Único

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Chifuyu possui diversos traumas, entre eles o trauma de barulhos altos em especial o barulho de tempestades pois ela o lembrava das brigas e discussões que seus pais tinham quando ele era mais novo. Muitas vezes depois dessas discussões, descontavam a raiva que sentiam no pobre Matsuno, dessa forma o pequeno loiro odiava gritos e barulhos que o remetiam a isso.

O tempo foi se passando e Chifuyu conheceu Keisuke Baji e se tornaram melhores amigos. Mesmo depois de vários anos as brigas dos pais nunca paravam e descontavam cada vez mais ódio no menor. Como Matsuno sempre contava tudo para o moreno, decidiu que contaria sobre as frequentes discussões dos pais e o trauma que desenvolveu.

Keisuke ouviu tudo atentamente e abraçou fortemente Chifuyu quando começou a chorar mesmo este tentando ser forte e resistir. Após Matsuno se acalmar um pouco, Baji prometeu que o menor poderia sempre contar com ele e o ligar a qualquer momento que largaria tudo para ficar ao seu lado. Naquele momento, Chifuyu sorriu corado e abraçou Keisuke ainda mais forte enquanto o agradecia repetidas vezes. Eles continuaram abraçados e dormiram nessa mesma posição na cama de Keisuke.

A cada dia que se passava, Chifuyu se via mais apaixonado pelo melhor amigo, visto que agora passava ainda mais tempo juntos pois Baji não queria que o menor ficasse em um ambiente tão tóxico que era sua casa e o mantinha fora de lá o máximo que conseguia, coisa a qual o menor era extremamente grato.

Certa vez, os pais de Chifuyu viajaram a trabalho, passariam duas semanas fora e o deixariam sozinho em casa. O menor nem se importou pois teria a casa apenas para si e não precisaria dar explicações à ninguém.

Durante o dia, passeava pela cidade, saia com os amigos e dava comida para os gatos de rua com Baji. Ao cair da noite ia para casa ler mangás, passar um tempo com Peke J e é claro, descansar. Baji achava uma ótima ideia Chifuyu passar um tempo longe de seus pais, pois dessa forma ficaria longe da toxidade que eles emanavam. Era possível até ver a mudança que isso causava, Chifuyu andava mais feliz e animado desde que seus pais viajaram e isso animava seus amigos que tinham consciência do tanto que sofria quando os mais velhos estavam por perto.

Em um desses dias que estava sozinho, Chifuyu percebeu o clima mudar, de um dia ensolarado e quente para um nublado e com fortes ventos. O loiro percebeu que iria chover logo mas pensou ser uma chuva leve e branda portanto nem se importou muito.

Ao contrário do que Matsuno pensava, após poucos minutos que a chuva havia começado já tinha se tornado uma forte tempestade. O vento soprava furiosamente, raios cortavam o céu iluminando o lugar e fortes trovões ecoavam ruidosamente. Isso era o que o loiro menos precisava no momento e movido pelo medo se agarrou com Peke J e se enfiou o mais fundo que conseguiu em suas cobertas. Tentava a todo custo não pensar na tempestade que caia mas com tantos trovões rugindo a todo momento ficava impossível.

Por estar imerso em seu medo de tempestades, Chifuyu quase não notou a notificação de mensagem que recebeu, pelo  toque ele sabia que era de Baji.  “Já estou indo pra sua casa”, era o que estava escrito após o menor traduzir. Ele já imaginava que o mais velho faria isso; sair no meio de uma tempestade para ir ficar com ele por causa do seu medo pois havia o prometido que o protegeria sempre.

Em poucos minutos, Baji já se encontrava na casa de Chifuyu como havia dito. Ele tinha uma cópia da chave então nem se importou em bater, só estava preocupado  com o menor e em como ele estava com essa tempestade.

Desde que descobriu o medo de Chifuyu em relação à tempestades, estava sempre ao seu lado o confortando e acalmando. Dessa vez não seria diferente, quando viu a chuva ficando cada vez mais forte, apenas mandou uma mensagem para o menor e saiu em disparada à sua casa.

Subindo as escadas apressadamente, chegou ao quarto do Matsuno e o encontrou enrolado no amontoado de cobertas e pelúcias enquanto abraçava um Peke J adormecido. A imagem despertou o sorriso de Baji mas um trovão seguido de um gritinho de Chifuyu o tirou de seu transe e o fez ir em direção à cama dando um forte abraço no menor com a intenção de protegê-lo.

- Shii, se acalme Fuyu agora eu estou aqui com você, pode relaxar. – Keisuke sussurrava no ouvido do loiro tentando acalmá-lo do choro e tremedeira.

Como já havia tirado os sapatos e jaqueta quando chegou, Baji apenas se enrolou nas cobertas junto do menor e o abraçava. Outro trovão ressoou e Chifuyu se agarrou em Baji, este que apertou-o mais ainda e começou um cafuné tentando distrair o mais novo.

Com o ato do mais velho, Chifuyu começou a relaxar mas ainda tremia levemente, coisa que não passou despercebido por Baji que levantou o rosto do menor e lhe deu um breve selinho. O menor enrubesceu rapidamente o que causou a leve risada do moreno.

Não era a primeira vez que Baji o beijava e não seria a última, mas todas as vezes que acontecia, Chifuyu corava e não sabia o que fazer.

- Pode dormir Fuyu, eu vou tá aqui pra te proteger. – Baji o garantiu quando viu o menor bocejar. Talvez aquela chuva o tivesse dado sono.

- Obrigado Baji. Obrigado por sempre estar aqui comigo e cuidar de mim. – Chifuyu falou antes de fechar os olhos.

Baji começou a cantarolar uma calma canção de ninar e voltou a fazer cafuné em Chifuyu.

- Promete sempre estar comigo? – foi o que Baji escutou o menor sussurrar.

- Sempre. – dessa vez ele foi surpreendido com um selinho do loiro que logo se acomodou em seu peito e rapidamente dormiu. Um sorriso resplandecente surgiu em seu rosto vendo o menor tão confortável dormindo em seu peito e o abraçando como se fosse um gatinho.

Após tanto apreciar a beleza de Chifuyu, Baji adormeceu também com um sorriso no rosto, pensando no quanto amava seu loirinho e que faria de tudo para protegê-lo.

Tempestade - Bajifuyu Onde histórias criam vida. Descubra agora