Antônio e Irene estavam sentados nas poltronas da sala conversando sobre algum assunto qualquer quando Caio e Petra entram que nem um furacão na mansão.
(Caio) -Foi ela. Falou ele apontando o dedo para a mais velha.
(Antônio) -Foi ela oque?
(Caio) - Foi ela que mandou o Ernesto mexer nos freios do carro. Foi ela a culpada pela morte de Daniel.
Irene ficou pálida. Como que descobriram? Era um segredo que ela guardava a 7 chaves, e não era para ninguém descobrir, muito menos Antônio.
(Antônio) -Como é? Você só deve estar ficando louco.
(Caio) - Não eu não tô ficando louco, estou falando a verdade, foi ela a mandante do acidente do Daniel.
(Petra) -É pai foi ela, o Kelvin me contou.
(Antônio) -Kelvin? Aquele lá não deve saber nem oque tá dizendo. É mentira né Irene?
(Irene) -Antônio... Vamos conversar lá no seu escritório eu acho melhor.
(Antônio) -Como assim conversar no meu escritório? Não é mentira?
(Irene) -Vamos Antônio vai ser melhor e daí eu já te explico de uma vez.
*No escritório*
(Antônio) - Irene eu não estou te entendendo foi você?
(Irene) - Como eu poderia imaginar que, justamente naquela noite, Daniel pegaria aquele maldito carro? Ainda mais no estado de nervos que ele estava? Mas a culpa de tudo isso não foi minha, é do Caio. Antônio por favor me perdoa. Eu me arrependo disso todos os dias.
(Antônio) -COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO IRENE? EU NUNCA, NUNCA VOU CONSEGUIR TE PERDOAR. E ACHO QUE VOCÊ TAMBÉM NÃO.
Respirou fundo e continuou:
(Antônio) -Eu nem sei como você consegue continuar vivendo depois da tragédia que provocou.
(Irene) -Antônio por favor me escut...
(Antônio) -CALA ESSA BOCA. IRENE.. EU NÃO QUERO MAIS ESCUTAR A SUA VOZ. SAIA DESSA CASA IMEDIATAMENTE ANTES QUE EU MESMO TENHA QUE TE TIRAR.
Irene tinha um olhar vazio, não iria protestar sabia que era culpada, mas se ela era o Caio também seria. Decidiu não falar mais nada apenas obedeceu. Nem olhou para os lados apenas atravessou a porta que nem uma bala, e saiu disparada com o seu carro.
Entrou em um lugar que constantemente ia quando ficava desamparada, triste ou com saudades. Sabia o caminho até o túmulo de Daniel de olhos fechados. Tirou as folhas de cima e colocou um buquê de tulipas brancas e azuis.
Fechou os olhos sentindo a brisa do vento bater em seu rosto, e imaginava se Daniel não tivesse pegado aquele carro, ou se ela não tivesse mandado cortar os freios, como seria? Seria melhor ou pior? Conceteza se ele estivesse ali com ela seria melhor.
Sentia falta de sentir o abraço dele.
Sentia falta do perfume que ele usava todos os dias. Sentia falta do carinho dele.
Sentia falta da presença dele na mesa nas horas das refeições.
Sentia falta da presença dele na sua vida.
Sentia falta dele de quando se lembrava que ela foi a maior culpada pela morte dele.
Enfim, sentia falta dele todos os segundos de sua vida, era uma dor insuportável, uma dor que nunca iria se curar.Comprou uma casa no centro de uma cidade distante de Nova Primavera, era uma casa grande, luxuosa, tinha tudo do bom e do melhor. Mas não era e nunca seria suficiente. Estava com saudade de Daniel, Petra e se atrevia até em sentir saudades de Antônio.
Deste aquele dia eles nunca mais se falaram. Ele nunca mais a viu e ela também nunca mais viu ele.