Cap.1 - Para Robert

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Chego no hotel que irei ficar hospedado e logo o bagageiro abre a porta do táxi para que eu possa descer e pega minhas malas.

- Sr.Robert Kibas?

- Eu mesmo. - Respondo arrumando a manga do meu terno.

- Me acompanhe por favor.

Ele começa andar na minha frente enquanto o sigo, ele chama o elevador e dá passagem para que eu possa entrar primeiro. Paramos no 3° andar e logo dou de cara com a Sra.Philips, dona do Hotel Anfield.

- Ai graças a Deus, Sr.Robert. - Diz ela apertando a minha mão. - Eu já não aguentava mais esperar a sua chegada.

- Se acalme, vamos tomar um pouco de água.

- Claro, claro... O bagageiro irá deixar suas coisas em seu quarto, o número é 157 ok? Quando ele terminar de arrumar tudo por lá nos encontrará para entregar a chave ao senhor.

- Sem problemas, obrigado. - Agradeço olhando para o bagageiro e ele só assente com a cabeça.

- Por aqui Sr.Robert, vamos para a minha sala.

Ela anda em minha frente e vou logo atrás, consigo sentir o desespero e a angústia dela sem nem precisarmos falar muito mas não a julgo... Sua filha foi sequestrada sem mais nem menos, não poderia sentir outra coisa. Ela abre a porta da sala me dando passagem para entrar primeiro porém peço para que ela faça as honras, ela entra e fecho a porta atrás de mim.

- Pode se sentar, eu pego uma água para você. - Digo indo em direção ao filtro.

- Por favor, me sirva um Whisky. - Ela diz com a mão na cabeça e fechando os olhos.

- Te entendo...

Vou para a mesa de bebidas e me deparo com muitos, noto que alguns estão mais vazios do que outros, deve ser os que ela mais gosta de degustar... pego um Red Label e sirvo no copo com um pouco de gelo. Vou até o sofá que ela está sentada e entrego o copo.

- Obrigada. Não vai querer? - Ela me pergunta antes de dar um grande gole.

- Não bebo enquanto estou trabalhando, obrigado. Me conte o que aconteceu.

- Estava tudo bem na parte da manhã e na parte da tarde também, Lourence ficou aqui comigo me ajudando com o financeiro do hotel, as planilhas de pagamento dos funcionários e ficou um pouco na recepção também. Pedi para que ela fosse no restaurante da rua de baixo para pegar um almoço para nós já que sairíamos daqui mais tarde do que o normal. As horas foram se passando e eu comecei achar estranho mas as vezes ela demorava mesmo pois passava na casa da amiga. De repente me ligaram falando que estavam com ela e queriam uma quantia muito alta em troca da minha filha viva, pedi para falar com ela mas não permitiram, disseram pra eu mandar uma quantia antes se eu quisesse ouvir a voz dela novamente. - Ela diz enquanto seus olhos enchem de lágrimas e anoto tudo.

- Você disse que tinha vezes que Lourence passava na casa da amiga, sabe me dizer o nome dela e onde mora?

- Ela se chama Emma, conheço a mãe dela desde a nossa infância, elas moram na rua Matthew Street, 77.

- Ok... A senhora tem um dos hotéis mais desejados da cidade, acha que algum de seus clientes ou funcionários poderiam fazer isso?

- Confio cegamente em meus funcionários, a maioria trabalha aqui desse que o prédio foi construído, todos gostavam de Lourence e pegaram ela no colo pelo menos umas 10 vezes quando menor.

- Compreendo... - Anoto tudo isso em meu bloco de notas e com mais duvidas desse caso, está claro que ela confia demais em seus funcionários apenas pelos anos de serviços, não posso dizer a ela para tomar cuidado pois está muito abatida e talvez nem vá levar em consideração o meu alerta. - Está tarde, a senhora deveria descansar e deixar por minha conta daqui pra frente, sei que vai ser difícil dormir nos próximos dias mas eu garanto que encontrarei a sua filha e irei trazer-la com segurança.

- Está certo, se eu receber mais alguma ligação e lembrar de mais algum detalhe importante chamo o senhor.

Assento com a cabeça e abro a porta, o bagageiro se levanta de um banco no qual estava sentado e me devolve a chave do meu quarto.

- Me acompanhe, irei levar o senhor para seu devido quarto e mostrar onde deixei suas coisas.

Não demoramos muito para chegar até a porta do quarto 157, estou um tanto quanto perto da sala da Sra.Phillips, isso pode facilitar muita coisa.

- Obrigado, seu nome é...? - Pergunto abrindo a porta.

- Meu nome é Thomas, mas pode me chamar de Tom. - Ele responde sorridente e arrumando seu chapéu.

- Ok Tom, muito obrigado pela sua atenção.

- Se o senhor precisar de alguma coisa pode nos interfonar pelo telefone que está ao lado da sua cama, suas malas estão naquela parte do guarda roupa. - Ele aponta para porta branca.

- Obrigado mais uma vez.

- Disponha.

Ele dá as costas para mim e em seguida fecho a porta, noto que tem toalhas em cima da cama e pego uma, abro o guarda roupa para separar meu pijama e tomar um banho. Antes de dormir irei analisar minha anotação sobre o depoimento da Sra.Phillips e analisar por onde irei começar, ninguém some sem alguém ver, ninguém some sem deixar rastros para trás. Vou para o banheiro e ligo o chuveiro, deixo a água morna cair pela minha nuca e pelos meus ombros, não é atoa que esse hotel é um dos mais desejados na cidade, a serventia é atenciosa, os quartos são aconchegantes e água que sai desse chuveiro é incrível. Termino de ensaboar meu corpo e me enxago para poder me secar, começo a vestir minha roupa e assim que termino de colocar minha blusa volto pro quarto, olho para o chão e me deparo com uma carta, pego pensando que poderia ter caído de um dos meus bolsos mas assim que olho a parte de trás está escrito "para Robert". Sento na mesinha do lado da minha cama e ligo o abajour para ler.

Boa noite meu caro, Robert. Vejo que Philips não tem dinheiro para pagar o resgate da filha mas para contratar um dos detetives mais solissitados de Liverpool ela tem, então a gente vai ver quem pode mais. Sei que acabou de chegar no hotel e vai ficar aí até que consiga descobrir onde eu e a princesinha tamo, vou ser um pouco seu herói e ir te dando enigmas para tentar nos achar. Vai de você saber se as pistas serão relevantes ou não mas a minha parte eu farei para o senhor não dizer que sou uma pessoa ruim. Uma parte de meu nome é aquilo visto no meio de março e abril, mas não pode ser visto nem no início nem no final de cada mês.
-1RB SN13FSN

Termino de ler e sinto minha cabeça latejar, claramente a pessoa é analfabeta mas muito boa de enigmas, pelo menos esses erros ortográficos podem me ajudar... Já vi que boa parte da minha noite passarei tentando desvendar essa charada... E o que são esses números e letras?

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⏰ Última atualização: Jan 10 ⏰

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