Ready or Not | PEDRO SAMPAIO

4.

Pedro ligou o rádio, e a música que tocava era uma das minhas favoritas. A cada batida, eu sentia a expectativa crescer. Ele deu uma rápida olhada para mim e sorriu, o que fez meu coração acelerar.

— Preparada para a surpresa? — perguntou, com um brilho nos olhos.

— Não sei, você que disse que ia me apresentar alguém, estou ansiosa! — respondi, tentando disfarçar meu nervosismo.

Chegamos à casa dele em poucos minutos. Era uma casa bonita, com um jardim bem cuidado. Ao sairmos do carro, fui imediatamente recebida por uma cachorra grande e peludo que correu em nossa direção, abanando o rabo.

— Essa é a Jurema! — Pedro exclamou, abaixando-se para acariciar a cachorra. — Ela adora receber visitas.

— Oi, Jurema! — cumprimentei, agachando-me para fazer carinho no cachorro. Ela lambeu minha mão e eu ri. — Ela é linda!

Pedro sorriu, visivelmente feliz por eu ter gostado da Jurema. Levou-me até a porta da frente e, antes de entrar, me lançou um olhar sério.

— Espero que você goste da minha mãe.

— Claro, estou tranquila — respondi, mas uma pontada de ansiedade tomou conta de mim.

Ele abriu a porta e, assim que entramos, uma mulher de cabelos castanhos e sorriso acolhedor nos recebeu.

— Pedro, querido! Você trouxe uma amiga! — sua mãe disse, olhando para mim com curiosidade. — Olá, sou a Andrea.

— Oi, Andrea! Sou a Ayla — respondi, apertando a mão dela.

— Seja bem-vinda! Espero que esteja preparada para um tour pela casa. — Ela sorriu, gesticulando para que eu seguisse.

Enquanto andávamos pela casa, Pedro me acompanhou, me mostrando cada lugar, ele parecia relaxado, e isso me deixou mais à vontade.

— Agora, a parte mais importante! — disse Pedro, abrindo a porta do quintal. — A Jurema tem um espaço especial aqui.

Assim que saímos, o sol brilhava e o quintal era grande, com grama verde e flores coloridas. Pedro começou a brincar com ela, jogando uma bolinha para ela correr atrás.

— Você tem que ver como ela é rápida! — ele disse, rindo. — Mas, voltando ao que importa...

Ele se virou para mim, com um olhar mais sério.

— Eu realmente estou interessado no seu trabalho, Ayla. Não só por ser uma amiga agora, mas porque vejo potencial em você. Estou pensando em novos projetos e adoraria que você trabalhasse comigo.

Fiquei surpresa com o que ele disse. O coração acelerou, mas eu também senti uma alegria imensa.

— Sério? Eu adoraria isso! — exclamei, tentando conter a animação na voz. — Mas como você imagina que eu poderia ajudar?

— Tenho algumas ideias em mente, e a sua formação em audiovisual pode ser muito valiosa.  — Ele olhou nos meus olhos, como se quisesse que eu sentisse a sinceridade em suas palavras. — Você não deveria estar presa a uma loja.

— Eu concordo! — eu disse, sentindo um impulso de esperança. — Seria incrível trabalhar com você.

— Então vamos fazer isso acontecer! — Pedro sorriu, seu entusiasmo era contagiante. — E se tudo der certo, você pode até fazer parte dos meus projetos de vídeo e conteúdo.

Ele jogou a bolinha novamente, e jurema correu atrás dela. O momento parecia perfeito, como se tudo estivesse se encaixando.

— E então, o que você acha de conhecer um pouco mais sobre mim, além do trabalho? — ele perguntou, com um brilho travesso nos olhos.

— Com certeza! Quero saber tudo! — respondi, sorrindo.

Continuamos a conversar, rindo e jogando a bolinha. A atmosfera estava leve e descontraída, e a cada palavra, sentia que algo especial estava se formando entre nós.

Pedro parecia não só interessado no meu trabalho, mas também em me conhecer de verdade. E, naquele momento, eu percebi que a vida tinha um jeito curioso de nos surpreender.