Degustação - Prefácio.

28 3 0
                                    

──────⊱◈◈◈⊰──────

Os raios solares despejaram sobre os galhos das abóbodas árvores, deslizando pela madeira escura até o chão coberto pela neve branca e pura. O som de passos a esmagando era alto em todo o silêncio daquele bosque frio e solitário.

Você. — Engasgando com seu próprio sangue, Elizabeth sussurrou.

— Tão tola e solitária. — Seu marido sussurra dando passos ao redor de seu corpo.

Uma única lágrima escorre pelas bochechas avermelhadas pelo clima frio de inverno, os olhos azuis cerúleos da última arcadiana observam os movimentos do homem.

— Você planejou isso, não foi? — Um riso fraco passa por seus lábios azuis rachados. — Mesmo depois de eu ter dito que não era eu, mesmo após ter sofrido em silêncio seu castigo, ainda assim você fez isso.

— Eu lhe disse diversas vezes, Elizabeth. — O sol do brandir da lâmina foi ouvido em todo aquele silêncio. — Eu preferia você morta, desolada e apodrecendo do que viva perto de mim.

“Ah, e como você disse. “ — Elizabeth pensou, outro rastro de lágrimas deslizando por suas bochechas. “Você deixou isso bem explícito em cada resposta cruel e dolorosa que você deu as minhas súplicas. “
Um sorriso frio e sem emoção repuxa os lábios de Meliodas quando ele leva a ponta de sua espada até o seu peito.

— Apesar de não merecer, serei misericordioso. — Uma nuvem de fumaça acompanha sua fala. — Uma última coisa a dizer?

Há tantas coisas que eu quero dizer. Como eu te odeio, eu odeio sua família, odeio essa vida, odeio esse reino, esses servos. Odeio tudo isso... Mas também quero dizer que estou cansada... Cansada do desprezo, da falta de amor, de ser sua boneca de luxo somente para que possa se divertir, das torturas, dos envenenamentos e principalmente das tentativas de morte.” — Os olhos azuis desbotados, sem alegria e vazios fixa-se no par de olhos verdes. “ Mas principalmente, eu sinto saudade de casa, do papai e da mamãe.”

— Eu me.... Odeio por alguns vez.... — Elizabeth diz em suspiros espaçados. — Que alguma vez.... — A ponta da lâmina toca sua pele, uma contraste belo e triste entre a morte e a vida. — Eu esperei algum sentimento de você. — Um suspiro embotado passa por seus lábios.

Seus olhos cerúleos cheios de lágrimas desviam dos verdes frios de seu amado marido pra a neve branca e pura que agora está manchada pelo vermelho de seu sangue. Eles seguem o caminho solitário de um único floco de neve a cair banhado pelo brilho do sol daquela manhã.
Na solitude daquele momento, Elizabeth se permite sorrir em um longo tempo, uma única lágrima despejando ao lado daquele solitário cristal.

──────⊱◈◈◈⊰──────

— .....beth, Princesa Elizabeth.... — O som de seu nome sendo chamado a faz acordar de forma abrupta.

— O que... Onde.... — Sua respiração sai em gorleadas fortes e rápidas. — Meliodas....

— Vossa Alteza? — O som da porta se abrindo e batendo contra os portais chama sua atenção. — Você está bem, eu a ouvi gritar depois de tê-la chamado.

— Lílian? — Franzindo cenho a albina olha para a empregada parada na porta.

— Princesa Elizabeth?

Desviando o olhar da mulher a arcadiana leva observa a sala a seu redor, os mesmos móveis, um vestido manchado de vermelho jogado no chão, a caixa de remédios familiar, as cortinas rosas e o livro favorito sobre a cômoda.

— Não é possível. — Suas mãos enfaixadas tremem quando alcança o livro surrado, as pontas queimadas pelo fogo que destruiu seu reino.

— Vossa Alteza.... — Lílian surge ao seu lado, olhos cheios de preocupação e medo. — Por que você está chorando?

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 09 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Coroa Cruel Onde histórias criam vida. Descubra agora