Capítulo Único

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Aviso: depressão garantida (ou não, vai que você é uma pedra)


O amor é a coisa mais bela do mundo. Infelizmente, também é uma das coisas mais difíceis de manter, assim como uma das mais fáceis de se desperdiçar. - Colleen Hoover

Aemond caminhava de maneira apressada pelas passagens secretas do castelo, querendo não ser visto e nem pego fora do quarto há essas horas da noite. Ele sabia de cor como sair do castelo e até mesmo agradecia isso ao Aegon e sua imprudência em sair para beber.

Ele não estava indo buscar seu irmão, graças aos bons deuses.

Já faz seis meses que ele saía dessa mesma maneira pela madrugada, indo em direção de uma certa pessoa que não saia de seus pensamentos. Eles podiam se encontrar nos corredores ou em seus quartos, porém Aemond sabia que seu amado gostava do vento da noite e de olhar para o céu estrelado e era por isso que ele fazia esse mesmo trajeto, mesmo que não precisasse.

Aemond sorriu ao sair do castelo e caminhar em direção a mata do Rei. Era uma floresta extensa e privada para caça do Rei e portanto não era longe e também não era acessível a pessoas comuns. Era um lugar pouco iluminado e, mesmo assim, Aemond conseguiu achar uma pequena cachoeira escondida. Quando ele chegou perto, ele podia ouvir a água sendo derramada no pequeno lago e também podia ver a iluminação um pouco melhor.

Lucerys já estava sentado na toalha extensa que ele sempre trazia para não sujar suas roupas de terra. O esperando com um sorriso nos lábios e com uma saudade apertando seu peito.

Aemond sorriu ao se aproximar e ser notado pelo olhar intenso do menor, sabendo que ele não havia demorado muito e mesmo assim seu amado estava impaciente. Lucerys era impaciente, Aemond sabia disso melhor do que ninguém.

— Pensei que não viria — disse Lucerys sorrindo e em um tom calmo. Aemond se aproximou e se sentou ao lado do menor quando deixou sua espada de lado na grama. — Sei que você não acha legal vir aqui.

— Eu gosto daqui, é um lugar só nosso... — respondeu Aemond ao Velaryon, que riu e negou com a cabeça, como se achasse graça em algo. — Nunca minto para você. O quarto é só mais fácil.

— Gosto de vir aqui por que parece tão distante da nossa realidade. — disse Lucerys com um sorriso fraco nos lábios, encarando a cachoeira a frente com certa tristeza. —  Você sabe como as coisas serão daqui para frente.

Pés, não me falhem agora
Me levem até a linha de chegada Oh, o meu coração se parte a cada passo que dou
Mas espero que nos portões
Eles me digam que você é meu

Sim, Aemond infelizmente sabia.

Por mais que Viserys estivesse com o pé na cova e com a herdeira proclamada, após a morte iminente dele, uma disputa aconteceria e eles estavam em lados opostos disso tudo. Aemond não queria confessar, porém temia o que isso significava para eles.
As memórias, os beijos, os toques, os sentimentos inexplicáveis e surreais, tudo isso viraria lembranças distintas.

—  Eu não quero isso. Eu... Eu te amo — sussurrou Aemond suspirando, incapaz de reprimir aquele sentimento avassalador em seu peito. Lucerys virou para o prateado e sorriu, com os olhos cheios de lágrimas. — Eu te amo, Luke.

''Sempre você''Onde histórias criam vida. Descubra agora