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Antecipando o primeiro capítulo pra deixar vocês curiosos hihihihi

Boa leitura, pessoal! 💖

Alguns dizem que voltar para casa é como retornar a um Porto Seguro

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Alguns dizem que voltar para casa é como retornar a um Porto Seguro. O melhor lugar da sua vida, as melhores memórias, o local que você nunca deseja abandonar. Já outros, dizem que é como o inferno. Um ambiente controlador, tóxico e insuportável, no qual deixar e ir embora é mil e uma vezes melhor.

Para mim, estar de volta às minhas origens é um sinônimo bem claro de trauma. E testar a droga da minha paciência, principalmente com esse cara insuportável ao meu lado. Ethan Backer, meu irmão postiço, filho mais velho de Tred, meu padrasto e o atual marido da mamãe. E ele é simplesmente insuportável. Sempre foi.

No momento, Ethan está dirigindo uma caminhonete vermelha caindo aos pedaços e ouvindo música country, torturando meus tímpanos enquanto vamos para a fazenda com Kobi, meu golden retriever no banco de trás. E não sei se é uma forma de fazer aquele silêncio um pouco menos torturante, ou apenas um desejo absurdo de me provocar.

Além do mais, não era ele quem viria me buscar no aeroporto. Ou pelo menos, não deveria ser.

Mamãe havia prometido que Travis seria aquele que enfrentaria algumas horas de estrada e estaria me esperando. Por isso, um pouco menos rabugenta, aceitei a oferta, visto que os ônibus iriam demorar demais e esperar era quase uma tortura.

Quando aterrissei, porém, e fui para o desembarque, seu rosto foi o primeiro que vislumbrei em meio aquela multidão, pois, apesar dos longos anos, aquele cara continuava idêntico.

Quer dizer, Ethan Backer estava muito mais maduro desde os seus dezessete anos de idade. Seu rosto parecia definido, tal qual o corpo bombeado de músculos e a altura exagerada.

Ainda assim, aqueles olhos castanhos claros eram bastante reconhecíveis, assim como a postura irritante de caipira e o ego exagerado.

— Dá pra baixar um pouco isso? — pergunto, observando o rádio de cara fechada.

Quando resolvi voltar para Nebraska, não foi uma escolha fácil.

O acidente que ocorreu no início do ano em uma das apresentações de ballet mais importantes da minha vida ainda era algo que me afetava, mentalmente e fisicamente, e estar em Nova York, dentro de uma família a espera de um novo bebe e com a sensação de estar atrapalhando — mesmo que uma das pessoas ali presente fosse o meu próprio pai —, estava me trazendo uma culpa horrenda.

E, por isso, seis meses depois de um tratamento cansativo, optei por voltar. Pelo menos, por um tempo.

Era o melhor a se fazer, eu acho. Precisava acreditar que eu estava fazendo a escolha certa.

Ethan solta um suspiro profundo ao ouvir minha voz, finalmente abaixando o volume da música.

Seu olhar encontra o meu no espelho retrovisor, e ele abre a boca para falar, mas hesita por um momento.

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