𝑶𝒏 𝒕𝒉𝒆 𝑵𝒆𝒕 𝒐𝒇 𝑳𝒐𝒗𝒆, 𝙺𝚎𝚒 𝚃𝚜𝚞𝚔𝚒𝚜𝚑𝚒𝚖𝚊

IV

JÁ PASSAVA DAS SEIS DA NOITE  e a ruiva estava passeando pelo Museu da cidade de Sendai, estaria com Aki mas desde a festa que Kuroo a convidou, ele e Akito estavam saindo e naquele dia iriam jantar. Fazia três meses desde que teve a melhor transa de sua vida e nunca mais viu o rapaz, também estava na terapia pra superar o término e todos as coisas que o seguiram.

Trabalhava em uma empresa famosa por suas animações impecáveis, era uma designer de animação e agora estava trabalhando em um novo projeto sobre o japão. Estava com os olhos fixos em um quadro famoso quando sentiu uma presença atrás de si, aquilo a assustou mas assim que se virou seu corpo tensionou.

—— Tsukishima — Falou levando a mão ao peito devido ao susto.

—— O que faz aqui? — A questionou curioso e se aproximando.

—— Trabalho. E você? — Devolveu a pergunta o encarando.

—— Trabalho — Tsuki respondeu sério e mostrou o crachá de funcionario do museu —— Conseguiu salvar o seu relacionamento de merda? — Indelicado o loiro perguntou.

—— Me desculpe por não ter ligado ou coisa do tipo, foi difícil e nossa, foi tanta coisa uma atrás da outra. Não pense que te usei, por favor — Pediu envergonhada e ele soltou uma risada nasal.

—— Eu só te comi, não te pedi em casamento. Você pode não ter me usado, mas eu com certeza te usei, e gostei bastante — Ele falou ríspido e se afastou —— O museu fecha em breve, espero que esteja terminando o que quer que seja que está fazendo ai parada — Avisou e antes que pudesse sumir da vista de Vênus foi segurado.

—— Você não precisa ser um babaca comigo, pode simplesmente dizer que foi apenas sexo — Vênus reclamou visivelmente incomodada com a forma a qual foi tratada —— E eu já estou saindo, sei que você não se importa de qualquer forma — Sussurrou e passou a frente dele.

Estava se sentindo enjoada, cansada e com uma leve tontura, tão leve que a fez quase se estatelar no chão, se não fosse por Kei, que a viu cambalear e se aproximou para verificar se estava tudo bem, que calhou de ser no exato momento de seu desmaio. Ele a levou até um banco onde a deitou e buscou um copo d'água, esperou calmamente que Vênus acordasse e então a entregou o copo.

A ruiva guardava consigo um imenso segredo, não o contaria a ninguém e apenas sua terapeuta sabia, estava grávida. O feto estava com dez semanas, ou seja, por volta dos três meses, o que fazia de Tsukishima um possível pai, não contaria a ele sobre o bebê, não até ter total certeza do que faria com a criança.

—— Você está bem? — O homem a perguntou com a voz falha.

—— Sim, apenas queda de pressão, não se preocupe. Obrigada — Mentiu e tentou se levantar.

—— Vamos a um hospital, eu te levo. Merda. Você veio de carro? Eu vim de moto — Falou nervoso e teve a mão segurada pela ruiva.

—— Tsuki, está tudo bem. Eu juro, é só uma queda de pressão — Garantiu e se afastou do rapaz —— Aliás, eu não tenho carro, sequer tirei a habilitação — Contou e riu com o maior.

Despediram-se e cada um seguiu o seu rumo, mesmo que Kei estivesse preocupado com Vênus. Desde que haviam transado, Tsukishima esperou por uma ligação, mas decidiu que uma mensagem estava mais do que suficiente, entretanto, nenhuma das duas chegou. Passou a querer ainda mais ao lembrar de um fato importante, não haviam usado proteção naquele dia e sequer tomou cuidado com isso, em todas as vezes havia ejaculado dentro.

Não queria ser pai, não agora que estava tendo seu destaque no time de vôlei e conquistando suas coisas, estava morando sozinho a poucos meses e já estava com a mobília quase completa. Uma criança apenas o impediria de realizar pequenas coisas que planejava para os próximos dez meses, a casa completa, viagem à Groenlandia, ao Egito, queria conhecer o mundo e então poderia pensar na construção de uma família. Além disso, sequer conhecia Vênus, o sobrenome da menina era desconhecido, a origem desconhecida, os gostos, preferências, a família, como poderia ter um filho com uma mulher que sequer sabia algo que não fosse a preferência durante o sexo e o som do gemido?