competir entre si, já teriam saído.

Kim diz por fim e não posso fingir que ele não está certo. Não sabia se era o caso de todos, mas a grande maioria deve competir entre si para saber quem fez a "obra de arte" mais bem feita. Ou então eles simplesmente sabiam que o outro não era confiável, porque o outro, era igual a ele mesmo.

Suspiro começando a me sentir enjoada de olhar para a cor do corredor. Era com um tom monocromático de amarelo, a cor é bem parecida com aquelas lendas de terror chamadas The Backrooms. As portas são de ferro e possuem uma tonalidade branca um pouco enferrujada. Todos os corredores possuíam essas cores, entretanto acredito que a cor que dominava os quartos era a cor branca, ou alguma cor parecida, já que cores claras são neutras e automaticamente transmitem tranquilidade. E é por isso que boa parte da minha casa possui cores neutras.

Esse hospital psiquiátrico é um dos mais famosos do país, como hoje é meu primeiro dia aqui, não posso dizer com toda a certeza que essa fama é bem merecida.

— Chegamos.

O homem me avisou, me surpreendendo. Alguma parte de mim, havia ficado presa no corredor cinco, até o diretor Kim se pronunciar, não parecia que tínhamos deixado aquele ambiente. Ele abre a porta e me deixa entrar na sala primeiro. Não era uma sala feia como eu imaginava, se parecia bastante com uma sala de escritório.

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⏰ Última atualização: Jun 09 ⏰

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