𝓑reak my heart

𝟐.

𝐂apítulo contém algumas menções ao capítulo 43/45, e possui quebra de tempo para o aniversário do Joo.

𝒯eam Black, 8:00 da noite.

Dan terminou de varrer o chão da academia, encostando a vassoura em uma parede. Limpar ou varrer não era parte de seu trabalho, com certeza não, mas mesmo assim ele fazia, como uma retribuição pela gentileza que as pessoas ali o tratavam.

Gritos de comemoração podiam ser escutados do lado de fora do vestiário, assim como os gritos raivosos de Jaekyung também, afinal, já era quase fim do dia e o atleta não quis comemorar o próprio aniversário, embora os outros lutadores insistissem para que ele pelo menos saísse para beber. A 'festa' surpresa que eles organizaram mais cedo não obteve um bom resultado; os poucos balões tiveram de ser retirados antes que Jaekyung estourasse usando a cara de cada um presente naquele momento.

No meio de tudo isso, Dan apenas pensava sobre o comportamento amargo de Jaekyung, que não era novidade para ninguém, mas que mesmo assim surpreendia Dan cada vez mais. Quem não gostaria de uma festa surpresa cheia de presentes caros? Quando era criança, tudo que Dan tinha era um pequeno pãozinho doce e a companhia de sua querida avó; mesmo assim foram os melhores aniversários de sua vida.

Dan também sentia-se empolgado para ir pra casa logo, já que seu plano pro fim da noite seria entregar o presente que comprou para Jaekyung. Não era algo caro, mas também não era barato. Não era exagerado, mas também não era simples. No fim, Kim só queria expressar sua gratidão por tudo que o lutador lhe deu, mesmo que não fosse gentil a todo momento.

Então, a porta do vestiário foi aberta, e os lutadores saíram correndo para fora, fazendo o cabelo de Dan até mesmo balançar com o vento rápido. Claro, Jaekyung estaria no meio dessa multidão, sendo empurrado para fora da academia pelos colegas. Dan ficou confuso vendo a cena, agora deixado para trás no local, até que um dos lutadores, mais calmo, chega ao lado de Dan, e acena gentilmente.

— Doutor Dan, convencemos o Jaekyung a ir no bar, por que não vem conosco?

O homem perguntou gentilmente, convidando Dan como se fosse um amigo de longa data. O de cabelos castanhos abriu seu típico sorrisinho tímido, gesticulando negativamente com as mãos.

— Não há necessidade, Dohwa. Eu vou para casa mais cedo, mas desejo uma boa comemoração para vocês.

Dan falou com um tom educado, suas palavras sendo uma clara desculpa esfarrapada para escapar da noite de bebedeira. Mesmo assim o atleta que o convidou não pareceu perceber, apenas dando de ombros e coçando a própia nuca.

— Como quiser, Doutor. Iremos nessa, então.

Com essas palavras, Dan fora deixado sozinho, apenas com a própria companhia e o barulho da ventania serena lá fora. Sentimento estranho, ele pensou. Logo o doutor recolheu sua bolsa e pertences, garantindo que tudo estivesse em ordem quando apagou a última luz que restava na academia, deixando-a de vez.

Enquanto caminhava pelas ruas movimentadas de Seul, Kim sentia o vento consideravelmente frio bater contra o rosto, fazendo a tensão sobrecarregada em seu corpo se dissipar minimamente, pelo menos ao ponto de não se preocupar com pensamentos negativos, como o tratamento de sua avó ou... Jaekyung, é claro. O lutador sempre arranjava uma maneira de se infiltrar nos pensamentos de Dan, sejam eles negativos, positivos ou neutros.

Um suspiro suave escapou entre seus lábios à medida que caminhava tranquilamente, sem se preocupar com as buzinas de carros ou algumas pessoas correndo pela calçada, provavelmente atrasadas para chegar em casa. O caminho até o apartamento onde morava com Jaekyung era longo, mas era algo que Dan gostava, já que era um dos únicos momentos que poderia refletir sozinho.