Elas são reais...

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Tudo tem uma história, o que é, e o que foi físico, mesmo que minimamente, sempre terá uma história; seja um homem arcaico que trouxe descobertas de magnitude além da compreensão humana, ou personagens comuns de um jogo que envelheceu mal, não importa, pois o que existiu como lenda e boato no passado: existe hoje fisicamente no conceito do multiverso.

E eu, estava na sala de um dos criadores dessa recém chegada realidade multiversal. Allan Frederic, o Imortal; Se nas gerações anteriores a ideia de carros voarem sobre ruas flutuantes pareciam loucura; nem poderiam imaginar a interação multiversal: a ficção junto da realidade, o que não existia, existindo, e o que já existiu, re-existindo.

Sentado atrás de uma mesa cujo material era roxo escuro e ainda assim tinha aparência de madeira, Allan Frederic desceu o cachimbo até a coxa.

"S/n, Hiper. Pelo que me lembro da sua ficha você aguentou bem o treinamento. Passou nos testes teóricos e práticos com muito esforço... Mas por que você quer se tornar um jogador? É pelas mulheres? Pelo salário? Ou... por poder?" Allan relaxou o corpo na cadeira de ouro.

O Ceo da Reality Multiversal, não é chamado de imortal atoa, como os rumores diziam, se ele estiver relaxando, é porque esta analisando friamente seu convidado.

Eu aspirei o ar junto da pressão que Allan emanava...

"Senhor, tenho interesse em todos os motivos que puder imaginar: Nas mulheres, no salário, nos poderes e, até às aventuras. Quero explorar novos mundos, me relacionar com novas pessoas, e ter uma vida digna de jogador!" Eu disse exalando animação.

Allan abriu um sorriso mostrando os dentes grandes e quadrados, formando uma fileira tão brilhante quanto a lua cheia.

"Isso! É esse o espírito, jovem Hiper! O que obtemos com essa tecnologia é sagrado, e não é qualquer um que pode ser um Jogador. São de pessoas valorosas que eu procuro, pessoas capazes de enfrentar deus e o mundo, se for o necessário" Allan ergueu-se da cadeira.

Ele se virou para vidraça, reparando na paisagem das nuvens, pois sua empresa era enorme e ficava acima dos céus. Allan que iluminava o sol, Allan que permitia a luz das estrelas, Allan que trazia a lua, e também a escuridão da noite.

"Jogador S/n Hiper. Muitos do que entram por essa porta temem admitir suas verdadeiras intenções; e eu os nego, sabe por quê?" Allan perguntou, e deu uma tragada.

"Por que... eles tem medo?" Sugeri.

Allan soprou a fumaça, e voltou-se novamente a mim; o cachimbo desapareceu, e aproximando uma palma da mão na outra.

"S/n, nós somos animais evoluídos, mas limitados. Somos fortes, mas fracos. Porém! O limite da morte, eu o quebrei, S/n! E consegui graças ao meu Eu íntimo, graças ao meu corpo desejante; o prazer, a força, a dedicação... equilibrados na medida certa me fizeram ser o que sou hoje: um imortal"

Allan distanciou as mãos, e por entre as pontas de seus dedos, linhas roxas formaram um triângulo tridimensional.

"S/n Hiper, você quer este poder?" Allan perguntou dramaticamente:

Era como se o ambiente ao redor não existisse mais; de tão intenso e atraente que o triângulo se movia, mudando sua altura, largura e pronfudidade, como uma dança...

Que monstro!

"Si-sim" Eu gaguejei.

"Ótimo" Allan retornou ao seu tom habitual, fechando a palma que ressoou uma ventania em meu rosto.

Poucos segundos depois e, as folhas do contrato estavam na mesa. Dezenas, centenas, milhares de palavras e termos de uso se estendiam infinitamente por um amontoado inacabável de folhas.

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