Chanyeol estava em seu terceiro soninho no sofá de cinco lugares da sala de casa; estava exausto. Passou a madrugada acordado devido a uma partida de LOL — perdeu, inclusive — e acordou cedo para poder trabalhar em home office. Chanyeol estava destruído. Não tinha café ou energético certo que conseguia lhe despertar. Porém, uma coisa que sempre conseguia o acordar, mesmo que dormisse da maneira mais pesada do mundo, chegara em sua humilde residencia.
Como sabia? Era fácil: o som do ronco do motor exagerado do carro de sua irmã e o som dos saltos batendo contra o piso de porcelanato e das chaves balançando em seu dedo. E, claro, sua voz ligeiramente alta. Ficou quieto em seu canto, não moveu um músculo, torcendo para ficar invisível, mas acabou sendo pego por ela. Yoora se aproximou, tentando não fazer barulho — impossível com aqueles saltos — e ficou atrás do braço do sofá, esticando as mãos até o rosto do irmão mais novo, apertando suas bochechas com força.
Na época que usava aparelho, sofria horrores, pois aquele era o jeito preferido da sua irmã lhe cumprimentar desde que se conhecia por gente e ela acabava esquecendo algumas vezes. Agora que já tinha dispensado o aparelho, sofria um pouco menos, mas as mãos dela eram ligeiramente pesadas, em compensação.
— Cheguei, bebê! — Yoora falou com uma voz infantil, após massacrar suas bochechas. — Sentiu minha falta?
Chanyeol era o xodó de sua irmã mais velha.
— Acredita que não? — Sorriu falsamente e respondeu, colocando as mãos nas bochechas, agora avermelhadas pela sessão breve de tortura. — Eu tenho pena dos seus pacientes, que mão pesada do caralho, Yoora. — Sua irmã lhe mostrou o dedo do meio, enquanto caminhava alegremente até a cozinha com suas quase dez sacolas de compras.
A loira era estudante de medicina, tinha se formado há um ano e era muito dedicada. Uma ótima profissional; era aluna destaque na faculdade, excelente, mas seu irmão não perdia nunca a chance de lhe irritar.
Chanyeol sentou no sofá e tirou o celular do bolso. Iria ver o que ela estava fazendo e para o que eram aquelas sacolas que ela trouxe, porém, no instante que apoiou as mãos para levantar, sua atenção foi voltada para uma pessoa adentrando pela sala, que o fez ficar paralisado no sofá.
— Céus, você fala palavrão? — Uma voz masculina, já conhecida por si, tirou seu foco da irmã e o assustou, lhe fazendo virar o rosto com os olhos arregalados. — Tô realmente surpreso — comentou, colocando a mão em seu peito, fazendo uma expressão de choque e logo depois lhe mostrando um belíssimo sorriso.
Não estava esperando que ele estaria ali, senão continuaria quieto, como geralmente ficava quando ele estava por perto. A presença do rapaz de 1,74 m, cabelos recém-pintados de loiro, usando óculos escuros e de beleza nível exuberante, deixava Chanyeol totalmente desconcertado. Ele e Yoora eram inseparáveis desde o colégio e ela fora fazer compras, é claro que Baekhyun estaria com ela.
Não sabia lidar com Byun Baekhyun, melhor amigo de sua irmã desde o fundamental. Um dos caras mais populares desde a época do colégio, famosinho do Instagram barra digital influencer e médico assim como sua irmã; lindo, inteligente, super comunicativo. Infeliz (ou felizmente) comprometido — de um jeito ou de outro, Chanyeol nunca chegaria nele, não tinha essa coragem, porém, tinha certeza que, se o fizesse, seria descartado.
Ficou paradinho no sofá, até ia levantar para voltar para o quarto, mas desistiu, pois sabia que o loirinho iria até ele, caso levantasse.
Às vezes esquecia que a sociabilidade dele era quase que maior do que a de sua irmã. Baekhyun se aproximou do sofá, colocando uma das sacolas de suas compras no espaço ao lado de Chanyeol.
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Coelhinho
FanfictionChanyeol era um típico nerdola: não costumava ter interesses amorosos. Todavia, a verdade era que só tinha olhos para uma pessoa. Baekhyun era melhor amigo de sua irmã, seu completo oposto, mais velho e paixonite aguda de Park desde o colegial. Tent...