Snowbound Hearts (Larry Stylinson)

Capítulo III

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(Harry)

Desço do ônibus e respiro fundo, maravilhado. Chamonix é linda. Ao nosso redor, montanhas cobertas de neve sob um céu azul-celeste claro. A vila parece um conto de fadas, com chalés disputando espaço ao lado de antigas construções em estilo de telhado inclinado e hotéis elegantes, tudo coberto de neve. Apesar de ser final da tarde e começar a escurecer, ainda está movimentado com esquiadores e caminhantes agitando-se com roupas coloridas.

Nosso hotel é encantador. Parece um grande chalé com bandeiras do mundo coloridas balançando do lado de fora e luzes brilhando calorosamente nas janelas.

Respiro novamente, apreciando a paz longe das crianças muito barulhentas no ônibus. Elas estão agitadas com muito açúcar e excitação. Se eu me esforçar, consigo ouvir o som da Srta. Twain instruindo as crianças a juntarem suas coisas.

O som da neve sendo pisoteada chega, e Louis se aproxima de mim. "O que você acha?" ele pergunta.

Dou uma olhada rápida nele. É engraçado vê-lo de roupa casual. Ele está usando jeans desgastados que se ajustam às suas pernas longas e uma blusa azul-marinho com uma faixa creme no peito. Estou tão acostumado a vê-lo com roupas esportivas ou terno. A roupa casual combina com ele, assim como a barba por fazer muito atraente, que seria um prazer esfregar em meu rosto. Ele arqueia a sobrancelha, e lembro-me da pergunta.

"Oh, é tão bonito", respiro. "Sinto-me como se estivesse na floresta de João e Maria."

"Você teria ido com a bruxa no conto?"

"Claro. Havia biscoitos de gengibre. Eu gosto muito. Minha mãe costumava fazer no Natal com glacê de limão. Era delicioso." Paro para respirar, apenas para encontrá-lo me encarando. "Comida é muito importante", digo com seriedade para encobrir minha vergonha por minha explosão de palavras. "Minha mãe costumava dizer que ela mandava uma mensagem aos nossos entes queridos." Faço uma pausa pensativa. "Embora eu não tenha certeza do que ela teria cozinhado para transmitir a mensagem 'Desculpe por ler o diário do seu filho adolescente e fotocopiar certas seções para discutir.'" Ele ri. "Você já esquiou muito?" Pergunto, mudando rapidamente de assunto.

Ele acena com a cabeça. "Desde criança. Somos uma família muito esportiva."

"Adorável", digo fracamente.

Um sorriso se forma em sua boca. "Eu estava fazendo pistas pretas quando tinha oito anos."

"E isso é uma coisa boa?" pergunto hesitante.

Ele dá de ombros. "Coloque desta forma – é melhor rezarmos para que Mason Chalmers nunca chegue perto de uma pista preta."

Eu estremeço. "Nunca conheci uma criança mais propensa a acidentes. Quem diabos achou que era uma boa ideia enviar alguém com a percepção espacial de um boneco de neve para uma viagem de esqui?" Ele ri, e eu dou um gritinho quando ele coloca suas grandes mãos nos meus ombros e me vira, de modo que fico de costas para ele. "O que você está fazendo?" pergunto.

"Estou mostrando a você o Mont Blanc."

"A caneta?"

Ele ri alto. "Não. Mont Blanc, a montanha mais alta da Europa." Ele aponta para uma das montanhas que, tenho que admitir, parece exatamente como todas as outras montanhas – cobertas de neve e bonitas. Mas ainda assim, apenas uma montanha.

"Incrível", digo entusiasmado.

Ele ri novamente. "Vamos lá. Vamos organizar tudo." Começamos a andar em direção à porta principal do hotel, e eu abro a pasta azul abarrotada contendo todos os arranjos da viagem. "É bom que você esteja aqui", ele diz, e dou a ele um olhar questionador. Fico surpreso ao ver um leve rubor em suas bochechas, e ele passa as mãos pelo cabelo de maneira um tanto constrangida. "Quero dizer, eu não falo francês e nenhum dos outros também. Teríamos nos virado, mas você é brilhante."