𝐷𝑜 𝑛𝑜𝑡 𝑒𝑛𝑡𝑒𝑟 ↝ 𝑌𝑢𝑛𝑘𝑖

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E quando chegaram em casa, a primeira coisa que Niki fez foi correr até o próprio quarto e se trancar lá dentro.

Ninguém entendeu nada, mas o deixaram. Niki tinha dezesseis anos e se esforçava ao extremo para se sair bem em toda e qualquer performance do grupo.

Todos se espalharam pela casa. Jay foi fazer a janta, Jungwon estava na cozinha com ele. Sunoo estava na sala, vendo televisão com Sunghoon, Heeseung estava jogando basquete no jardim e Jake estava jogado em um pufe da sala vendo vídeos de animais engraçadinhos.

Niki permanecia trancado no quarto.

Ele tinha ficado meio para baixo no final do último clipe que gravaram. O diretor disse que ele não estava indo bem e que teriam de tentar outro dia. Ele chegou a se preocupar e até perguntar se algo tinha acontecido com o garoto.

—Tá pronto! -Jay gritou da cozinha. Todos começaram a se dirigir até lá.

O Park subiu as escadas e bateu na porta do quarto de Niki.

—Vem jantar, Niki. -Ele chamou

—Vai embora, Jay. -Sua voz era meio chorosa -Eu não estou com fome.

—Está tudo bem? -Ele tinha se preocupado. Niki tinha colocado aquela plaquinha escrito "não entre, área restrita" na porta, coisa que quase nunca fazia. Amava a companhia de seus hyungs.

—Eu quero ficar sozinho. -Saiu mais como uma súplica.

O que havia feito a janta se virou e saiu dali em silêncio, voltando para a cozinha, não iria insistir, Niki estava temperamental nos últimos dias.

Encontrou todos com seus pratos, somente esperando-o para comer. Jay disse que já podiam se alimentar e então todos deram partida.

—E o Niki? -Jungwon questionou.

—Ele disse que quer ficar sozinho. -Jay respondeu, enfiando kimchi na boca após se sentar.

—Eu vou falar com ele depois. -Jake disse, levando os palitinhos à boca.

—Ele disse que quer ficar sozinho. -Sunghoon pontuou.

—Confia. -Jake piscou para ele, que deu de ombros e voltou a comer.

Assim que Shim terminou seu alimento -Tinha comido bem rápido para ver Niki logo- ele agradeceu a refeição e correu escada acima.

—Sou eu. -Disse após bater duas vezes na porta de Niki.

Não houve respostas. Cinco segundos depois, o barulho da chave girando chamou a atenção de Jake.

Niki não abriu a porta, então Jake o fez. A fechou atrás de si e trancou.

Niki tinha o rosto avermelhado, vestia uma calça de moletom preta e uma camiseta branca. Seus olhinhos molhados ele fazia questão de tentar esconder com um braço sobre a cabeça enquanto estava deitado na cama.

—O que aconteceu? -Jake questionou, caminhando até o outro na cama e se deitando ao seu lado.

Niki hesitou em responder, prendendo um soluço sofrido. Jake abriu os braços e o mais novo logo grudou nele em um abraço como um coala.

—Eu estraguei tudo. -Chorou. -Sunoo se esforçou tanto hoje e vamos ter que regravar por minha causa. -Seus soluços eram altos e entrecortavam as falas. -Eu sou horrível.

Niki murmurou a última parte, chorando como um bebê no abraço de Jake. O australiano mantinha uma carícia leve nos fios macios do outro.

—Todos temos dias ruins, Kiki. -Jake disse, sua voz era calma e baixinha enquanto passava seus dedos pelo cabelo do garoto choroso. -Você não é horrível só por que teve um dia ruim.

—Mas os dias ruins de vocês são tão bem feitos -Ele murmurou, ainda entre soluços. -Meu dia ruim foi péssimo.

—Está tudo bem. -Jake disse baixinho, mantendo uma carícia nos fios do outro.

Ninguém mais disse nada. Jake deixou o garoto chorar em seus braços, mesmo odiando vê-lo daquele jeito. Nishimura era um adolescente que vivia longe da família e procurava figuras familiares em pessoas próximas.

Jake era como sua figura paterna.

—Eu amo você, Ikeu. -Ele murmurou, já menos choroso, mas ainda com o rosto escondido nas roupas do mais velho.

—Eu também amo você, Nini. -Jake respondeu no mesmo tom, tendo um sorrisinho pequeno. -Sempre vou fazer de tudo por ti.

E, naquela posição confortável, Jake sentiu Niki relaxar. O japonês se sentia seguro ali, e não demorou muito para adormecer nos braços do amigo.

Fim.