vinte | abilolada

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"Largue tudo agora, me encontre na chuva forte

Me beije na calçada, tire a minha dor

Porque vejo faíscas voarem sempre que você sorri."

Sparks Fly | Taylor Swift

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A semana já estava quase chegando ao fim, e foi resumida em treinos do time, exercícios de musculação, corridas matinais com o Paçoca, muitas aulas e algumas poucas vídeo chamadas com a Diana, que estava sempre inventando alguma desculpa para não me ver. Com sorte isso acaba amanhã, quando ela vai ter que parar de fugir e me ver quando formos tirar as fotos para o calendário.

Estava saindo do banho, vestindo apenas uma calça de moletom preta e secando meu cabelo com uma toalha, quando vi meu celular vibrar em cima da minha cama, fazendo Paçoca rosnar quando o barulho do aparelho atrapalhou sua soneca. Sim, o folgado acha que a minha cama é dele, e age como se apenas me emprestasse ocasionalmente.

Peguei o celular em cima da cama e fiz um carinho na cabeça dele. Vi o nome da Diana brilhar na tela e sorri involuntariamente.

— Já ia começar a oferecer resgate pelo seu paradeiro, lil'moon. — brinquei, mas não ouvi a risada gostosa dela em resposta, só conseguia ouvir sua respiração acelerada do outro lado.

— Você precisa vir aqui AGORA! — a voz dela saiu meio tremida e abafada e ela parecia nervosa.

— O que aconteceu?

— Por favor, Theo, vem rápido, eu preciso da sua ajuda.

O tom de voz dela estava me preocupando, apoiei o telefone no ombro e peguei uma jaqueta de moletom e a vesti com pressa.

— Tô indo, linda!

— Corre, Theo.

Ela desligou a chamada e calcei um tênis depressa, peguei as chaves da moto e sai apressado até o prédio dela. Devo ter infringido umas dez leis de trânsito no percurso, e minha mãe provavelmente me mataria se me visse pilotando assim, mas a Didi disse que precisa da minha ajuda e me pediu pra ir rápido, acho que ela entenderia, né?

Cheguei na portaria e me deparei com um problema, o porteiro não era conhecido e provavelmente não me deixaria subir.

— Oi, boa noite! — dei meu melhor sorriso e ele me olhou desconfiado enquanto murmurava um "boa noite" em resposta — Eu vim ver minha amiga, ela mora no 1301.

— Não tem nenhuma autorização, mas vou interfonar lá e avisar que você está aqui. Qual é mesmo seu nome, rapaz?

— Theo.

Respondi e vi ele discar o número do apartamento dela, ficou aquele silêncio desconfortável enquanto esperávamos ela atender, o que não aconteceu e ele tentou de novo. Meu celular começou a tocar e vi que era ela.

— Diana, porque não está atendendo o interfone? Você não autorizou minha entrada e o porteiro não vai me deixar subir.

— Eu tô impossibilitada de ir até o interfone, você precisa subir aqui agora, visse.

— Como assim impossibilitada? O que está acontecendo? Você está em perigo?

Assim que fiz a última pergunta o porteiro levantou uma das sobrancelhas para mim.

— Estou em perigo, agora vem logo.

— Linda, eu não posso subir sem autorização, que tipo de perigo você corre?

Linhas Invisíveis - Theo's VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora