NO ESCAPE

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Ele caminhou sob a copa das árvores, sombra desnecessária naquele dia cinzento e miserável. Até o salgueiro-lutador parece desanimado, entediado. Em qualquer outra situação, Adriano estaria sentado na sala comunal com os amigos, jogando ou trabalhando. Infelizmente Harry nem tinha chegado às masmorras antes de mais uma vez ser forçado a se esconder de seu mais novo professor. No início o lobisomem tinha sido sutil em suas tentativas, conversas curtas depois da aula, olhares mal escondidos. Não demorou muito para que o professor de DCAT desabasse e praticamente o perseguisse desde então. Felizmente para Hade era lua cheia esta noite, então o homem não se atreveu a sair do castelo, dando a Harry alguma forma de solidão. Cada conversa sempre levava a histórias sobre seus pais, maneiras de se envolver na vida de Harry Potter. Não demorou muito para deduzir que ele era amigo dos Potter e via Harry como seu 'filhote'. Ele quase se sentiu mal com as tentativas desesperadas do homem. Ele faria isso se não fosse pelo fato de estar causando uma deliciosa quantidade de caos. Severus estava perturbado, seus olhares aterrorizados criando uma diversão sem fim para ele. Dumbledore também estava agindo de forma estranha, aparentemente ele esperava que o lobisomem o tornasse querido, o trouxesse à luz. Se ao menos ele soubesse o quão longe Adriano estava. Como se Morningstar não fosse uma pista suficiente.

Apesar do caos delicioso, Harry não estava feliz. De jeito nenhum. A atenção quase constante o impediu de falar com o Lorde das Trevas ou de se comunicar com sua família. Por mais magoado que estivesse, ele sentia falta do pai e dos tios. Mesmo que eles fossem bastardos mentirosos. Eles sempre foram, era isso que ele amava neles, mas nunca foram assim com ele. Ele entendeu, entretanto, por que eles não lhe contaram, e se ele ainda tivesse um coração, ele ficaria aquecido por suas ações. Tentando protegê-lo até mesmo do destino. Parecia que era qualquer trabalho de pai, mesmo demoníaco. Ele foi tirado de sua introspecção por um espectro sorridente adornado com vestes roxas brilhantes e estrelas douradas. Foi atroz, e ele olhou para o diretor com desgosto. Ou o velho não percebeu ou não se importou, pois continuou a sorrir para ele.

"Olá meu garoto, posso sentar?" O velho bruxo sentou-se antes mesmo que pudesse responder, irritando-o. "O que você está fazendo aqui num dia assim, Harry?" Ele reprimiu a vontade de responder sarcasticamente com 'sentar' e, em vez disso, virou os olhos para o céu, desejando que um raio o atacasse e o livrasse da praga. "Tentando conseguir um pouco de paz", ele respondeu com os dentes cerrados. É claro que o idiota não entendeu a dica. "Ah, isso eu posso entender, eu mesmo venho aqui muitas vezes para me esconder das repreensões de Minerva." O bruxo riu como se isso fosse alguma piada interna divertida da qual Harry fazia parte. Ele certamente não era. "Há algo que eu possa ajudá-lo, diretor?" O velho cantarolou, olhando para ele com uma expressão sábia, obviamente se preparando para transmitir grande sabedoria. Dificilmente. "Harry, meu garoto, eu entendo que Remus está tentando falar com você e você rejeitou suas tentativas."

Ele conteve a vontade de zombar das palavras educadas, o lobo o estava perseguindo, com trocadilhos, enquanto Adriano começou a ignorá-lo completamente. "Falei com o professor Lupin muitas vezes nas aulas." Ele recebeu um olhar de desaprovação diante dessa resposta. "Ele era um amigo querido de seus pais, você sabe. Tenho certeza de que vocês dois gostariam de falar sobre eles." Adriano começou a se perguntar quando exatamente o velho perceberia que realmente não tinha apego aos Potter. "Meu pai e meus amigos são mais que suficientes. Vou deixar os mortos continuarem mortos." Ele recebeu apenas um suspiro pesado como resposta antes de um longo silêncio cair. "Meu querido garoto, eu não afastaria amigos e aliados. Especialmente em tempos como estes." Isso despertou as suspeitas de Harry, e ele se virou para olhar para o diretor. "O que você quer dizer com estes tempos?" Ele recebeu um olhar satisfeito com isso, como se não esperasse que ele percebesse. Ele não tinha sido exatamente sutil. Dumbledore achava que ele era estúpido? "Estes são tempos difíceis, meu garoto. Nem tudo é como parece e muitos jogadores desconhecidos se escondem nas sombras. Você entenderá quando chegar a hora, meu garoto." O absurdo o levou ao limite e ele decidiu não entreter mais o idiota. "Está bem então."

THE DEVIL'S SON - HARRY POTTER ( Tradução )✓Onde histórias criam vida. Descubra agora