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Depois do casamento, eu meio que não conseguia ficar dentro daquela casa mais. Precisava pensar, e pensar de verdade. Então, fui até a casinha de ferramentas, onde tinha a picape que fiquei de consertar.

Abri o capô do carro, tentando entender qual era o problema. Eu estava consciente de que fazia isso apenas para me destrair de uma certa Nova Iorquina.

Esse é meu maior problema. Desde que Jackie chegou nessa família, meus pensamentos só são ela. Me sinto frustado, isso nunca me havia acontecido antes. Nem com Erin, ou Paige.

Pego uma ferramenta para ajeitar o estrago, porém no mesmo momento a porta é aberta e fechada com força. Não tenho tempo de olhar quem é, mas... sinto o cheiro dela.

── Cole, o que é isso? ── a voz falha da Nova York quase me fez parar de trabalhar, entretanto respirei e falei normalmente.

── Vim ver se isso aqui tem jeito. ── ajeitei algo no interior do carro. ── E não sou fã de casamentos. ── dei uma olhada nela, de relance.

── Não, estou falando disso aqui. O que é isso?─ fiquei confuso, então fechei o capô da picape, para finalmente a encarar. Quando consegui fazer isso, eu travei. Jackie estava com o bule que consertei.

Meu coração acelera quando vejo lágrimas em seus olhos, o jeito como ficou sentida. Claro, Cole! É o bule da irmã dela, seu idiota. Me repreendo mentalmente.

── Não é nada, ouviu? ── como? Me questiono. Como não significaria algo? Estou tão nervoso. Não sei o que há comigo? Qual é! Eu sou Cole Walter, aquele que todas as garotas caem no efeito Cole, o maior desejado da escola. Por que Jackie é a única me fazer sentir desse jeito? ── Sei que sente falta deles. ── completei.

No mesmo instante, a morena se aproximou, me deixando mais ansioso.

── Você guardou esse tempo todo? ── ela está muito perto, minha respiração começa a ficar pesada. Com a aproximação, consigo claramente ver seus olhos brilhando, não só pelas lágrimas.

── Eu queria te dar. Mas... ── mas quando eu fui, você estava beijando meu irmão. Lembra? A voz maligna da minha cabeça, disse. Minha frase travou no meio. Me odeio por não saber o que dizer em sua frente.

Jackie largou o bule em algum lugar que não prestei atenção, pois só consegui reparar que se aproximava mais. Perto demais, perto demais...

Engoli em seco ao ver seu olhar e ao entender a vontade reprimida. Ela quer tanto quanto eu, porém sabe que vai magoar Alex. Assim como eu também sei.

Nova York encostou o rosto no meu, e um frio veio na minha barriga quando senti seus lábios nos meus. Arregalei os olhos em choque. Eu... eu não sei o que falar. Só aí percebo que não correspondi ao beijo.

Jackie me olhou confusa. Ela deve estar questionando seus instintos agora. Balançou a cabeça negativamente para si própria e ia saindo.

Entretanto, foi automaticamente quando puxei seu braço para que voltasse. Mordi meus lábios como sempre, e lentamente fui levando até um apoio de madeira.

Foda-se Alex.

Eu esperei isso desde que vi Jackie quando saí daquela piscina.

Segurei em seu rosto, engolindo em seco. E a beijei, como se meu irmão não tivesse confiado em mim para não magoa-lo de novo. Mas não consigo não querer Jackie.

Nossas línguas brincavam juntas, e percebo que Nova York também tinha a mesma imensa vontade de que esse momento acontecesse.

Paramos o ato por pura falta de ar. Eu odeio respirar. Achei que ela fosse me repreender, me parar, dizendo que era errado trair Alex dessa forma. Mas não. Jackie me puxou pelo pescoço, com muita fome.

Como ela consegue ser perfeita em tudo que faz?

A pressiono mais na madeira, o que a faz arfar. Jackie colocou sua mão no meu rosto, delicadamente. E em nenhum momento eu senti a hesitando. Ela queria.

the first kissOnde histórias criam vida. Descubra agora