Capítulo 13: A conversa

2.5K 144 3
                                    

• GABRIELA •

Não estava nas minhas metas ver meu chefe nu, e muito menos era meu objetivo ter um sonho extremamente erótico com aquela cena. Eu era oficialmente uma pervertida que tinha sonhos impróprios com pessoas que não podia.

Tentava não me desesperar com o fato que teria que vê-lo pela manhã, isso só podia ser uma praga que jogaram em mim.

Abri a porta do meu quarto, decidida a enfiar a minha cara no chão. Senhor, já estou sentindo as minhas forças irem embora.

Andei pelo corredor apressada, tentando ao máximo ignorar a porta do aposento dele, assim que cheguei no quarto da bebê notei que ela não estava lá. Isso era bem preocupante.

Desci as escadas quase correndo e ouvi um som bem perceptível vindo da cozinha, acompanhei o barulho e assim que passei pela porta, suspirei de alívio ao ver Philiph preparando o café com Catarina.

- Você acordou... Bom dia! -Ele falou, passando o café. Não consegui olhar em seus olhos.

- Que surpresa te ver aqui esse horário... - Ele só acostumava a acordar neste horário nos finais de semana.

- Hoje vou ficar em casa, Isadora foi para o escritório resolver algumas coisas, quero ficar um pouco com a Catarina. - Isso seria uma péssima ideia para a vergonha que morava em mim.

- Que ótimo, é bom ter você aqui. - A mentira estava estampada na minha cara.

- Seria pedir muito que você nos acompanhasse no parque hoje? - Ok, isso é péssimo!

- Claro! Vai ser legal. - ele deu um sorriso

- Vou só terminar de preparar algumas coisas e já podemos ir..

Meu coração estava acelerado, passar várias horas com ele significava ter que aguentar uma grande parede invisível que mais parecia uma muralha entre nós. Por que caralhos esse homem quer me arrastar junto?!

Era um péssimo dia para isso.

                ✮✮✮✮✮✮✮✮✮✮✮✮✮✮✮✮

O parque estava bem tranquilo para o horário. Diversas famílias faziam piquenique e brincavam com as crianças. Pode até parecer sem graça, mas eu amava estar lá.

Logo que chegamos, meu chefe encontrou um local com sombra para colocarmos as coisas. Foi até que fácil encontrar um local perto do lago, a Catarina adorava observar os patinhos.

Comecei a tirar as comidas da bolsa e garanti que Catarina estivesse se divertindo com seus brinquedos.

- Gabriela.. - me virei, dando atenção ao meu chefe

- Sim?

- Sobre o que aconteceu ontem a noite... - Aí meu deus, ele não iria querer falar disso agora né?! - Eu estive pensando e...

- Olha, nós não precisamos conversar sobre isso. - olhe ele nos olhos.

- Eu só queria me desculpar pelo o que aconteceu, foi desagradável e deve ter sido bem vergonhoso para você. Pode me desculpar?

Eu jamais conseguiria esquecer a cena que vi, principalmente após o sonho indecente que tive nesta noite, que diga-se de passagem não foi nem um pouco profissional, logo em seguida devo mencionar o incidente da noite passada e o privilégio de espiar o corpo do meu chefe, e puta merda, que corpo.

- Imaginei que iria querer conversar sobre isso, mas sinceramente não posso aceitar. - pensei bem na forma que iria dizer - O senhor estava na privacidade do seu quarto, e nós dois somos adultos o suficiente para entender que podemos lidar bem com isso. Enfim, não me deve desculpas.

- Você é um anjo Gabriela, além de tudo isso ainda me ajudou a cuidar de Cata fora do seu expediente, obrigado. - Seu sorriso me fez ficar com as bochechas queimando, que raiva!

- Papa! - a pequena interrompeu a conversa, apontando para o poodle que estava do nosso lado.

- Olha cata, é o "auau" - ele disse, mostrando o cachorrinho branco para a menina. Era fofinho, a cena mais linda que já devo ter visto.

Olho para o lado e fico perplexa ao ver Philiph com uma caixinha de cigarro na mão.

- Se importa? Sei que pode ser bem desagradável, mas no momento necessito disso. - Ele perguntou, com o cigarro apagado na boca.

- Sem problemas, fica a vontade. - Ele pareceu ficar aliviado - Não imaginei que fumasse, nunca senti cheiro de cigarro pela casa.

- Faço o possível para não fumar perto da Catarina. Na verdade estou tentando largar esse maldito vício.

- E tem certeza que está conseguindo? - Me permiti ser um tanto quanto inconveniente, ele apenas soltou uma risada triste.

- É bem mais difícil do que parece, e com tanto estresse que a Isadora me faz passar, é isso que me alivia.

- Está tudo bem? Você parece mal ultimamente.

- Você sabe que não precisa ouvir os meus problemas, né?!

- Eu sei! Mas já te disse que sou toda ouvidos, caso precise!

- Certo, mas novamente, vou pedir que isso fique só entre nós. - concordei com a cabeça

Philiph me contou o que o atormentava, toda aquela história de ter se inscrito num app de namoro, das mulheres que conversou e sobre não achar ninguém que ele considerasse "a altura" de ter um relacionamento com ele.

- Talvez você só não tenha encontrado a pessoa certa.

Não tive a intenção de dizer isso, pelo menos não com esse tom de voz. Mas derrepende minha boca tomou vida própria e meus pensamentos viraram palavras. Caralho, o que tá acontecendo comigo?!

- Cuidado senhorita, posso considerar isso um convite - suas palavras foram brincadeira mas minha vergonha foi real.

- Me desculpa, eu não quis dizer nesse sentido! É só que... - A risada dele me interrompeu

- Não precisa ficar envergonhada com tudo, sei bem que isso é bem improvável de acontecer. - por que essa frase foi tão estranha?

Depois dessa conversa estranha, nos levantamos e fomos passear com Catarina e logo em seguida fomos para casa.

No fim aquela conversa acabou sendo mais necessária do que imaginava.

Notas da autora:

Enfim, a conversa aconteceu! Curtam e comentem muito para eu saber que vocês estão realmente gostando da fic. Bjinhos até o próximo cap 😘

Uma Babá Para a Minha Filha (HOT)Onde histórias criam vida. Descubra agora