Em uma época não muito antiga no interior do Maranhão Avia um pequeno vilarejo chamado olho d'água, nome que se deu em homenagem a uma nascente de água que surgiu ali para a alegria de todos daquele lugar, naquela época o acesso a água era muito difícil e as pessoas costumavam viajar muito longe para pegar, tambem costumavam levantar bem cedo antes do raiar da luz do sol para fazer os afazeres, eram pessoas muito humildes, as suas casas eram apenas chopanas feitas de palhas e nada mais, as crianças dificilmente iam a escola pois preferiam ou por simplesmente pura necessidade trabalhar para ajudar os pais, tudo era diferente, os mais velhos contam que nesse tempo os dias eram mais longos, e até a luz da lua era mais clara, quando era lua cheia ela ficava tão clara que chegava a causar dúvidas nas pessoas, ninguém sabia realmente ao certo se era dia ou noite, pois ninguém tinha um relógio para marcar a hora, isso acabava que facilitava o caminho de quem quisesse sair para uma viajem muito longa, mas isso não era muito seguro, todos ali sabiam do mal que abita na escuridão da noite, mesmo que fosse lua cheia, então teve um certo mês específico que começou a surgir rumores de um bicho grande que andava correndo pela estrada a fora toda noite, e que já avia perseguido alguns que andavam a cavalo a noite, na época cavalo era cobiçado por ser o único meio de transporte, e quem era mais bem de vida possuía por vezes uma bicicleta, e não demorou para que descobrissem que se tratava de um lobisomem, e claro que todos já aviam ouvido falar disto mas poucos ali tiveram a infelicidade de ver um, e os que viram trataram de informar a todos como era a aparência da criatura, alguns diziam que era parecido com um jumento, outros diziam que parecia um porco enorme, a única semelhança de ambas as versões era que a cabeça das criaturas era como a de um ser humano e que possuía cabelos eos dentes como de um cachorro, porém isso não passava de especulações dos escandalosos querendo assustar as pessoas, mas ali avia um homem cuja a coragem era inigualável e muito invejável, esse homem era muito esperto e ouvindo os rumores ficou em alerta, como costumava viajar muito a noite ficou preocupado então comprou um facão grande e bem afiado quase igual a uma espada com intenção de se defender caso acontecesse algo no caminho, os dias se passaram e o homem seguia suas viagens como de costume e nada nunca acontecia para seu alívio, porém os outros andarilhos não tinham a mesma sorte, eram frequentes as notícias de que alguém avia sido atacado no caminho pelo temido lobisomem, e todos começaram a evitar passar por aquele caminho que se estendia por uma encruzilhada pelo meio da mata e se acabava em uma ladeira alta chegando próximo da cidade onde era o destino de costume de todos que por ali vinham, como todos passaram a evitar o caminho e somente o corajoso homem tinha a coragem de andar por ali, muitos começaram a questioná-lo, e o homem já enfadado daquela história afirmou que iria por um fim naquilo, duvidando dos demais, pois também achava estranho ele ter sido o único a não ser atacado pelo tal lobisomem, a primeira coisa que o espertalhão do homem fez foi uma figilia todos os dias as 6 horas em ponto, ele ia a encruzilhada e andava olhando em cada casa disfarçadamente até que um dia notou algo estranho numa certa casa, a última casa era a de um velho senhor viuvo que se chamava Justino e todos chamavam "justinão", era o vendedor de jaca e quibane, ultecilios feitos com bambum, o dito senhor ganhava a vida fazendo isso, todos dali eram seus freguêses, o homem curioso ficou observando o velho de longe atrás de um pé de manga que ficava em frente a chopana do velho, o mesmo sem se dar conta de sua presença parecia atento olhando para as pessoas que por ali passavam, era umas seis e quarenta e cinto da tarde, e a medidida que a noite avançava o comportamento do velho parecia ficar cada vez mais inquieto, até que algo lhe chamou a atenção para um homem que morava na cidade estava indo embora de bicicleta pela encruzilhad ia pedalando rápido como se quisesse chegar logo ao destino, certamente porque estava morrendo de medo de cruzar com o lobisomem, o velho ergueu a cabeça e ficou olhando o homem sumir na curva escura, depois disto levantou_se e entrou na chopana que já estava com as paredes de palha cheias de buracos, o homem ainda no pé de manga se demorou ali por alguns segundos até que viu algo inesperado, pelos buracos das paredes de palha pode ver bem o velho de cócoras que começou a se contorcer fazendo grunidos e espumando pela boca e com as duas mãos girou a cabeça três vezes, e terminado isso já não era mais o velho, era um bicho grande e muito cabeludo, com cara semelhante a de um porco e com dentes bem afiados, os olhos vermelhos como sangue, os pes eram como pes de porco, era bem nítida a visão do homem que muito assutado com aquela aberração se levantou com muito esforço e, saiu dali querendo correr mas não tinha força nas pernas pois o medo era muito grande, cambaleou até em casa tremendo de medo, naquela noite não comeu, so caiu na rede e rezou o pai nosso umas dez vezes até adormecer, quando amanheceu o homem levantou cedo inquieto pensativo, não demorou pra receber a notícia de que o homem da bicicleta avia sido atacado pelo lobisomem naquela mesma noite, não avia mais dúvidas, ele sabia quem avia feito aquilo, o homem não disse nada apenas ouviu calado a notícia triste, e quando a noite chegou o homem sem o medo de antes seguiu para a estrada e quando chegou na frente da casa do velho falou meio alto, com intenção do velho ouvir:
__Eita esqueci do meu facão, mas vou assim mesmo.
E seguiu o caminho fingindo não ter visto o velho que o observava de longe, o homem foi até a cidade e demorou la esperando ficar bem tarde para voltar, planejando encontrar com o lobisomem, a lua tava cheia e estava bem alta no céu indicando ser meia noite, o homem tratou de ir embora e seguiu o mesmo caminho, quando chegou no meio da encruzilhada ouviu um estalar, como se tivessem quebrando pal na mata fechada, sem medo algum ele seguiu calmo e o estalar começava a ficar cada vez mais alto, podia ouvir cada vez mais perto aos poucos podia ouvir um rosnar que foi ficando cada vez mais alto, o homem colocou a mão por dentro da camisa e pegou na faca que estava escondida dentro da calça, o bicho se aproximava cada vez mais ate ficar bem perto do homem, que segurava a faca bem firme e na hora que o bicho pulou a faca foi certeira, o lobisomem gruniu e rosnou e correu atrás do homem que com um gesto certeiro acertou de novo no bicho que entrou mata a dentro, o homem correu como se tivesse fugindo do próprio diabo, e talvez até fosse o próprio, quando o homem chegou em casa fechou as portas, colocou tabua, cadeira na frente da porta, e não disse nada a mulher. Deitou na rede e adormeceu com a faca ainda suja de sangue do lado, depois disso não demorou para ouvir os rumores de um acidente que avia acontecido com o velho justinão, diziam que ele avia caído em cima de um pambuzal e se furou, o homem sabendo da verdade não dizia nada, so ouvia a história, foram dias com o velho acamado até que morreu desse estranho acidente, e depois disso misteriomente o lobisomem também sumiu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contos & Relatos Sobrenaturais
ParanormalEste livro traz uma coletânea de mini contos e relatos sobrenaturais, alguns fictícios e outros baseados em fatos reais. Boa leitura :).