Capítulo único

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A mochila com os equipamentos necessários já estava posta sobre a mesa, o que lhe faltava era coragem para se levantar do sofá, Bang Chan lutava contra a própria preguiça para ir até aquele treino, que lhe custaria muito esforço e suadeira. No fundo de sua alma estava completamente arrependido de ter se voluntariado para ajudar o treinador da academia com os alunos novatos.

– Preguiça do caralho – resmungou – Christopher do passado saiba que eu te odeio muito – se condenou.

Passou tanto tempo procrastinando no sofá que acabou perdendo a hora e para piorar a situação, um dilúvio parecia cair do lado de fora. Considerou a ideia de mandar mensagem cancelando o treino, mas seu lado responsável não deixou que fizesse, afinal tinham alunos esperando sua presença.

Com muito ódio e pouca paciência, entrou no carro e se colocou a caminho da academia.

Nada ruim o suficiente que não pudesse piorar. Devido a chuva densa o trânsito estava terrível, contribuindo para seu atraso que já não era pouco. Estava já pensando na carta de demissão chegando em seu email. Entre muitas lufadas de ar e pensamentos nada tolerantes, chegou ao seu destino. Torcendo para que o treino valesse a pena.

Ficou breves segundos encarando a porta da academia que se encontrava fechada e bufou planejando como não se molhar tanto naquela chuva.

– Daqui até a porta são exatos trinta segundos, se eu correr consigo diminuir o tempo pela metade, contando com a preguiça que estou diria que em quinze segundos eu chego lá – ficou em silêncio – Puta merda, quinze segundos de chuva dá pra ficar bem encharcado.

Não tinha muita opção, agarrou a mochila, a usaria como proteção, contou até três mentalmente e saiu do carro com pressa, sem nem olhar para trás apertou o botão da chave para trancar o carro. Assim que passou pela porta ficou impressionado com a quantidade de pessoas que estavam o esperando.

A incrível quantidade de uma pessoa.

Duas, se contasse consigo mesmo.

– Ah não… – murmurou.

– Finalmente uma alma viva, achei que ficaria sozinho aqui até a chuva passar.

– Ah não… – era a única coisa que passava na mente do Bang.

– Achei gentil da sua parte, Chan – sorriu – Não sabia que gostava tanto de mim assim para vir me fazer companhia.

– O quê? N-não… eu não- – largou a mochila no chão – Eu disse isso porque peguei um trânsito horroroso pra chegar aqui…

– Eu avisei no grupo que só tinha eu aqui e mesmo assim você veio – deu de ombros – Então estou te agradecendo por isso.

– Changbin, você não entendeu – passou as mãos pelos braços na tentativa de secá-los – Quer saber? Deixa pra lá – desistiu.

Changbin por sua vez achava graça no mais velho resmungando por estar ali contra sua vontade.

– Vai ficar aí se lamentando ou vai me ajudar a treinar pra compensar o seu atraso de quarenta minutos? – o Seo perguntou com claro tom de provocação e Chan o olhou com o cenho franzido.

– Vou ficar aqui me lamentando – riu soprado – Mas obrigado pela oferta.

– Certeza? – sentiu-se desafiado.

– Absoluta – Chan teve de olhá-lo para sustentar sua escolha e foi aí que, de repente, estar ali valeu muito a pena. Changbin já estava sem camisa, enfaixando os pulsos e com as luvas prontas para serem utilizadas – Talvez, uns socos e chutes me ajudem a desestressar, né?

muay thai • binchanOnde histórias criam vida. Descubra agora