01 | Amigos

970 122 37
                                    

Seria de uma importância se você puder deixar o seu voto antes de iniciar a leitura, e se achar necessário, comente também

🌈

Solstice, 18 de fevereiro de 1994

A mulher com os cabelos de cor nanquim amarrado em um perfeito coque, segurava o pequeno filho no colo, todavia, teve que se levantar rapidamente deixando a criança sentada na cadeirinha perto da vasta mesa de vidro e madeira que havia na cozinha da mansão assim que ouviu o grito da senhora Jung. Deixou seu bebê de apenas um aninho para que uma das empregadas o olhasse, e ao segurar no pulso de outra empregada, ambas correram escada acima, apressadas, encontrando a outra mulher próxima a porta do quarto, o semblante era de pura dor e o suor já começava a escorrer por seu belo rosto.

Assim que viu ambas se aproximando, Hyelim pediu para que a mais nova entre elas avisasse ao marido que a hora havia chegado, seu filho iria nascer. E assim, com a governanta da casa lhe ajudando, pegando a pequena malinha verde-claro com o rostinho de um esquilo bordado na parte externa em sua mão, Jung Hyelim desceu as escadas e aguardou pelo marido no hall de entrada, gemendo de dor quando sentia alguma contração mais forte.

A espera não foi grande, afinal, o senhor Jung estava trabalhando no escritório na própria casa desde que sua mulher passou para os nove meses, achando melhor ficar por perto caso ela passasse mal de uma hora para outra. Portanto, rapidamente conduziu a esposa até o carro. Deste modo, em poucos segundos o casal seguiu em direção à maternidade onde teriam seu segundo filho, Jung Hoseok. A filha mais velha do casal — Jung Jiwoo — havia ficado em casa junto com sua babá e os demais empregados.

Quando toda a movimentação e euforia daquele momento passou, a governanta voltou para cozinha encontrando o pequeno filho terminando de comer uma sopinha, as bochechas e a pequena boquinha completamente sujas. Abriu um enorme e sincero sorriso quando o ele lhe encarou com um olhar inocente, completamente alheio a tudo que estava acontecendo ao seu redor, afinal, era novo demais para compreender o que de fato acontecia.

Notando que o filho havia finalizado sua sopinha, pegou o pratinho e colocou sobre a pia, retornando para ele e limpando seu rostinho e suas mãozinhas. O pegou nos braços e seguiu em direção ao próprio quarto, daria um banho nele para depois o colocar para dormir. 

Tiveram uma noite tranquila, Yuna gostava de dormir com a janela aberta pois adorava quando a brisa noturna do lado de fora invadia o seu quarto. Apesar de a mansão não ser exatamente próxima a praia, ainda assim conseguia sentir o ar marítimo.

No dia seguinte, Yuna preparou tudo necessário para receber o pequeno Jung, que assim como a mãe dele, havia ganhado alta após o parto tranquilo. Arrumou o quarto da mulher — mais do que já estava arrumado — e não conseguiu se conter quando viu o pequeno nos braços da mãe que caminhava em passos lentos em direção a cama. Seus olhos se encheram de lágrimas, seu coração parecia prestes a explodir ao lembrar do dia em que teve seu pequeno garoto. 

Jung Hyelim acomodou-se em sua cama com Hoseok em seus braços, ele resmungava e fechava os olhinhos enquanto tentava sugar o seio esquerdo da mulher. Estava bravo e com fome. Depois de uns instantes o pequeno por fim conseguiu extrair o líquido, era feroz fazendo sons de estalo com a própria boquinha que trabalhava com rapidez querendo por mais. 

As duas mulheres que estavam no recinto não haviam percebido a presença de uma quarta pessoa ali. O pequeno filho de Yuna estava parado em frente à porta do quarto com os pequenos olhinhos brilhando e o dedo polegar na boca enquanto com a outra mãozinha, segurava uma pequena mantinha.  

— Oi — Hyelim disse assim que seus olhos avistaram aquela pequena criaturinha. — Vem aqui meu amor, vem conhecer o seu novo amiguinho.

Muito relutante e depois de a própria mãe seguir até onde ele estava, o garotinho deu os primeiros passos para dentro daquele recinto amplo e aconchegante. Os Jung eram completamente ricos e tinham uma casa estonteante até demais.

(re)significar | sopeOnde histórias criam vida. Descubra agora