15 - Recuperação

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Minho estava em estado grave, o vidro havia ido muito fundo e como era em sua barriga poderia ter rasgado órgãos internos. Jisung só sabia chorar sem parar, foram horas e horas esperando o médico vir dizer algo sobre seu amigo, o loiro não avisou ninguém, nem se passou pela sua cabeça contar aos amigos, ele só pensava em Minho, em Minho desmaiado no chão com vários ferimentos. O que levaria ele a se auto machucar?, foi ai que o mais novo lembrou, lembrou que tinha a senha do celular do mais velho, ele iria pegar para ver se tinha algo nele, o problema seria, onde ele estava?

Debaixo do travesseiro de seu quarto.

Jisung não pensou em mais nada, chamou um uber e foi até a casa de Minho, a mesma estava toda destruída, o coração do mais novo disparou, sentia que podia enfartar a qualquer minuto. Ele havia achado o celular, ele pediu pro uber esperar então foi direto pro hospital novamente, precisava de noticias do amigo urgentemente.

A senha do celular era 150900, a data de nascimento de Jisung, o mesmo desbloqueou o celular e entrou nas mensagens, não viu nada demais só um número desconhecido, ele entrou na conversa e viu uma das piores coisas que já viu na vida. Na conversa tinham fotos e vídeos do atropelamento da mãe de Minho, tinham vários textos dizendo o quanto Minho é um inútil, dizendo que ele não merece Jisung, e sim, isso explicava o caco de vidro cravado na tatuagem. Só havia uma pessoa capaz de fazer isso.

Junkook, seu ex-namorado possesivo e idiota.

A cerca de 1 ano e meio atrás, quando Jisung ainda era cantor, ele conheceu um rapaz que tocava bateria, eles viraram amigos e alguns meses depois Junkook pediu o antes moreno em namoro. Tudo estava ótimo até o mais velho começar a trancar o mais novo no quarto e no sótão, não deixava ele ver a família e muito menos os amigos, seu pai não fazia nada a respeito, se sentia bem sem o filho por perto. Meses se passaram e ele havia conseguido pedir ajuda para Felix, o mesmo ligou para a polícia e explicou a situação, quando chegaram na casa descobriram um sótão todo sujo, era onde Jisung ficava o dia inteiro preso sem comida, água e sem inteiração com qualquer humano, só com Junkook. O mais velho o forçava a ter relações sexuais com ele, era visto como um brinquedo sexual ambulante.

[...]

Nós 3 primeiros dias, Jisung, ficou no hospital, seus amigos levavam roupa e comida pro mesmo, era a única coisa que podiam fazer pra ajudar enquanto viam o loiro entrar em depressão profunda. Minho não havia acordado, o médico disse que era normal pois de acordo com ele o corpo do ruivo estava recuperando as energias, mas porque demora tanto?

Jisung estava penteando seu cabelo quando ouviu alguém o chamando, era uma voz suave e muito fraca.

- Minho! - ele correu em direção do amigo - Que bom que acordou, eu estava muito preocupado com você

Minho estava totalmente confuso, não lembrava de nada e nem por que estava hospitalizado. O mais novo o explicou tudo, logo se passou alguns flashbacks na cabeça do mais velho, dele cravando o vidro em seu braço, até os cortes que haviam em seus pulsos.

- Você tem que sair daqui, pode deixar que me cuido s-sozinho - sua voz falha

- Fica quietinho, Lino - Ouvir aquele apelido aqueceu o coração do ruivo, ele amava ser chamado assim por Jisung e sentia falta do mesmo, de suas bochechas infladas quando comia, de suas reclamações e xingamentos.

Os dois ficaram conversando normalmente até que a barriga de Minho ronca, o médico disse que a enfermeira iria passar na sala dele e entregar a comida que ele podia comer, sim, agora ele teria que seguir uma alimentação controlada. O loiro resolve avisar os amigos que Minho tinha acordado, recebeu diversos áudios de Felix, todos gritando de felicidade, afinal Minho fazia falta a todos, eles eram como uma família, a família que Jisung escolheu a dedo.

- Minhooo! - um grito foi ouvido do corredor, a voz dava pra ser reconhecida de longe, Hyunjin.

A paz já tinha acabado a essa altura, o quarto de Minho agora estava lotado, todos estavam ali tumultuados em volta do ruivo.

- Gente, deixem o Lee em paz - Chris falou, o único sensato naquele lugar.

Todos reclamaram mas viram que precisavam dar espaço ao amigo hospitalizado. Minho so sairia daquele hospital daqui alguns dias, Jisung iria ficar até ele sair, se sentia culpado e também queria agradecer o mais velho por cuidar dele quando foi esfaqueado.

Agora ambos se sentiam culpados por ambos acidentes terem acontecido.

[...]

O ruivo se recuperou muito bem, seu braço ainda não estava cem por cento mas estava bem melhor que antes. Minsung estavam saindo do hospital, iriam para o apartamento do mais novo já que a casa do mais velho estava destruída e inabitável

- Lino - Minho afirmou com a cabeça, sinal para o mais novo falar - por que fez aquilo com seu braço? E logo encima da nossa tatuagem.

Ficou silêncio durante longos minutos, respostas esfarrapadas se passavam na mente de Minho mas nenhuma iria convencer Jisung, e o mais velho sabia disso.

- Podemos mudar de assunto? - Jisung afirmou mas mesmo assim queria ouvir de Minho o porque, por mais que já soubesse o motivo de tudo aquilo e o culpado.

Os dois conversaram sobre coisas aleatórias até que decidem assistir a um filme de terror, A freira. Ambos estavam super atentos ao filme até que Jisung se assusta com uma parte do filme, ele se segura no braço de Minho- o que não estava machucado-, logo escondendo sua cabeça no peitoral do mesmo.

- Você que escolheu, depois não me xinga - Minho começa a fazer cafuné no loiro

O resto do filme correu bem, até porque ambos acabaram dormindo no meio dele, Minho deitado com a cabeça no braço do sofá e Jisung encima do mesmo.

No meio da noite Minho acorda com dores no braço, ele iria se levantar mas percebeu que Jisung estava dormindo em seu peitoral, ele achou a cena tão fofa que tirou foto e voltou a dormir, ele aguentaria a dor insuportável que estava sentindo, tudo por Jisung e seu sono super leve.

Talvez ele se arrependa de amar Jisung, se arrependa de o ter nos braços, talvez ele se arrependa de tudo, mas tudo que importava nesse momento era que os dois estavam juntos e nada podia estragar isso, pelo menos não agora.

Meu segurança | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora