Prólogo

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Eu observava os pequenos flocos de neve que dançavam no ar pela janela. Eu estava encolhida, com os braços agarrados às minhas pernas afim de aquecer meu corpo gélido e pálido. Meu celular começou a tocar e uma sensação ruim percorreu todo o meu corpo. Seja forte Aileen, meu subconsciente me dizia.

"Querida?" Sua voz soava doce e rouca.

"Mãe? Você está chorando?" Perguntei começando a ficar preocupada.

"Seu pai...seu pai quer vê-la" Ela disse pausadamente "Você poderia vir para o hospital?"

[...]

Segurei as lágrimas que ameaçavam cair e entrei no quarto do hospital. Meu pai estava em uma maca e com uma expressão indecifrável, ao me ver deu um leve sorriso, apesar de seu olhar não expressar o mesmo. Minha mãe estava em pé ao lado da maca segurando sua mão com os olhos marejados.

"Se precisarem de mim é só me chamarem" Dito isso, ela beijou minha testa e saiu.

A alguns meses atrás, meu pai foi diagnosticado com uma doença terminal. Ele tentava parecer bem, mas eu sabia que não estava.

"Aileen...eu preciso que...você...seja forte" As lágrimas já desciam descontroladamente pelo meu rosto, quase que por vontade própria, eu já não tinha mais o controle de mim.

"Isso é pra você Aileen..." Ele disse entregando-me um colar com uma estrela de seis pontas e uma pequena safira no meio.

"Pai...por favor..." O braço estendido de Alex - meu pai - ficou pálido, assim como todo o seu corpo.

As máquinas começaram a apitar. Eu sabia que seu coração tinha parado. Com dificuldade, sai daquele quarto apoiando-me na parede.

"Aileen, querida!" Ignorei a voz que me chamava e sai do hospital correndo, ainda com o rosto cheio de lágrimas.

Depois de correr três quadras, dei com uma floresta sombria. Senti como se ela estivesse me atraindo, assim como um ímã. A floresta tinha um ar misterioso e intimidante, mas eu me sentia estranhamente livre e segura . O céu ainda estava claro e as geadas já haviam cessado. Eu estava sem rumo.

Comecei a andar por uma trilha onde haviam pequenos ramos que eram partidos debaixo dos meus pés, transmitindo pequenos ruídos. Depois de tanto andar, avistei uma grande fenda de pedra escondida entre galhos.

"Siga-me" Vozes ecoavam no ar.

Quando eu percebi estava entrando naquela fenda.

...

A garota do reino congeladoOnde histórias criam vida. Descubra agora