Amanhã vai ser outro dia

48 2 0
                                    

“Amanhã será outro dia”




1980




Em 1980, o que mais se ouvia no mundo era a melhoria das condições, ocultando, em média, 95% das mortes causadas pela ditadura militar. A administração concebia os fâmulos como peças de um jogo a serem enviadas. 




Todo e qualquer protesto era reprimido com sangue, mas nenhum dos líderes da libertação iria desistir dessa causa. Malograr era algo que eles sabiam que poderia ocorrer, mas resistir à opressão era tudo o que os restava. Famílias, vidas e o país eram diariamente destruídos por pessoas que deveriam protegê-lo. 


As lágrimas, por anos, foram o único refúgio em seus corações. Contudo, eles estavam cansados de chorar e, então, resolveram unir forças para invadir o partido e o jornal local que todos da Coreia do Sul teriam acesso. O processo levou meses, mas valeu a pena. 


No dia 17 de julho, universitários, civis e até alguns policiais foram ao partido e à sede do jornal local, que sempre era gravado ao vivo. Sabendo que ainda faltaria muito para serem libertos, foram com a cara e a coragem para mais um local onde sangue inocente será derramado. 


Assim que o jornal local começou, os civis invadiram. Seu único desejo era ser escutado pelo povo para eles saberem o que de fato estava acontecendo no país que muitos um dia já chamaram de lar. 


“Atenção sul-coreanos, viemos dar um recado importante, neste exato momento, estamos unindo forças para lutar contra a ditadura militar, sabemos que nenhum de vocês sabem o que está acontecendo, mas nós vamos mostrar o que todos eles fizeram com nosso povo”. 




Enquanto um dos líderes da revolução falava eram mostrados vários vídeos do confronto de políticos e civis, onde muitas mortes por tiros, bombas de fumaça, pimenta e várias agressões eram distribuídas pelos policiais que tinham ordens diretas para matar a tudo e a todos que estivessem no caminho. 




“Esses são nossos protetores enquanto falamos sermos contra seu governo. Muitos de nós fomos mortos nesses confrontos e eles ainda se dizem nossos heróis. Por favor, se vocês desejam que isso acabe e podermos enfim ter paz, marchem para o parlamento do governo na rua*********, agora é em nome do nosso país que pedimos isso”. 




Pernósticos com o que os olhos viam, cada cidadão que viu o jornal ficou assustado porque não sabiam ser a esse nível a maldade dos políticos. Quando não se tem a informação certa podemos ser burros. Isso aconteceu por tantos anos que eles decidiram ao menos uma vez escutar a razão. 


Pegando pedras, vassouras e outras coisas para se defender, eles se uniram, indo marchar para o parlamento cantando um hino “Aegukga” (애국가) na marcha. Seus medos eram grandes, porém o coração valente era maior. 


“Até que as águas do Mar do Leste sequem e o monte Baekdu desgaste-se
Que Deus proteja nossa terra, para sempre.
Rosas de Sharon, montanhas e rios esplêndidos
Para sempre, a Coreia e seu povo

Como um pinheiro no monte Namsan vestido de armadura.
Como ventos e geadas que não mudam, é nosso espírito.
Rosas de Sharon, montanhas e rios esplêndidos
Para sempre, a Coreia e seu povo”.


Faltando pouco para encontrar o fim na certa, eles em suas mentes rezavam, pediam perdão por cada pecado e choravam pelo momento que nunca aproveitaram ou pelo abraço que nunca deram, agora seria tarde, mas se voltassem com vida, não iriam tardar em fazê-lo. 


“No céu outonal, vasto e sem nuvens.
A lua brilhante é nosso coração inabalável.
Rosas de Sharon, montanhas e rios esplêndidos
Para sempre, a Coreia e seu povo

Com esse espírito e essa mente, dedicando toda a lealdade.
Na alegria e na tristeza, amemos nosso país.
Rosas de Sharon, montanhas e rios esplêndidos
Para sempre, a Coreia e seu povo”. 




Assim que chegaram, a polícia estava aguardando eles, apenas com escudos, bombas de fumaça e armas de pimenta. E ainda, sim, não serviu para pará-los, alguns diriam que foi o destino e outros que os deuses estavam com eles, mas a união de uma nação inteira foi o que os auxiliou a subir degrau por degrau, encurralando cada policial. 


Logo que eles se renderam, os revolucionários subiram para o parlamento e juntos forçaram o atual governante desistir do cargo e assim colocaram o seu principal líder como presidente da Coreia do Sul. 




Com essa vitória, seus corações estavam aliviados. Observando essa junção do povo, os sub-líderes decidiram criar uma (gangue) que seria responsável por cuidar de cada sul-coreano e desafiar os novos governos caso eles não façam o bem para o seu povo. 


Os anos foram passando, a Coreia foi ficando opulenta e próspera. O caos parecia ter sumido de suas vidas ou quase. Todos os que foram mortos no confronto com o antigo regime receberam suas homenagens e, devido a seus sacrifícios, nasceram os protestos artísticos que visavam lembrar que o povo lutou pela liberdade e para lembrá-los sempre que a união faz a força.


Atualmente é 2024, apesar dos dias de glória, tudo ainda era tão pífio, a época de ditadura militar havia se ido, mas não quer dizer que o tudo de ruim tenha se ido. Agora as lutas eram outras, novas causas foram chegando e para a gangue que ficou responsável por proteger e cuidar de cada sul-coreano, um novo líder está se manifestando. 


Talvez ele seja o fim de toda a maldade ou o início da mesma. Misterioso como a penumbra, a única coisa que todos sabem sobre o mesmo é o apelido, Kitty gangue. Quem seria o menino misterioso que os líderes colocaram no poder? Eram as falas que corriam pelos corredores da sede da gangue, mas em breve eles iriam descobrir quem era Kitty gangue.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jul 21 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

CenturiesOnde histórias criam vida. Descubra agora