3 Days Until Christmas - Larry (Romance gay)

- Laços de juventude -

Louis estava tomado por uma ansiedade febril diante do seu primeiro dia de aula no ensino médio. A transição para esse novo capítulo de sua vida desencadeava uma torrente de emoções incontroláveis, transformando seus batimentos cardíacos em uma batida desenfreada.

Agarrando com firmeza a alça desgastada de sua mochila, Louis sentia o peso dos olhares julgadores que recaíam sobre ele, consciente de que sua família mal havia sobrevivido financeiramente às férias recentes, deixando-os incapazes de arcar com materiais escolares novos.

Enquanto se dirigia ao seu armário designado, Louis encontrou-se imerso em um mar de murmúrios, sussurros que ecoavam os boatos sobre um novo aluno, um estranho que aparentemente carregava consigo um passado sombrio de expulsões e confrontos.

Para Louis, porém, a chegada do desconhecido representava um alívio disfarçado. As atenções, esperava ele, seriam desviadas de sua própria situação humilde para o enigma do novo aluno.

Com os materiais em mãos, Louis navegou pelos corredores labirínticos em busca de sua primeira aula, apenas para se deparar com a presença de alguém que parecia não pertencer ao quadro de alunos conhecidos. Um sorriso encantador rompeu o desconhecido quando se apresentou como Harry, e nesse instante, algo dentro do coração de Louis despertou.

— XXX —

Louis lutava para conter as lágrimas que teimavam em escapar, seu corpo tremendo sob a agonia que o consumia desde a noite anterior. Os chamados insistentes para o seu melhor amigo, Harry Styles, haviam permanecido sem resposta, até que sua mãe, Johanna, entregou-lhe uma carta.

O conteúdo da despedida, uma banalidade insuportável! Como podia Harry, seu confidente desde os primeiros dias do ensino médio, simplesmente partir sem uma despedida adequada? Uma carta... Uma maldita carta! Entregue sem o menor respeito por seus sentimentos, fragmentara seu mundo em inúmeras peças dolorosas.

— Minha criança, por que choras assim? — Johanna envolveu Louis com suas mãos suaves, buscando confortá-lo.

— É o Harry, mamãe. Ele vai embora, e nem ao menos teve a decência de se despedir de mim. — As palavras escaparam de Louis entre soluços, enquanto ele se aconchegava no calor materno.

— A conexão que partilham é profunda, querido. Uma força que nem mesmo a distância pode extinguir.

— Então, por que...? — Louis mal conseguia articular sua pergunta, perdido entre a tristeza e a indignação.

— Talvez ele não quisesse ver você assim, meu amor. Talvez a partida tenha sido demais para ele enfrentar, sabendo que seria a causa de sua dor. — Johanna tentou consolar Louis com suas palavras sábias, revelando um vislumbre de esperança.

— Mas isso não faz sentido...

— E talvez nunca fará, querido. Mas ainda há tempo para buscar respostas. Talvez você devesse perguntar a ele como se sente? — As palavras da mãe ecoaram no coração de Louis, incitando uma centelha de determinação.

— XXX —

Seu peito doía, seus joelhos fraquejavam e suas pernas estavam prestes a desabar, mas... Ver aqueles olhos uma última vez. Aqueles olhos que lhe cativaram no primeiro ano do ensino médio. Os olhos quando ele teve medo dos valentões e Harry apareceu para lhe socorrer. Eram os mesmo olhos que o olhavam com preocupação depois que se beijaram, depois de Louis ter dito que nunca havia beijado ninguém em toda sua vida.

Aqueles olhos que agora estavam banhados em lágrimas, o encarando através do vidro traseiro do carro. A mão direita apontada para Louis. Foi fácil quando Tomlinson gritou as palavras que sempre quis dizer durante três anos de suas vidas. E bastou prestar atenção no olhar que o encarava, para saber a reposta. Era a mesma reposta que vibrava em seu peito.

"Eu te amo".