SERÁ QUE É CEGO OU APENAS LERDO?

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Apenas um mimo para agradar o coração do povo ❤️❤️❤️

Os olhos de Bakugou passearam pelo quarto uma última vez antes de tomar fôlego e começar a separar seus pertences

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Os olhos de Bakugou passearam pelo quarto uma última vez antes de tomar fôlego e começar a separar seus pertences. Deveria ser fácil empacotar as coisas e finalmente se despedir do que tem sido um martírio nos últimos anos. Mais fácil que suportar ver Kirishima sair com outras pessoas. Milhões de vezes mais fácil do que ouvi-lo repetir constantemente que eram ótimos amigos, melhores, de fato, quase irmãos.  

Por anos ele suportou aquela realidade, esperando por algo que nem mesmo ele sabia definir. Um milagre, talvez? Qualquer solução que não envolvesse ele tendo que se declarar, porquê ele sabia bem o quão ruim era em administrar os próprios sentimentos. Todas as suas emoções suaves ficavam escondidas por Bakugou não conseguir externar. Se envolvia habilidades afetivas, ele era um desastre ambulante.

Se fosse uma torrente de sentimentos pesados e negativos, contudo, saíam em uma profusão tão violenta e apaixonada que ele sequer conseguia controlar a língua e gestos. Ele sempre foi um homem intenso, mesmo antes de ter noção completa sobre sua identidade de gênero. E o desgraçado do Kirishima sabia disso, conhecia suas limitações em se expressar emocionalmente que não fosse por meio de raiva gritada. 

O ódio o fazia liberar seus demônios, o amor era diferente, o fazia se calar, refrear qualquer movimento que pudesse ser interpretado de uma maneira suave ou carinhosa, simplesmente por ele não agir desse modo.   

E ele tinha tanta raiva de tudo. De si por não ser capaz de se declarar, ser sincero com Kirishima sobre seus sentimentos. De Kirishima por ser um maldito lerdo que não conseguia ler as malditas entrelinhas ou seguir as pistas que Bakugou deixava cair em meio a conversas ou olhares, mesmo que fossem suaves. 

Kirishima era gay, e nunca escondeu de ninguém. Bakugou também era, mas não saía cantando essa verdade aos quatro ventos, principalmente por ser um cara reservado e não sentir necessidade de expor algo tão pessoal se não houvesse a necessidade. Suas evidências eram sutis, porém perceptíveis. 

Poucos meses antes de se formarem, Kirishima propôs que eles morassem juntos para dividir as despesas. 

— Seremos colegas de quarto, bro! Vai ser legal. 

O coração de Bakugou quase parou diante da possibilidade de morar junto à Kirishima, e o auto-controle necessário para se manter sem surtar naquele momento e manter a postura e olhar sério foi absurdo. O sorriso animado de Eijiro ativou seu gay panic de um jeito que ele quase sufocou em seus sentimentos reprimidos. Os lábios se curvaram sozinhos em uma linha suave correspondendo ao sorriso do amigo que Kirishima não viu por Bakugou ter virado as costas no momento em que isso aconteceu. 

— É bom você aprender a cozinhar porque eu não serei o único a fazer essa tarefa. — mastigou uma resposta mal humorada para esconder que estava em êxtase pela proposta. Bakugou não precisava dizer um sim alto e claro para o outro entender. 

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