9 - Sonho de Natal

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Chegamos ao penúltimo capítulo da nossa fic e espero que, mesmo curtinha, vocês tenham gostado. Sei que não ficou aquela coisa "ah que fic perfeita!", mas foi o que deu para fazer, dentro do prazo de fim de ano... Me desculpem por isso 🤭
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Não me contenho e sigo Alec e seu amigo, Alex, até o cinema do shopping. Os vejo, de longe, conversando e Alex parece consolar Alexander, que possivelmente contava sobre nossa conversa. Estou enciumado, meu peito ruge, como se nele houvesse um leão enjaulado. Quero afastar aquele homem jovem e bonito de perto do meu garoto grande. Sinto perigo no ar, ele é como Alec, tem tudo o que qualquer pessoa iria querer em um par. Me sinto envelhecido e pouco importante, inseguro, como nunca me senti antes.

Os vejo comprar pipocas e entrar para a sala de projeção, então vou até a atendente e pergunto quais cadeiras compraram.

Eles estão sentados lado a lado quando eu me aproximo, peço licença e sento ao lado do tal Alex. Infelizmente comprei a cadeira errada… 

_ O que está fazendo aqui? _ o amigo de Alexander pergunta, ousadamente.

_ Que eu saiba o cinema é público… _ respondo, igualmente ousado.

Alexander fecha os olhos, pinça o alto do nariz e suspira. _ Mags… por favor _ ele pede e eu exulto só em ouvi-lo me chamar pelo apelido que me deu. 

_ Eu vou me comportar… Mas, você não quer trocar de lugar com o seu amigo? _ pergunto. 

_ Ele está bem onde está _ o tal Alex é atrevido demais para o meu gosto. 

Ele cobre a mão de Alexander, sobre o suporte de braço e eu me movo para a frente, encarando Alexander. Não sei até quando vou conseguir controlar esse leão ciumento dentro de mim…

_ Alexander, eu pedi a você… pode trocar de lugar com ele? Eu ainda tenho coisas a dizer… _ peço.

_ Acho que aqui não é um bom lugar para “dizer coisas”, as pessoas vão querer assistir o filme e nós também estamos aqui para isso _ Alex diz e eu estou quase perdendo a paciência com esse rapaz.

As luzes se apagam e ele não vem. Suspiro abalado, sentindo que talvez o esteja perdendo de uma vez por todas, o que causa um rebuliço no meu estômago. 

Os dois ficam atentos ao filme, uma comédia romântica natalina, é claro. O tal Alex ainda tem a mão sobre a de Alexander e eu me estico. 

_ Pode me dar um pouco de pipoca? _ peço e obrigo Alec a afastar sua mão da dele para me estender o balde, porque ele é solícito e eu sabia que não me negaria. _ Obrigado…

Atrapalho os dois várias vezes pedindo e devolvendo o balde de pipoca, até Alexander ceder e pedir a Alex para trocarem de lugar. 

_ Você pode se sossegar agora? Eu estou tentando ver o filme _ ele reclama e eu apenas movo a cabeça, concordando. 

Ele vê a tela e eu o vejo, meus olhos grudados em cada detalhe do seu rosto, um pouco abatido, seu gorro engraçado, sua mão sobre o suporte de braço… 

Me vejo tentado e me deixo levar, com a impulsividade que é dele, mas eu acho que aprendi a ter, de tanto pensar nele na última semana. Cubro sua mão, a pego e a levo aos meus lábios, beijando a palma. _ Me perdoe… _ sussurro. _ Penso em você o tempo todo e me arrependo de cada idiotice que fiz. Eu não quero perdê-lo, Alexander, não posso… Fiz tudo errado, pensei que estava agindo certo, dentro do que já vivi, mas você é diferente… Tenho sentimentos reais por você, agora eu sei, eu sinto… Não era só desejo, estou apaixonado… 

Os olhos dele saem da tela e encontram os meus, no escuro. Eles nadam em lágrimas não derramadas, mais uma vez.

_ Acha que está apaixonado por mim? _ ele sussurra, em nossa conversa privada. Sei que atraí sua atenção e não posso perder essa oportunidade.

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