❆⋆.ೃ࿔ PARTE 3

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Natalí


Natalí acordou na sexta feira bem cedo como sempre fazia, se arrumou, nem tomou café da manhã, só jogou uma torrada na boca e saiu apressada de seu apartamento.

Parou na esquina de sua casa.

Suspirou fundo, bem fundo mesmo.

Deu meia volta.

Voltou para casa arrastando a derrota atrás dela.

Arrancou as roupas e se enfiou no mesmo pijama velho que havia tirado há meia hora.

Se jogou frustrada e cara na cama.

Virou pra cima e ficou encarando o teto com as pernas e os braços abertos como se fosse uma estrela do mar.

— É o pior Dezembro da minha vida. Vai ser o pior Natal da minha vida. Me desculpa Jesus, eu sei que a festa é sua e tal, mas será que não dava pra aliviar só um pouquinho? O Senhor sabe que eu curto pra caramba o seu aniversário, e eu sei que não é exatamente a data do seu aniversário e eu sei que estou em falta com o Senhor e que nem falo mais como devia com o Senhor e que eu tenho dado muita mancada e que nem mereço que o Senhor me escute por causa dessas mancadas, mas eu não estou em clima de festa esse ano. — Ela parou de falar um instante quando sentiu as lágrimas chegando. — Aaargh, desculpa, Senhor, eu sei que estou um porre nos últimos dias. Esquece, finge que eu não disse nada. Caramba, é claro que não tem ninguém me ouvindo, ninguém lá em cima ia perder tempo me escutando e eu nem sei porque eu perco meu tempo. — Ela cobriu a cabeça com o travesseiro e berrou. — AAAAAHHHH! Amanhã já é Janeiro?

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O cara que salvou a vida de Natalí


— E a garota queria mesmo se matar? — Dani perguntou para ele.

— Me pareceu que sim, mas não tenho certeza. Na verdade acho que não. Acho que ela era só uma moça distraída e cheia de problemas.

Dani abriu o porta malas do carro, ele tirou duas caixas enormes de cesta básica lá de dentro e ela fechou com um baque forte.

— Essas coisas só acontecem com você, meu amigo. — Ela falou rindo quando os dois entraram no orfanato.

Mais tarde, depois de deixar ao menos umas dez caixas de cestas básicas na despensa do orfanato, ele estava sentado no quintal dos fundos na mureta de um canteiro de flores descansando um pouco e observando a molecada brincando de futebol enquanto Dani conversava com as cuidadoras lá dentro, mas sua mente estava bem longe.

Ficou pensando nas coisas que a garota bonita disse.

Ele baixou a cabeça e ficou brincando com um graveto entre os dedos.

Ela disse que tinha perdido o emprego e o namorado. Ele só lamentou pela parte do emprego mesmo que não a conhecesse.

Tudo havia acontecido muito rápido, mas ele não parava de pensar nela.

Tinha alguma coisa diferente no jeito dela. Tentou se convencer de que só estava pensando muito nela porque a garota era bem espirituosa, não pelo fato de tê-la achado muito bonita, muito atraente e que seu jeito doidinho tinha provocado uma sensação estranhamente boa em seu coração.

*:・゚★ UM AMOR DE NATAL ೃ࿔❆・:・Onde histórias criam vida. Descubra agora