O fim é melhor que o começo?

Conexão

- Olá! Com licença, preciso passar para o meu assento, por favor - disse uma jovem de altura mediana, cabelos longos castanho claro, branca, de olhos cor de mel.

- Ah, tudo bem - respondeu um jovem alto, branco, cabelos castanho-escuros e olhos azuis. Realmente, boa educação, simpatia, respeito, sorrisos e abraços no primeiro contato são um cheiro agradável que me atrai. Mas eu sou um mero espectador, alguém paciente, esperando por ser desejado e usado. Assim, ali, onde há um pequeno desejo que seja de perda genuína, onde se dá um sorriso, um momento de atenção, uma palavra de apoio ou um abraço. Aí estou. Porém, de antemão aviso que olhares baseados no puro desejo físico, material, não me seduzem, não sou eu ali. Então, voltando aos humanos, a jovem que pediu licença para se sentar na poltrona ao lado da janela chama-se Aly Permilo, de características físicas próprias de uma brasileira nata, altura de 1,69m, silhueta bem definida, pele branca, cabelos castanhos claros, semelhantes aos olhos cor de mel. O significado de seu nome até que combina com sua personalidade: alto, admirável, nobre, não só tratando-se de bens materiais, digo. Mas, esta jovem de apenas 27 anos ainda tem muito o que aprender de mim. E o rapaz ao lado dela chama-se Albert Martins, porte físico de 1,80m, branco, cabelos castanho-escuros e olhos azuis. E semelhante ao significado do nome dela, Albert significa: brilhante, ilustre, nobre. E sim, seu dono tem um tanto dessas características em sua vida, só necessita ainda de um bom lapidar. Os dois naquele momento estavam sentindo aquele pequeno desconforto que geralmente os humanos sentem quando ficam ao lado de um estranho. Daqui, posso ver a mente de Albert, inquieta, listando e eliminando possíveis coisas em comum para puxar assunto. Talvez eu nasça entre os dois, porém essa não é uma decisão puramente minha, então me ponho apenas a observar. Depois de algum tempo, os dois caíram no sono durante a viagem aérea de mais de oito horas. O itinerário: São Paulo - Flórida. Contudo, acometeu de haver uma pequena turbulência capaz de acordar todos a bordo. E foi neste momento de caos que Albert, sem pensar muito, perguntou:

- Seu cinto de segurança está bem travado?

- Sim, está. Não se preocupe - ela respondeu e, em seguida, perguntou: - Você é estudante de medicina?

- Não, por quê? - indagou ele.

- Por que eu doei meu corpo para fins científicos, mas caso esse avião caia, duvido muito que este ainda sirva para alguma coisa - disse ela em tom de brincadeira.

- Não creio! Mas que grande coincidência... Eu também doei - disse ele, admirado da coincidência, e continuou: - Fique tranquila, um veterano na faculdade ainda irá nos dissecar algum dia.

- Nossa!... Só digo não ser coincidência porque não falei sério. Acho que prefiro ser enterrada da forma tradicional mesmo, mas admiro quem faz esse gesto nobre pela ciência. Agora, em questão de probabilidades desse avião cair, são de uma para cada 1,2 milhões de voos, em que 95,7% das pessoas que estão neste voo sobrevivem e 80% dos acidentes ocorrem geralmente na decolagem ou aterrisagem. Então, com certeza viveremos - disse Aly.

Albert já estava encantado com ela, e o desejo de conhecê-la só aumentava.

- Com certeza você tem muita certeza disso. Já eu, nem tanto. Mas que Deus nos guarde!

- Há sempre uma margem de erro, não é mesmo?

- Talvez nas coisas humanas sim, mas quando você lida com Deus, pode ser diferente, já que Ele é um ser perfeito, então tendemos a colocar mais fé Nele. É como o livro preto diz: A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver. Então, vamos usar nossa fé para continuarmos vivos.

- Bom, parece que você me pegou agora. Eu sou uma cristã totalmente devota ao nosso Senhor Jesus Cristo - disse ela com sarcasmo.

- Sério? Eu já ia começar a orar. Podemos fazer juntos? - disse ele, estendendo a mão para ela segurar na dele.