Inverno - Sariette

Capítulo 4

Amando ler os comentários de vocês kkkkkkkkkk continuem!

Beijinhos e boa leitura!

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POV Juliette

— Mamães, eu juro que nunca mais eu vou me pintar de verde, tá bom? E nem fazer meleca com tinta.

Sorri com a inocência da minha pequena, se fosse esse o motivo da nossa conversa, talvez meu coração estivesse batendo menos acelerado agora. Sarah, sentada do outro lado da cama, olhava para nossa filha com a expressão em um misto de angústia e carinho. Ela parecia presa dentro do próprio receio de falar qualquer coisa.

— Minha princesa, não é por causa da tinta verde que a gente quer conversar com você. — Tratei de acalmá-la, vendo o explícito alívio tomar conta do seu rostinho.

— É sobre o que então, mainha?

— Presta bem atenção no que eu vou te falar, visse? — Ela assentiu rapidamente com seus olhinhos verdes atentos em mim — Você sabe que, às vezes, o trabalho de mainha faz com que eu precise viajar, né isso? E aí mainha passa um tempinho fora e depois volta pra casa.

— Sei. Às vezes demora, mas às vezes é rapidinho, né?

— Isso, amor. Às vezes alguns trabalhos são mais longos e aí demora um cadinho. — Fiz um sinal de pequeno com o polegar e o indicador — E por conta desses trabalhos longos, eu fico longe de você e da mamãe, mesmo não querendo ficar muito tempo longe, só que às vezes é necessário.

— Você vai viajar de novo, mainha?

Puxei o ar com força para dentro dos meus pulmões, sem nunca desviar os olhos do olhar curioso da pequena, e soltei devagar quando começou a incomodar.

— Vou, amor. Vou viajar por um tempinho para trabalhar. Mainha vai precisar ficar longe um pouco mais agora, mas eu volto, prometo.

Vi o olhar curioso mudar rapidamente para inseguro, amedrontado até. Yas tinha o semblante sério, e quando desviei meus olhos dos dela pela primeira vez, eles caíram sobre sua mãozinha a qual Sarah fazia carinho agora.

— Pra onde cê vai?

Aquilo estava sendo mais difícil do que eu imaginava, porque o tom de voz dela era como pequeninas agulhas perfurando lentamente meu coração.

— É outro país, Estados Unidos. Você conhece Los Angeles?

— Já ouvi a dinda Ker falar de lá quando a gente tava assistindo As patricinhas de Beverly Hills.

Foi impossível não rir dessa vez. As referências que Kerline ensinava à minha filha eram uma coisa à parte, e Yas amava isso, ela com certeza tinha a melhor madrinha do mundo.

— Pois então, é lá pra essa cidade que eu vou. Tem um novo trabalho, uma série de TV, que mainha vai ser a personagem principal. Não é massa?

— Sério? — Seus olhinhos brilharam, olhando de mim para Sarah, que apenas confirmou com a cabeça.

— Muito sério. E vai ser toda em inglês, pense só!

Ela franziu o cenho, inclinando a cabeça para o lado.

— Mas cê nem sabe falar inglês, mainha. Quem sabe é a mamãe.

Agora quem riu foi Sarah, abaixando a cabeça para passar despercebida, o que não funcionou porque eu a encarei semicerrando os olhos.

— Mainha sabe bem pouco, é verdade, mas eu vou fazer umas aulas especiais e ficar craque no inglês, tu vai ver! — Pisquei um olho para ela, que sorriu — Pare de rir, Sarah Carolline!