Pov Callie
Há oito meses eu estava em mais um dia normal como qualquer outro em minha vida. Acordei, tomei café com minhas amigas que eu divido o ap, fui na cafeteria tentar escrever meu livro, voltei pra casa, tomei banho e me arrumei pra ir na ginecologista. Era só mais uma consulta de rotina ou deveria ter sido. Mas a dra.deluca não estava em seu dia comum. Estava de resseca, totalmente desatenta e por sua falta de atenção um erro aconteceu. Dra.Deluca realizou uma em seminação artificial em mim.
Duas semanas depois ela me ligou me chamando no consultório e dando a notícia
que eu poderia estar grávida. Depois desse dia, meus dias não foram os mesmos. Eu tinha 22 anos, virgem e poderia está grávida de alguém que nem sei quem é.Dias depois quando já estava com a cabeça mais fria e com as ideias no lugar, resolvi procurar a Dra.Deluca.
— Quem é o pai desse possível bebê?
— Não posso falar, é contra a ética.
— Você tá de sacanagem? Porra! Tô sendo bastante legal com você só de não te denunciar, então o mínimo é você responder a droga da minha pergunta. - me exalto.
Deluca abaixa a guarda.
— Olha, não é um pai, são duas mulheres. Vamos confirmar primeiro a gravidez e aí eu mesmo realizo o encontro.
Foi confuso de entender. O meu possível bebê teria três mães, como assim?
Naquele dia mesmo ela tirou meu sangue e enviou pro laboratório com pedido de emergência e no outro dia já estava pronto. Quando cheguei em seu consultório vi duas estranhas me encarando. Imaginei que eram as outras duas mães do possível bebê.
— Calliope, Arizona. Leah, Calliope. - nos apresentou.
Arizona era uma mulher bonita, seus olhos azuis marcantes e uma covinha que aparece quando sorrir. Já Leah, tinha uma beleza mediana, nada esplêndido.
Nos sentamos, Deluca abriu o envelope, leu o resultado e fez um suspense.
— Parabéns, mamães.
O silêncio se fez. Aquela notícia fez com que um filme passa-se na minha cabeça. A imaginação de quando eu teria filhos com meu(a) parceiro(a) e não foi assim que aconteceu.
— Não! - Leah quebrou o silêncio. — Eu vou te processar Deluca, vou acabar com a sua carreira de merda. - falou furiosa. — Era a única chance de termos um filho. - se vira pra Arizona. — E você engravida outra? Porra, eu não vou criar filho de outra pessoa que não seja da minha esposa. Você trate de refazer essa merda.
— Leah, não é assim. O bebê tem o DNA de vocês duas, só vai ter algumas características da Callie.
— Vai se foder Deluca! - se levantou. — Vamos embora amor. - puxou Arizona.
Enquanto era puxada, me deu um cartão com seu número. — Me liga.
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Pov Arizona
Em tempos atrás, eu tive câncer no útero, tinha risco dos meus óvulos se tornassem inférteis. Devido o histórico da minha família com esse câncer, por precaução alguns anos atrás congelei meus óvulos. Por erro do laboratório, a maioria dos óvulos foram perdidos e o que sobrou tentamos engravidar. Cerca de um ano decidimos engravidar por inseminação in vitro. Leah é uma mulher interssexual, então não foi preciso achar doadores. Era a nossa última chance de engravidar, última chance de eu ter minha filha tão amada.
— Amor, não quero criar filho de outra mulher. - fala, quando chegamos em casa.
— Carina já explicou, você que não quer entender de pirraça. - digo já sem paciência.