Finalmente, 31 || Haylor

verde no azul

Foram um, dois, três, cinco ou seis drinks que eu tomei?

Pra ser sincera não fiquei contando, mas eu estava tão fora de mim enquanto o Harry estava sentado na minha frente me encarando, com aqueles olhos verdes enormes sem tirar o olhar da minha boca um segundo enquanto eu falava

- da pra olhar pra mim?

Encaro ele, sem querer olhando para o sorriso irônico nos seus lábios, aquelas covinhas..

- eu estou olhando pra você

- agora você está

Dou um último gole no drink

- acho que já conversamos o suficiente, não acha?

- desde quando você é alcoólatra?

Ele riu umedecendo os lábios enquanto olhava pra mim, queria decifrar aquele olhar mas eu estava bêbada demais pra isso

- eu não sou!

acabo rindo também

- preciso dormir, acho melhor eu ir pra minha suíte.. você vai ficar ai?

- não acho que já nos resolvemos

Reviro os olhos e me levanto, olho pra ele

- acho melhor a gente conversar sóbrios

Nos entreolhamos durante alguns segundos, a forma que ele me olhava me causava arrepios dos pés a cabeça. Baixo o olhar sorrindo de forma tímida,  droga ele me fazia parecer uma idiota.

- eu te acompanho

- sabe que eu sei o caminho né?

Ele se levanta e então seguimos para o elevador, agora ambos em silêncio. Tentava não olhar pra ele mas era impossível, depois de tanto tempo ter ele aqui do meu lado... só nós dois, por um misero segundo senti que nada mais me importava a não ser o agora.

- senti saudades..

sussurrei olhando pra baixo, sem olhar pra ele, o elevador ainda estava fechado.

- também senti..

Ele para em minha frente, e por impulso encosto as costas na porta do elevador, Harry ainda conseguia ser mais alto do que eu.

Sua mão segura meu rosto, levantando meu olhar ao seu

verde no azul

- então.. não vai embora outra vez

seguro em sua nuca roçando nossos lábios, o cheiro do álcool com seu perfume me fazia delirar.

- eu não vou..

ele sussurra de volta e me beija

não pensei duas vezes antes de retribuir, eu sonhava com a boca dele todos os dias desde que terminamos.

Afundo minhas mãos em seu cabelo, agora estavam mais curtos do que antes. Nossos lábios pareciam famintos um pelo outro, sentia todo meu corpo arrepiar. Suas mãos não largavam a minha cintura um segundo, acabei rindo quando a porta do elevador abriu e acabamos caindo no chão, cai por cima dele

- ai..

ele riu resmungando

- desculpa, você ta bem?

tento conter a risada, estava por cima dele, caídos no meio do corredor

- acho que vou precisar de ajuda pra chegar até minha suíte

balanço a cabeça enquanto olhava ele

-  é só uma desculpa pra eu entrar com você

beijo seus lábios mais uma vez em um selinho

- e funcionou?

levanto de cima dele, cambaleando um pouco, ainda estava bêbada.

- talvez

estendo a mão pra ajudar ele levantar, estávamos rindo feito crianças no corredor.

- acho que funcionou

ele se levanta e me puxa com força contra ele, coloco os braços ao redor de seu pescoço e te olho atentamente nos olhos

- você acha que pode conseguir tudo facilmente só por causa de um rostinho bonito?

- nem tudo... mas você eu posso

acabei rindo, ele e eu sabia que era verdade, no final das contas sempre voltávamos um pro outro

De repente perdi as contas de quantas vezes nos beijamos. Perdi a sanidade de tudo quando estava com ele, minhas roupas espalhadas pelo chão do seu quarto de hotel, as marcas que deixei em cada canto do seu corpo, a marca das suas mãos em meu quadril, as vezes que gritei seu nome o resto daquela noite... tudo isso só me deu certeza  de que pra mim, sempre seria ele.