"A Rosa e seu Cavalheiro"

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— Se... senho... senhorita? — os olhos de Layanne se abrem lentamente, a voz masculina de alguém ficando cada vez mais entendível. — Senhorita Layanne? — os olhos da Leitora são surpreendidos por um jovem homem de óculos, que usava roupas esquisitas, como se fosse um mordomo? — Acordas-te finalmente?

A Leitora o olhou confusa, não reconhecendo o nome que estava sendo chamada, muito menos o quarto de luxo que se encontrava.

—... Quem? — ela não conseguia sequer balbuciar ou pensar em algo enquanto se levantava desnorteada. — Onde estou?

—... Senhorita Layanne, acabaste de perder a memória? — os olhos verdes deste belo rapaz seguiam Layanne atentamente. — Estás na mansão Rodenstorn, lembra-te?

A Leitora se aproximou dele colocando o dedo indicador na frente de seus lábios. — Por que você está falando como um velho bíblico? — o rapaz fica em silêncio com um sorriso confuso enquanto a Leitora continua com essa aproximação questionável. — E quem é você em primeiro lugar?

— Henry, senhorita Layanne, sou seu mordomo, minha jovem senho- — antes que Henry terminasse, um grito de susto alto saiu dos lábios da Leitora, fazendo com que ele corresse até a frente do espelho, onde ela apontava para o próprio reflexo. — Senhorita?! Minha senhorita, o que foi? — Henry não sabia se olhava para Layanne ou para o espelho.

— Quem diabos é essa garota na minha frente? — pergunta a Leitora enquanto encarava o espelho completamente aterrorizada. Henry a olhou em estado de choque e de repente vários empregados entraram no quarto de Layanne, quem logo desmaia, depois de toda a agitação criada.

"E neste momento, foi quando finalmente percebi que reencarnei." pensou a Leitora, agora no corpo da bela nobre, tomando seu chá de narcisos. Haviam se passado alguns vários meses desde que os eventos da perda de memória de Layanne foram o assunto principal do império de Armênia.

Os olhos rosados e serenos de Layanne miraram fixamente o céu azul brilhante da noite. Era tudo tão repentino e estranho... Uma realidade que ela não conseguia compreender o significado.

Henry soltou um profundo suspiro observando a nova e diferente Layanne. — Jovem senhorita, deixa-me tão aflito tal situação — antes que ele possa terminar a frase, Layanne põe um dedo na frente dos lábios do mordomo.

— Por favor, não use palavras tão complicadas. Somos amigos. Não precisa desse linguajar chato. — responde a rosada, jogando o longo cabelo para trás. — Quero dizer, somos muito jovens. — dito isso, ela realmente não poderia dizer que idade tinham. — ...creio eu.

Desta vez, era a Leitora quem suspirou profundamente olhando para as estrelas, sua mente vagando em como se encontra nesta situação: após sua morte repentina, invés de descansar nos braços de Deus, ela descobre que está ocupando o corpo de outra pessoa.

Não só isso, mas o corpo de uma nobre bonita que aparentemente é amada por todos. Como a estranha moça poderia contar que a pessoa que tanto amavam desapareceu?

E por falar nisso... Como a verdadeira dona do corpo morreu em primeiro lugar?

— Henry. — os olhos rosados de Layanne encaram seu mordomo com curiosidade. — Por que eu... Adoeci?

O vento noturno passou pelos cabelos de ambos, assim como os pássaros pararam de cantarolar. Isso despertou completamente a curiosidade da Leitora, cuja expectativa aumentava a cada respiração.

— “Adoecer”... Ou melhor, o motivo de estar tão pálida e enfermiça? — a cabeça do moreno se inclina levemente para o lado e com uma sutileza ágil, ele ajusta seus óculos. Seu semblante parecia cansado e sombrio, a própria garota se assustou por nunca tê-lo visto assim. — Isso...

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