Miranda Rodriguez era uma mulher apaixonante, defendia seus ideias e enfrentava preconceitos diariamente. Assim como ela era apaixonante, também era apaixonada, não só pelo o que fazia, mas pelo o piloto loiro que não saia mais da sua cabeça, visita...
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Espanha, 2021. Autora - 🙂
A movimentação do paddock era uma coisa que irritava Miranda, mesmo sendo o seu lugar favorito. Tentava seguir seu caminho para a motorhome da Ferrari, mas parece que o país inteiro estava vestido de vermelho com o grande logo da Scuderia amarela em seus peitos, estava dando dor nos olhos ver a mesma cor junta.
Ela esperava que não tivesse nenhum fã de Fórmula 2, pelo menos não um fã que assistiu a temporada de dois mil e dezenove. Segurou firme a mão do seu irmão e ergueu a cabeça. Ficando nas pontas dos pés, para finalmente conseguir ver o motorhome italiano.
— Carlos! — Chamou o piloto. O espanhol olhou para trás e procurou a amiga com os olhos. Não tardou para achá-la.
— Mi! — Sorriu ao vê-la saindo do meio da multidão acompanhada do seu irmão. — E aí, Izaac! Tudo bem? — Bateu os punhos com o garoto.
— Sim, tio Carlos! — Sorriu minimamente para o garoto, ele estava ficando cada vez melhor nas palavras.
— Entra. Tem fotógrafos por toda parte. — Sainz deu passagem para os dois convidados passarem e depois ele os seguiu.
— Allana já está na Red Bull, né? — Miranda pergunta.
— Sim. Acho que ela já se acostumou com a nova equipe, ela dormiu no motorhome para prestar um melhor serviço. — Sentou em um dos sofás disponíveis na entrada.
— Dormir? Allana não dorme em trabalho. — Sentou ao lado do amigo. — Ela passou a noite acordada, aposto.
E ao falar na mesma, Allana entrou no motorhome, agora da empresa rival, com seus fiéis guarda-costas: Mick e Olivia. Arthur vinha saltitando na frente deles, como uma criança comum. É mais que óbvio que ele não era uma criança comum, uma ser com seis anos de vida já é poliglota e um gênio da matemática. Ele é um em milhão. Nasce alguém como ele um a cada milênio.
— Eu estou morta. — Se jogou na poltrona. — Oi, Mi. Oi, Izaac.
— Oi, tia Allana! — O garoto respondeu, já brincando com Arthur.
— Você não dormiu. — Miranda afirmou o que ela já tinha certeza.
— Estou enferrujada, uma noite sem dormir já me deixa mortinha. — Fez careta.
— Se fosse um noite fazendo outra coisa, você não estaria mortinha. — Miranda falou de forma natural, mas ainda havia uma pitada de malícia em suas palavras e todos perceberam.
— Aposto que uma noite com você deixaria qualquer um mortinho. — Mick respondeu, seus olhos estavam focados nas duas crianças que brincava com alguns números de MDF.
— Quer experimentar? — Arqueou a sobrancelha bem desenhada, ganhando o olhar do alemão.
— Foi um convite? — Repetindo o gesto dela, arqueou a sobrancelha loira.
— Não sei. Foi? — Miranda perguntou de forma sugestiva. Ela não percebeu, mas Mick olhava diretamente pra sua boca.
— Hum… — Olivia estourou a bolha dos jovens pilotos. — Tô sentindo um clima aqui.
— A Espanha é bem quente nessa época do ano. — Sorriu sem mostrar os dentes, quem visse de longe diria que ela estava falando a coisa mais pura e inocente.
Sainz iria rebater sobre o clima, mas Charles Leclerc correndo de maneira desesperada fez o mesmo se calar e esperar o colega de equipe.
— Por algum motivo o Mattia está muito estressado com Deus e com o mundo. — Leclerc falou de maneira apressada, seu fôlego ofegante e seu sotaque estava se fazendo presente. Mal dava pra entender o seu inglês. — Temos que ir pra-
— Por que vocês ainda estão aqui? — O chefe de equipe perguntou aos seus pilotos. — Vão se atrasar para a Drivers Parade. Bora, bora!
— Eu disse… — O monegasco sussurou sofrego.
— Oi, Mattia! — Miranda acenou com mão para o diretor executivo da Scuderia Ferrari. A carranca do suíço se perdeu e deu espaço para uma expressão mais alegre.
— Letty! — Sorriu levemente para a mulher. — Diga-me que vai voltar para as pistas, por favor.
— Sinto em lhe dizer que não. — Levantou-se do sofá e abraçou o engenheiro suíço, que retribuiu de bom grado.
— Uma pena. — Enrugou o nariz. — Olha, Schumacher. Essa aqui ganhou antes de você. — Mattia Binotto apresentou a espanhola ao piloto da Haas.
— Ganhou antes de mim? — O alemão ficou levemente confuso.
— Miranda corria na F2 e ganhou a temporada de dois mil e dezenove. — Sainz explicou, já levantando do sofá. — Vamos, a Drivers nos espera. — Chamou e os pilotos o acompanharam. Miranda ainda observou Mick saindo com os outros dois pilotos, ele era arrumadinho aos seus olhos. Talvez fosse o uniforme azul que o deixava com cara de bebêzinho.
— Já vou indo também. Quando voltar a correr, me avisa! — Mattia falou antes de também se afastar.
— Ok… — Miranda respondeu ainda com os olhos no loiro. Sentiu as bochechas esquentarem quando ele lhe olhou de volta e soltou um sorriso radiante. Por um momento, Miranda sentiu suas borboletas se alegrando.
— Eu shippo! — Allana se apoiou no ombro da amiga.
— Já posso sair por aí dizendo que tenho uma cunhada? — Olivia disse sorrindo. — Gosto da ideia.
— Sou traumatizada demais pra isso. — Respondeu simples.
De fato, era traumatizada demais para um relacionamento sério. O seu último namorado lhe deixou marcas profundas e cicatrizes do seu “amor” por todo seu corpo.
Mas aos seus olhos, Mick não parecia ser igual o seu antigo homem. Ele era diferente. Miranda podia sentir que eles não eram iguais. Perguntas como: “eu posso permitir ele se aproximar?” rodavam pela sua mente.
Parace que a Letty estava se interessando por alguém. E o sorriso bobo que ela soltou ao lembrar do sorriso dele comprova isso.
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Um prólogo bem pequeno só pra entrar no clima do meus xuxus.
Como passaram o primeiro e o segundo mês do ano? Vocês estão bem? Estava com saudades de vocês.
